Abstract in English:
Greater rheas (Rhea americana) are Brazil’s largest non-flying bird species. Currently, they are listed as “Near Threatened” on IUCN’s Red List of Endangered Species, mainly because of animal trafficking, deforestation and illegal hunting. Greater rheas’ diseases are poorly documented in Brazil, although they are a native species, and there are conservational scientific facilities that keep and reproduce them. We report an outbreak of avian pox in 13 juvenile greater rheas (Rhea americana) in Northeast Brazil. All 13 rheas infected with the virus developed clinical signs associated with respiratory disease, such as serous nasal discharge; they were gasping and breathing with their beaks open. Severe whitish, chronicle and round-crusted multifocal to coalescent nodules formed on their skin. Out of the 13 affected rheas, nine (69%) died a few weeks after the first clinical signs. Only four (31%) of the rheas survived after unspecified treatment with antibiotics. Two rheas were referred to necroscopic evaluation at the “Laboratório de Patologia Veterinária” of “Universidade Federal da Paraíba”, Campus II, Areia. Microscopically, acantholytic lesions, hyperkeratosis, heterophilic infiltrate and the presence of Bollinger bodies, the pathognomonic inclusion body caused by poxvirus, were seen in the skin. Thus, the avian pox diagnosis was confirmed by clinical and histopathological examinations. This study seems to be the first on avian pox in greater rheas in Northeast Brazil. Investigating the causes of death of wild native birds is essential to the preservation of species. Greater rheas are an important part of the ecosystem and suffer from illegal hunting and animal trafficking. Necroscopic examination allows us to detect pathogens and take prophylactic measures to avoid the decreasing number of wild populations.
Abstract in Portuguese:
As emas (Rhea americana) são a maior espécie de ave não-voadora do Brasil. Atualmente, estão listadas como “Quase Ameaçada” na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, principalmente devido ao tráfico animal, desmatamento e caça ilegal. As doenças das emas são pouco documentadas no Brasil, apesar de serem uma espécie nativa e existirem centros científicos de conservação que as mantém e as reproduzem. Relatamos um surto de bouba aviária em 13 emas (Rhea americana) juvenis no Nordeste do Brasil. Todas as 13 emas infectadas com o vírus desenvolveram sinais clínicos associados à doença respiratória, como secreção serosa nasal, estavam ofegantes e respirando com os bicos abertos. Na pele, formaram-se severos nódulos brancacentos, crônicos, crostosos, arredondados, multifocais a coalescentes. Das 13 emas afetadas, nove (69%) morreram em poucas semanas após os primeiros sinais clínicos. Apenas quatro emas (31%) sobreviveram após tratamento inespecífico com antibióticos. Duas emas foram encaminhadas para exame necroscópico no Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade Federal da Paraíba, Campus II, Areia. Microscopicamente, foram observadas lesões acantolíticas, hiperqueratose, infiltrado heterofílico e a presença de Corpos de Bollinger, corpúsculos de inclusão patognomônicos do poxvírus. Portanto, o diagnóstico de bouba aviária foi confirmado após os exames clínicos e histopatológicos. Este parece ser o primeiro relato de bouba aviária em emas no Nordeste do Brasil. Investigar as causas de morte de aves silvestres é essencial para a preservação das espécies. Emas possuem um papel importante no ecossistema que habitam e sofrem com a caça ilegal e o tráfico animal. A necropsia nos permite detectar patógenos e tomar medidas profiláticas para evitar a diminuição de populações selvagens.
Abstract in English:
This study describes an outbreak of avian poxvirus disease in previously pox-vaccinated turkeys in Brazil. The turkeys had suggestive gross lesions of cutaneous avian poxvirus in the skin of the head and cervical area without changes in the flock mortality rates. In the slaughterhouse, 30 carcasses were removed from the slaughter line to collect tissue from cutaneous lesions for histological analyses and characterization of the virus. The virus was identified by conventional polymerase chain reaction (PCR) and subsequent gene sequencing. Acanthosis, hyperkeratosis, and hydropic degeneration were seen on skin histopathology. Eosinophilic intracytoplasmic inclusion bodies (Bollinger) on keratinocytes were observed in 46.6% of the samples. Avian poxvirus DNA was detected on PCR in 83.3% of the total samples. PCR associated with histopathology had 93.3% of positivity for avian poxvirus. In the phylogenetic study, samples show 100% matching suggesting that the outbreak occurred by a single viral strain and was different from those strains affecting other wild birds such as canaries and sparrows. A single mutation (Adenine for Guanine) was detected in our study’s strain and in the strains of turkey, chickens, and vaccine strains published in GenBank. Also, when the sequence strain of the present study and sequences from GenBank of canarypox and sparrowpox strains were aligned, a Thymine was found replacing the Adenine or Guanine. The in ovo vaccination method as single-use in turkeys of this study apparently did not provide adequate protection against avianpox disease, but additional vaccination administered by wing-web when turkeys were 45-60 days old in the new flocks controlled the disease. In the subsequent year, new cases of this disease were not found. It was not possible to confirm the source of the virus strain, but infection with a field strain derived from chickens is one possibility, considering the poultry farm population in the area and biosecurity aspects. For wide characterization of avipoxvirus and differentiation among strains, the complete sequence of the viral genome is required.
Abstract in Portuguese:
Este estudo descreve um surto de bouba aviária em perus previamente vacinados contra poxvirus aviário no Brasil. Os perus apresentaram lesões macroscópicas, sugestivas de bouba aviaria cutânea, na pele da cabeça e região cervical sem alteração nas taxas de mortalidade do lote. No abatedouro, 30 carcaças foram retiradas da linha de abate para coleta de dois fragmentos de pele com lesões para análise histológica e caracterização do vírus. A identificação do vírus foi realizada por PCR convencional e posterior sequenciamento. No exame histopatológico das lesões de pele, houve acantose, hiperqueratose e degeneração hidrópica. Corpúsculos de inclusão intracitoplasmáticos eosinofílicos (Bollinger) foram encontrados em 46,6% das amostras. A técnica de PCR detectou o DNA do vírus da bouba aviária em 83,3% do total de amostras. PCR associado com a histopatologia resultou em 93,3% de positividade para o vírus da bouba aviária. No estudo filogenético, as sequências resultaram em 100% de identidade, sugerindo que o surto ocorreu por uma única estirpe de vírus diferenciada das outras estirpes que acometem canários e pardais. Uma única mutação (Adenina para Guanina) foi detectada nas estirpes deste estudo e nas sequências de perus, galinhas e estirpes vacinais publicadas no GenBank. Além disso, quando a sequência da estirpe do presente estudo e as sequências das estirpes de canarypox e sparrowpox foram comparadas, a Timina foi encontrada em substituição a Adenina ou Guanina. A vacinação in ovo em dose única utilizada nos perus deste estudo aparentemente não forneceu proteção adequada contra a doença causada pelo poxvirus aviário. Entretanto, a revacinação na membrana da asa em perus com 45-60 dias de idade dos novos lotes controlou a doença. No ano subsequente, novos casos desta doença não foram registrados. Não foi possível confirmar a origem da estirpe viral, mas estirpes de campo oriundas de galinhas seria uma possibilidade, considerando a população na área e os aspectos de biosseguridade. Para caracterização ampla do avipoxvirus e diferenciação entre as estirpes, a sequência completa do genoma viral é requerida.