Abstract in English:
Companion, livestock, and wild animals have various biological, behavioral, and ecological differences that may lead to distinct pathological conditions. Moreover, unlike human medicine, there is no standardized code for classifying diseases in animals, resulting in varied presentations of findings across studies. Standardizing these data can help clinicians identify diseases and facilitate communication among veterinarians. A systematic review of the literature was conducted across five databases to identify the main causes of animal death in the domains “companion”, “livestock”, and “wild” animals. The analysis included the 31 articles provided in the evidence summary section. Subsequently, the causes of death were classified according to the International Classification of Diseases, tenth revision (ICD-10) and analyzed according to the presence of Garbage Codes. There was considerable diversity in the causes of death and how they were assessed and reported in each domain. Each species and domain demonstrated a high proportional mortality of causes uncommon in other domains. The companion domain included seven articles, livestock had nine articles, and wild animals had fifteen articles with 66.85%, 71.43 %, and 20.06% Garbage Codes, respectively. The different causes of death and their descriptions indicate a low level of uniformization in the presentation of findings in veterinary medicine. The causes varied based on the domains and species investigated, highlighting real distinctions between these populations. The application of ICD-10 for standardizing the diagnosis of animal mortality proved useful in detecting highly prevalent Garbage Codes.
Abstract in Portuguese:
Animais de companhia, produção e selvagens tem várias diferenças biológicas, comportamentais e ecológicas que podem culminar em condições patológicas distintas. Além disso, não há códigos padronizados para a classificação de doenças em animais, como é o caso dos humanos, resultando em apresentações variadas dos achados entre estudos. A padronização desses dados pode auxiliar os clínicos a identificarem doenças e facilitar a comunicação entre médicos veterinários. Uma revisão sistemática da literatura foi conduzida entre cinco bases de dados acerca das principais causas de morte de acordo com os domínios de animais de “companhia”, “produção” e “selvagens”. A análise incluiu 31 artigos dispostos no sumário de evidências. Em seguida, as causas de morte foram classificadas de acordo com a Classificação Internacional de Doenças, décima revisão (CID-10) e analisada quanto a presença de Códigos Garbage. Verificou-se uma diversidade considerável nas causas de morte e como foram acessadas e reportadas em cada domínio. Cada espécie e domínio demonstrou uma alta mortalidade proporcional de causas que são incomuns aos outros. O domínio de animais de companhia incluiu sete artigos, o de produção nove e animais selvagens quinze artigos com 66,85%, 71,43% e 20,06% de Códigos Garbage, respectivamente. As diferentes causas de morte e suas descrições indicam um baixo nível de padronização para a apresentação de achados na medicina veterinária. As causas variaram bastante de acordo com os domínios e espécies investigados, mostrando distinções reais entre essas populações. A aplicação da CID-10 para a padronização de diagnósticos de mortalidade animal provou-se útil em detectar a alta prevalência de Códigos Garbage.
Abstract in English:
Greater rheas (Rhea americana) are Brazil’s largest non-flying bird species. Currently, they are listed as “Near Threatened” on IUCN’s Red List of Endangered Species, mainly because of animal trafficking, deforestation and illegal hunting. Greater rheas’ diseases are poorly documented in Brazil, although they are a native species, and there are conservational scientific facilities that keep and reproduce them. We report an outbreak of avian pox in 13 juvenile greater rheas (Rhea americana) in Northeast Brazil. All 13 rheas infected with the virus developed clinical signs associated with respiratory disease, such as serous nasal discharge; they were gasping and breathing with their beaks open. Severe whitish, chronicle and round-crusted multifocal to coalescent nodules formed on their skin. Out of the 13 affected rheas, nine (69%) died a few weeks after the first clinical signs. Only four (31%) of the rheas survived after unspecified treatment with antibiotics. Two rheas were referred to necroscopic evaluation at the “Laboratório de Patologia Veterinária” of “Universidade Federal da Paraíba”, Campus II, Areia. Microscopically, acantholytic lesions, hyperkeratosis, heterophilic infiltrate and the presence of Bollinger bodies, the pathognomonic inclusion body caused by poxvirus, were seen in the skin. Thus, the avian pox diagnosis was confirmed by clinical and histopathological examinations. This study seems to be the first on avian pox in greater rheas in Northeast Brazil. Investigating the causes of death of wild native birds is essential to the preservation of species. Greater rheas are an important part of the ecosystem and suffer from illegal hunting and animal trafficking. Necroscopic examination allows us to detect pathogens and take prophylactic measures to avoid the decreasing number of wild populations.
Abstract in Portuguese:
As emas (Rhea americana) são a maior espécie de ave não-voadora do Brasil. Atualmente, estão listadas como “Quase Ameaçada” na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, principalmente devido ao tráfico animal, desmatamento e caça ilegal. As doenças das emas são pouco documentadas no Brasil, apesar de serem uma espécie nativa e existirem centros científicos de conservação que as mantém e as reproduzem. Relatamos um surto de bouba aviária em 13 emas (Rhea americana) juvenis no Nordeste do Brasil. Todas as 13 emas infectadas com o vírus desenvolveram sinais clínicos associados à doença respiratória, como secreção serosa nasal, estavam ofegantes e respirando com os bicos abertos. Na pele, formaram-se severos nódulos brancacentos, crônicos, crostosos, arredondados, multifocais a coalescentes. Das 13 emas afetadas, nove (69%) morreram em poucas semanas após os primeiros sinais clínicos. Apenas quatro emas (31%) sobreviveram após tratamento inespecífico com antibióticos. Duas emas foram encaminhadas para exame necroscópico no Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade Federal da Paraíba, Campus II, Areia. Microscopicamente, foram observadas lesões acantolíticas, hiperqueratose, infiltrado heterofílico e a presença de Corpos de Bollinger, corpúsculos de inclusão patognomônicos do poxvírus. Portanto, o diagnóstico de bouba aviária foi confirmado após os exames clínicos e histopatológicos. Este parece ser o primeiro relato de bouba aviária em emas no Nordeste do Brasil. Investigar as causas de morte de aves silvestres é essencial para a preservação das espécies. Emas possuem um papel importante no ecossistema que habitam e sofrem com a caça ilegal e o tráfico animal. A necropsia nos permite detectar patógenos e tomar medidas profiláticas para evitar a diminuição de populações selvagens.