Abstract in English:
ABSTRACT.- Grecco F.B., Estima-Silva P., Marcolongo-Pereira C., Soares M.P., Raffi M.B. & Schild A.L. 2012. [Acute experimental poisoning by Senecio brasiliensis in sheep and induced resistance against the poisoning.] Intoxicação experimental aguda por Senecio brasiliensis em ovinos e indução de resistência à intoxicação. Pesquisa Veterinária Brasileira 32(9):912-916. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br
Sheep are more resistant to poisoning by Senecio spp. than cattle and horses. To determine whether this resistance could be induced by ingestion of small and repeated doses of the plant and to know how long the resistance could last, three experiments with fresh green leaves and stalks of Senecio brasiliensis were conducted. In Experiment 1, to determine the minimum dose for acute poisoning, single doses of 60, 80, 90, 100 and 100g/kg body weight (bw) were administered to five 1 and a half-year-old male Corriedale sheep. The sheep fed 60g/kg bw and 80g/kg bw of S. brasiliensis did not get sick; however, the sheep that received 80g/kg bw, developed mild fibrosis and megalocytosis in liver biopsies performed 90, 120 and 150 days after the end of plant administration. The sheep that received 90 and 100g/kg bw showed clinical signs of anorexia, prostration, paddling movements and abdominal pain, and died 12-48 hours after the onset of clinical signs. At their necropsy, ascites, disseminated petechiae and accentuated lobular pattern of the liver were found, and histologicaly hemorrhagic centrilobular necrosis was observed. In Experiment 2, the dose of 100g/kg bw fractionated into 2, 5 and 10 daily doses was administered to three sheep respectively. The fractioned dosage did not cause clinical signs of poisoning in any of the sheep, but periportal fibrosis and moderate megalocytosis were observed in liver biopsy performed at day 60 after the end of the plant administration. No histological lesions were observed in hepatic biopsies of sheep that received 10 daily doses of 10g/kg bw. In Experiment 3, to determine whether the sheep become resistant to the acute form of poisoning, four sheep ingested daily doses of 15g/kg bw of S. brasiliensis during 30 days and daily doses of 30g/kg bw for 10 days. On the day following the last dose of 30g/kg bw, two sheep were challenged with 100g/kg bw of the plant in a single dose. No clinical signs were observed in both sheep and no histological lesions could be found in the liver biopsies obtained 15 and 30 days after administration of the challenge dose. The third and fourth sheep received the challenge dose (100g/kg bw) 15 and 45 days after the end of plant administration. These animals showed anorexia, abdominal pain, and died about 12 hours after the onset of clinical signs. Gross and microscopic lesions were similar to those observed in sheep from Experiment 1. The results of this study demonstrate that sheep are susceptible to acute S. brasiliensis poisoning at doses of 90 and 100g/kg bw, but they become resistant after the continuous ingestion of small daily doses. This resistance has been lost 15 days after the end of the plant ingestion. Natural acute poisoning by S. brasiliensis probably does not occur in sheep, because they would have to eat large amounts of the plant in a short period of time.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Grecco F.B., Estima-Silva P., Marcolongo-Pereira C., Soares M.P., Raffi M.B. & Schild A.L. 2012. [Acute experimental poisoning by Senecio brasiliensis in sheep and induced resistance against the poisoning.] Intoxicação experimental aguda por Senecio brasiliensis em ovinos e indução de resistência à intoxicação. Pesquisa Veterinária Brasileira 32(9):912-916. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br
Ovinos são mais resistentes à intoxicação por Senecio spp. que bovinos e equinos. Para determinar se essa resistência é induzida pela ingestão de pequenas e repetidas doses da planta e se essa resistência é duradoura, foram realizados três experimentos com folhas e talos verdes de Senecio brasilienses. Para determinar a dose mínima que causa intoxicação aguda (experimento 1), foram administradas doses únicas de 60, 80, 90, 100 e 100g/kg de peso corporal (pc) a cinco ovinos, respectivamente. Os animais que receberam 60 e 80 g/kg de pc de S. brasiliensis não adoeceram, porém o ovino que recebeu 80g/kg de pc apresentava fibrose e megalocitose discretas nas biópsias realizadas aos 90, 120 e 150 dias do término da administração da planta. Os ovinos que receberam 90 e 100g/kg de pc apresentaram anorexia, prostração, movimentos de pedalagem, dor abdominal e morte 12-48 horas após o aparecimento dos sinais clínicos. Na necropsia havia ascite, petéquias disseminadas e acentuação do padrão lobular hepático. Histologicamente havia necrose hemorrágica centro-lobular. No Experimento 2 a dose capaz de causar a intoxicação aguda foi fracionada e administrada em duas, cinco e 10 doses diárias para 3 ovinos, respectivamente. A dose tóxica fracionada não provocou sinais clínicos de intoxicação em nenhum dos ovinos, porém havia fibrose periportal e megalocitose moderadas nas biopsias realizadas aos 60 dias do término da administração da planta, as quais não evoluíram. O ovino que recebeu a dose fracionada em 10 administrações não apresentou lesões histológicas nas biópsias. Para determinar se os ovinos tornam-se resistentes à forma aguda da intoxicação (experimento 3), foram administradas doses diárias de 15g/kg de pc por 30 dias e 30g/kg de pc por 10 dias a quatro ovinos. No dia seguinte à última administração dois ovinos receberam a dose única de 100g/kg de pc de S. brasiliensis, mas não adoeceram nem apresentaram lesões em biópsias realizadas 15 e 30 dias após o desafio. Entretanto, dois ovinos que receberam essa dose, 15 e 45 dias após a última administração da planta, respectivamente, apresentaram anorexia, dor abdominal, movimentos de pedalagem e morreram 12 horas após o início dos sinais clínicos. As lesões macro e microscópicas eram semelhantes às observadas nos ovinos do Experimento 1. Os resultados do presente trabalho demonstraram que, experimentalmente, ovinos intoxicam-se de forma aguda com doses únicas de 90-100g/kg de pc, mas são capazes de suportar essas doses após a ingestão contínua de pequenas quantidades da planta, no entanto, essa suposta resistência é perdida se os ovinos deixam de ingerir a mesma. Pode-se sugerir também que a intoxicação aguda natural, provavelmente, não ocorre devido à improbabilidade de ingestão, por um ovino, da quantidade necessária de planta em um período curto de tempo.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Marcolongo-Pereira C., Adrien M.L., Ladeira S.R.L., Soares M.P., Assis-Brasil N.D & Schild A.L. 2012. [Equine abortion in Southern Brazil: study of 72 cases.] Abortos em equinos a região Sul do Rio Grande do Sul: estudo de 72 casos. Pesquisa Veterinária Brasileira 32(1):22-26. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br
A retrospective study of the causes of equine abortion occurred in southern Rio Grande do Sul, Brazil, diagnosed from January 2000 to June 2011 by the Regional Diagnostic Laboratory (LRD) of the Veterinary School, Federal University of Pelotas (UFPel), is reported. Necropsy protocols were reviewed, and from 1.154 horses or equine materials received 72 (6.2%) were abortions. The main cause of abortion in this study was bacterial infection on 36.1% of the cases. Non-infectious causes accounted for 8.3% of the cases, viral abortions for 4.2%, parasitic for 1.4% and inflammatory for 2.8%. In 47.2%, it was not possible to determine the cause/etiology of abortions. Characteristic macroscopic and histological lesions were observed in abortion by Leptospira sp. and equine herpesvirus-1. No lesions were observed in the other cases. It was demonstrated that the analyses of whole fetus with the placenta under refrigeration increases the efficiency of diagnosis. The high number of abortions of undetermined cause was attributed in part to inadequate delivery of fetus material for diagnoses.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Marcolongo-Pereira C., Adrien M.L., Ladeira S.R.L., Soares M.P., Assis-Brasil N.D & Schild A.L. 2012. [Equine abortion in Southern Brazil: study of 72 cases.] Abortos em equinos a região Sul do Rio Grande do Sul: estudo de 72 casos. Pesquisa Veterinária Brasileira 32(1):22-26. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br
Foi realizado um estudo retrospectivo das causas de aborto ocorridas em equinos na área de influência do Laboratório Regional de Diagnóstico (LRD), da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no período entre janeiro de 2000 e junho de 2011. Foram revisados os protocolos de necropsia e de 1.154 equinos ou materiais de equinos recebidos 72 (6,2%) eram casos de abortos. A infecção bacteriana foi a principal causa de aborto neste estudo com 36,1% dos casos. As causas não infecciosas corresponderam a 8,3% dos casos, os abortos virais a 4,2%, os parasitários a 1,4% e os inflamatórios a 2,8%. Em 47,2% dos casos não foi possível determinar a causa/etiologia do aborto. Lesões macroscópicas e histológicas características foram observadas em casos de aborto por Leptospira sp. e por herpesvirus equino-1 sendo que nos demais casos as lesões foram inespecíficas. Ficou demonstrado que o envio do feto inteiro junto com a placenta, sob refrigeração, aumenta consideravelmente a eficiência do diagnóstico e o elevado número de abortos de causa não determinada foi atribuído em parte ao envio de material não adequado.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Gonkowski S. & Ca³ka J. 2012. The influence of selected pathological states on the somatostatin-like immunoreactive (SOM-LI) endocrine cells in the mucosal layer of the porcine descending colon. Pesquisa Veterinária Brasileiia 32(Supl.1):79-83. Division of Clinical Physiology, Faculty of Veterinary Medicine, University of Warmia and Mazury, Oczapowski Str. 13, Olsztyn, 10-957, Poland. E-mail: slawomir.gonkowski@uwm.edu.pl
This study reports on changes in the number of somatostatin–like immunoreactive (SOM-LI) endocrine cells in the porcine descending colon, caused by chemically driven inflammation, axotomy and proliferative enteropathy (PE). The distribution pattern of SOM-LI endocrine cells has been studied using the routine single-labelling immunofluorescence technique. Semi-quantitative evaluation of the number of the SOM-immunostained endocrine cells within the mucosal layer of the porcine descending colon has been based on counting of all endocrine cells immunoreactive to SOM per unit area (0,1 mm2). Under physiological conditions the number of SOM-LI endocrine cells has been shown to constitute 3,30±0,22. All applied pathological processes resulted in changes in the SOM–like immunoreactivity, which varied in particular processes studied. The number of SOM-LI endocrine cells increased to 6,28±0,31 and 4,43±0,35 during chemically driven inflammation and proliferative enteropathy, respectively, and decreased to 1,17%±0,16 after axotomy. The obtained results suggest that SOM-LI endocrine cells may participate in various pathological states within porcine descending colon and their functions probably depend on the type of pathological factor.
Abstract in Portuguese:
ABSTRACT.- Gonkowski S. & Ca³ka J. 2012. The influence of selected pathological states on the somatostatin-like immunoreactive (SOM-LI) endocrine cells in the mucosal layer of the porcine descending colon. Pesquisa Veterinária Brasileiia 32(Supl.1):79-83. Division of Clinical Physiology, Faculty of Veterinary Medicine, University of Warmia and Mazury, Oczapowski Str. 13, Olsztyn, 10-957, Poland. E-mail: slawomir.gonkowski@uwm.edu.pl
This study reports on changes in the number of somatostatin–like immunoreactive (SOM-LI) endocrine cells in the porcine descending colon, caused by chemically driven inflammation, axotomy and proliferative enteropathy (PE). The distribution pattern of SOM-LI endocrine cells has been studied using the routine single-labelling immunofluorescence technique. Semi-quantitative evaluation of the number of the SOM-immunostained endocrine cells within the mucosal layer of the porcine descending colon has been based on counting of all endocrine cells immunoreactive to SOM per unit area (0,1 mm2). Under physiological conditions the number of SOM-LI endocrine cells has been shown to constitute 3,30±0,22. All applied pathological processes resulted in changes in the SOM–like immunoreactivity, which varied in particular processes studied. The number of SOM-LI endocrine cells increased to 6,28±0,31 and 4,43±0,35 during chemically driven inflammation and proliferative enteropathy, respectively, and decreased to 1,17%±0,16 after axotomy. The obtained results suggest that SOM-LI endocrine cells may participate in various pathological states within porcine descending colon and their functions probably depend on the type of pathological factor.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Quevedo P.S, Ladeira S.R.L., Soares M.P., Marcolongo-Pereira C., Sallis E.S.V., Grecco F.B., Estima-Silva P. & Schild A.L. 2011. [Tetanus in cattle in southern Brazil: study of 24 outbreaks.] Tétano em bovinos no sul do Rio Grande do sul: estudo de 24 surtos. Pesquisa Veterinária Brasileira 31(12):1066-1070. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br
Twenty-four outbreaks of tetanus occurred in 2009 in beef cattle on farms located in the region of influence of the Regional Diagnostic Laboratory (LRD), southern Rio Grande de Sul, are described. All herds were submitted to vaccination and/or application of anthelmintics between 8 and 25 days before the onset of clinical signs of tetanus. Those were prolapse of the third eyelid, stiff gait, recumbency with limbs extended and off the ground (spastic paralysis), very open eyelids, salivation, hyperexcitability, erect ears, mandibular trismus, food accumulation in the oral cavity, and presence of foam in mouth and nostrils in some cases. At postmortem some animals had necrosis, edema and hemorrhage surrounded by purulent exudate in the muscles where some medicine had been applied. Blood serum and muscle fragments of affected animals were collected for subsequent inoculation into mice. No changes were evident in histological examination. The clinical and epidemiological data associated with the absence of histological lesions allowed the diagnosis of tetanus. The infection probably occurred during the vaccination procedure, by intramuscular injections using contaminated needles. Although tetanus is not an important disease in the region, outbreaks could occur depending on epidemiological conditions. Appropriate care should be taken to avoid major economic losses as those that occurred in 2009 in the region.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Quevedo P.S, Ladeira S.R.L., Soares M.P., Marcolongo-Pereira C., Sallis E.S.V., Grecco F.B., Estima-Silva P. & Schild A.L. 2011. [Tetanus in cattle in southern Brazil: study of 24 outbreaks.] Tétano em bovinos no sul do Rio Grande do sul: estudo de 24 surtos. Pesquisa Veterinária Brasileira 31(12):1066-1070. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br
São descritos vinte e quatro surtos de tétano ocorridos no ano 2009 em bovinos de corte em propriedades situadas na região de influência do Laboratório Regional de Diagnóstico (LRD), sul do Rio Grande de Sul. Todos os rebanhos foram submetidos a procedimentos de vacinação e/ou aplicação de anti-helmíntico entre 8 e 25 dias antes do aparecimento dos primeiros sinais clínicos. O tempo de evolução variou de 12 horas até quatro dias. Os sinais clínicos observados foram: prolapso da terceira pálpebra, andar rígido, dificuldade de flexão dos membros e permanência em decúbito lateral com os membros estendidos e afastados do solo (paralisia espástica), pálpebras muito abertas, sialorréia, hiperexcitabilidade, orelhas eretas, trismo mandibular, acúmulo de alimento na cavidade oral e presença de espuma na boca e narinas em alguns casos. Alguns bovinos apresentavam área de necrose e edema hemorrágico circundada por exsudato purulento nos músculos onde havia sido aplicado algum medicamento. O soro sanguíneo e fragmentos de músculo com lesão de animais afetados foram coletados para posterior inoculação em camundongos. No exame histopatológico não foram evidenciadas alterações. O quadro clínico associado aos dados epidemiológicos e a ausência de lesões histológicas permitiram o diagnóstico de tétano. A infecção, provavelmente ocorreu durante o procedimento de vacinação, através injeções intramusculares utilizando agulhas contaminadas. Apesar do tétano não ser uma clostridiose importante na região fica evidenciado que surtos podem ocorrer em função de condições epidemiológicas adequadas e cuidados devem ser tomados para evitar perdas econômicas importantes como as que ocorreram no ano 2009 na região.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Faleiros R.R., Macoris D.G., Saquetti C.H.C., Aita A.C., Farias A., Malheiros E.B. & Sampaio I.B.M. 2011. Peritoneal fluid changes in horses subjected to small colon distension. Pesquisa Veterinária Brasileira 31(5):367-373. Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias, Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG 31270-901, Brazil. E-mail: faleiros@ufmg.br
Intestinal devitalization in cases of small colon obstruction may be difficult to detect based only in clinical signs. The purpose was to serially evaluate blood and peritoneal fluid of horses subjected to small colon distension. Seventeen adult horses were allotted in three groups. In the small colon-distended group (DG, n=7) a surgically-implanted latex balloon was inflated to promote intraluminal small colon distension. In the sham-operated group (SG, n=5), the balloon was implanted but not inflated, and no surgery was done in the control group (CG, n=5). Blood and peritoneal fluid were sampled before and after (6 samples with a 30-minute interval) intestinal obstruction for cytological and biochemical analyses. No significant changes in clinical signs occurred within groups or across time during the experimental period. There were no statistical differences among SG and SG groups in hematologic and blood chemistry variables. Although total protein concentration and lactate dehydrogenase (LDH) activity in peritoneal fluid remained most of the time within reference values during the experimental period in all groups, increases from baseline values were detected in SG and DG groups. Such increases occurred earlier, progressively and with greater magnitude in the DG when compared with the SG (P<0.05). Increases from baselines values were also observed in total nucleated cells and neutrophils counts in the DG (P<0.05). In conclusion, distension of the equine small colon induced progressive subtle increases in total protein and LDH concentrations in the peritoneal fluid during the first hours. Serial evaluation of these variables in peritoneal fluid may be useful for early detection of intestinal devitalization in clinical cases of equine small colon obstruction.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Faleiros R.R., Macoris D.G., Saquetti C.H.C., Aita A.C., Farias A., Malheiros E.B. & Sampaio I.B.M. 2011. Peritoneal fluid changes in horses subjected to small colon distension. [Alterações no líquido peritoneal de equinos submetidos a distensão do cólon menor.]Pesquisa Veterinária Brasileira 31(5):367-373. Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias, Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG 31270-901, Brazil. E-mail: faleiros@ufmg.br
[Alterações no líquido peritoneal de equinos submetidos a distensão do cólon menor] A desvitalização do cólon menor em equinos pode ser difícil de ser detectada baseando-se apenas em sinais clínicos. O objetivo foi realizar uma avaliação seriada do líquido peritoneal de equinos submetidos à distensão do cólon menor. Dezessete cavalos adultos foram divididos aleatoriamente em três grupos. No grupo distendido (DG, n=7) um balão implantado cirurgicamente foi inflado para promover distensão do cólon menor. No grupo instrumentado (SG, n=5) o balão foi implantado, mas sem promover distensão e no grupo controle (CG, n=5) não houve anestesia ou cirurgia. Sangue e fluido peritoneal foram colhidos antes e durante 180 minutos após a cirurgia para análises citológicas e bioquímicas. Nenhuma interação significativa ocorreu entre grupos e tempos nas variáveis clínicas e hematológicas. Apesar dos valores de proteínas totais e da atividade da lactato desidrogenase (LDH) permanecerem dentro da normalidade durante quase todo o experimento, aumentos em relação aos valores basais ocorreram nos grupos SG e DG. Contudo, tais aumentos foram precoces, progressivos e em maior magnitude em DG quando comparados ao SG, mostrando que a distensão promoveu alterações significativas nessas variáveis (P<0.05). Aumentos em relação aos valores basais também ocorreram nas contagens de células totais nucleadas e neutrófilos (P<0.05). Em conclusão, a distensão experimental do cólon menor promove, nas primeiras horas, alterações subliminares progressivas nas concentrações de proteínas totais e na atividade de LDH no líquido peritoneal. Os resultados indicam que a avaliação seriada do liquido peritoneal pode ser útil para detectar desvitalização intestinal em casos clínicos de obstrução do cólon menor equino.
A desvitalização do cólon menor em equinos pode ser difícil de ser detectada baseando-se apenas em sinais clínicos. O objetivo foi realizar uma avaliação seriada do líquido peritoneal de equinos submetidos à distensão do cólon menor. Dezessete cavalos adultos foram divididos aleatoriamente em três grupos. No grupo distendido (DG, n=7) um balão implantado cirurgicamente foi inflado para promover distensão do cólon menor. No grupo instrumentado (SG, n=5) o balão foi implantado, mas sem promover distensão e no grupo controle (CG, n=5) não houve anestesia ou cirurgia. Sangue e fluido peritoneal foram colhidos antes e durante 180 minutos após a cirurgia para análises citológicas e bioquímicas. Nenhuma interação significativa ocorreu entre grupos e tempos nas variáveis clínicas e hematológicas. Apesar dos valores de proteínas totais e da atividade da lactato desidrogenase (LDH) permanecerem dentro da normalidade durante quase todo o experimento, aumentos em relação aos valores basais ocorreram nos grupos SG e DG. Contudo, tais aumentos foram precoces, progressivos e em maior magnitude em DG quando comparados ao SG, mostrando que a distensão promoveu alterações significativas nessas variáveis (P<0.05). Aumentos em relação aos valores basais também ocorreram nas contagens de células totais nucleadas e neutrófilos (P<0.05). Em conclusão, a distensão experimental do cólon menor promove, nas primeiras horas, alterações subliminares progressivas nas concentrações de proteínas totais e na atividade de LDH no líquido peritoneal. Os resultados indicam que a avaliação seriada do liquido peritoneal pode ser útil para detectar desvitalização intestinal em casos clínicos de obstrução do cólon menor equino.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Grecco F.B., Estima-Silva P., Marcolongo-Pereira C., Soares M.P., Collares G. & Schild A.L. 2011. [Chronic seneciosis in sheep in southern Rio Grande do Sul, Brazil.] Seneciose crônica em ovinos no sul do Rio Grande do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira 31(4):326-330. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br
Two outbreaks of Senecio spp. poisoning in grazing sheep in southern Rio Grande do Sul are described. The disease occurred in 2006 on two farms that were heavily infested with Senecio spp. and had shortage of forage. The morbidity in both outbreaks was 10% and 9.5%, respectively. In one case the sheep were born and had grown up on the farm. On the other, the sheep flock was introduced into the farm some months before the outbreak. Clinical signs included progressive emaciation, apathy, weakness, jaundice and photodermatitis. At necropsy, the sheep had an augmented yellowish and firm liver with irregular capsular surface, and an extended and edematous gallbladder. There was distension and edema of the gallbladder. The cut surface the liver showed well-circumscribed whitish nodules measuring 1-3mm in diameter, which were randomly scattered throughout the hepatic parenchyma. There was also edema of mesentery and ascitis. Histopathological findings of the liver included hepatomegalocytosis, bile duct hyperplasia and periportal fibrosis. There were also swollen hepatocytes, randomly scattered necrotic hepatocytes and nuclear pseudo inclusions. Hepatic encephalopathy (status spongiosus) was observed in the brain in all necropsied sheep. The diagnosis of Senecio poisoning was based on epidemiological data, clinical signs, necropsy findings and histological lesions. It was concluded that despite infrequent, Senecio spp. poisoning in sheep may occur when animals are placed in areas heavily invaded by the plants. Although sheep can efficiently control Senecio spp. in paddocks, this apparently depends on the stocking rate, and outbreaks may occur when stocking rate is less than 0.2 sheep per hectare and when there is severe shortage of forage.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Grecco F.B., Estima-Silva P., Marcolongo-Pereira C., Soares M.P., Collares G. & Schild A.L. 2011. [Chronic seneciosis in sheep in southern Rio Grande do Sul, Brazil.] Seneciose crônica em ovinos no sul do Rio Grande do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira 31(4):326-330. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br
Descrevem-se dois surtos de intoxicação por Senecio spp. em ovinos a campo no sul do Rio Grande do Sul. A enfermidade ocorreu no ano 2006 em duas propriedades que estavam severamente invadidas pela planta e com acentuada escassez de forragem. A morbidade nos dois surtos variou de 10% a 9,5% nas duas propriedades, respectivamente. Na primeira propriedade os animais eram nascidos e criados na área e na outra os ovinos haviam sido adquiridos alguns meses antes do surto. Os sinais clínicos caracterizaram-se por emagrecimento progressivo, apatia, fraqueza, icterícia e fotossensibilização. Macroscopicamente, o fígado dos ovinos necropsiados estava aumentado de tamanho, amarelado, com superfície capsular irregular e vesícula biliar aumentada de tamanho e com edema da parede. Ao corte no fígado havia nódulos bem delimitados, esbranquiçados com 1-3mm de diâmetro. Havia, ainda, ascite e discreto edema de mesentério. Microscopicamente, as lesões hepáticas eram semelhantes em todos os fígados e caracterizadas por megalocitose, fibrose periportal, presença de hepatócitos tumefeitos, vacuolizados e de hepatócitos necróticos distribuídos aleatoriamente pelo parênquima hepático, hiperplasia das células dos ductos biliares e presença de pseudo-inclusões nos núcleos de hepatócitos. Encefalopatia hepática (status spongiosus) foi observada em todos os ovinos necropsiados. O diagnóstico foi baseado na epidemiologia, sinais clínicos, lesões macroscópicas e histológicas observadas. Concluiu-se que, apesar de a intoxicação por Senecio spp. ser pouco frequente em ovinos e essa espécie animal controlar eficientemente a planta, isso, aparentemente, depende da lotação utilizada e surtos da intoxicação podem ocorrer quando esta lotação é menor que 0,2 ovinos por hectare e há carência de forragem acentuada.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Marcolongo-Pereira C., Sallis E.S.V., Grecco F.B., Raffi, M.B., Soares M.P. & Schild A.L. 2011. [Rabies in cattle in southern Rio Grande do Sul: Epidemiology and immunohistochemistry diagnosis.] Raiva em bovinos na Região Sul do Rio Grande do Sul: epidemiologia e diagnóstico imuno-histoquímico. Pesquisa Veterinária Brasileira 31(4):331-335. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br
A retrospective study of paralytic rabies in cattle in southern Rio Grande do Sul, Brazil, diagnosed from 1978 to 2007 by the Regional Diagnostic Laboratory (LRD) of the Veterinary School, Federal University of Pelotas (UFPel), with 77 outbreaks or isolated cases of paralytic rabies in cattle, is reported. A study of 11 outbreaks of rabies, observed from 2008 to 2010 in the same region, where 42 cattle aged 1-6 years died from a total of 686 at risk, with a clinical course of 4 to 14 days, was also made. The morbidity of all outbreaks diagnosed from 1978-2010 ranged from 0.37% to 20%; 24 cases occurred in autumn, 7 in spring, 14 in summer, and 16 in winter. The diagnosis was achieved by epidemiology, clinical signs and histological lesions. Immunohistochemistry using rabies virus polyclonal antibody was positive in all cases. In two cases non-suppurative meningoencephalitis was not observed, and the diagnosis was confirmed by immunohistochemistry. This technique is an important tool for the diagnosis of rabies and should be used in all suspected cases in which no evidence of encephalitis is observed.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Marcolongo-Pereira C., Sallis E.S.V., Grecco F.B., Raffi, M.B., Soares M.P. & Schild A.L. 2011. [Rabies in cattle in southern Rio Grande do Sul: Epidemiology and immunohistochemistry diagnosis.] Raiva em bovinos na Região Sul do Rio Grande do Sul: epidemiologia e diagnóstico imuno-histoquímico. Pesquisa Veterinária Brasileira 31(4):331-335. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br
Foi realizado um estudo retrospectivo de casos de raiva paralítica em bovinos na área de influência do Laboratório Regional de Diagnóstico (LRD) da Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), ocorridos em 1978-2007. Foram estudados também 11 surtos de raiva observados em 2008-2010, na mesma região. Neste período morreram 42 animais de um total de 686 sob risco. A idade dos animais foi de 1-6 anos e o curso clínico de 4-14 dias. No estudo retrospectivo de 1978-2007 foram identificados 77 surtos ou casos isolados de raiva paralítica em bovinos. A morbidade em todos os surtos diagnosticados em 1978-2010 variou de 0,37% a 20%. Vinte e quatro casos ocorreram no outono, sete na primavera, 14 no verão e 16 no inverno. O diagnóstico foi realizado pela epidemiologia, sinais clínicos e lesões histológicas observadas. No estudo dos casos de raiva paralítica em bovinos ocorridos a partir de 2008, o diagnóstico foi confirmado pela técnica de imuno-histoquímica utilizando anticorpo policlonal anti-virus rábico. Em dois destes casos não foi observada meningoencefalite não-supurativa, porém a imuno-histoquímica demonstrou a presença do antígeno viral. Esta técnica é uma importante ferramenta para o diagnóstico de raiva, devendo ser utilizada em todos os casos suspeitos nos quais não se evidenciam lesões de encefalite.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Marcolongo-Pereira C., Schild A.L., Soares M.P., Vargas Jr S.F. & Riet-Correa F. 2010. [Congenital defects in ruminants in southern Brazil.] Defeitos congênitos diagnosticados em ruminantes na Região Sul do Rio Grande do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(10):816-826. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br
Congenital defects in cattle, sheep and buffalo were studied through a review of necropsy files of the Regional Diagnostic Laboratory of the Veterinary Faculty at the Federal University of Pelotas between 1978 and 2009. The occurrence of congenital defects in cattle, sheep and buffalo were 0.88%, 0.36%, and 7.54%, respectively, from all specimens received. Cattle congenital defects of undetermined etiology represented 45.83% of the congenital defects, known hereditary and probably hereditary diseases represented 6.25%, and 29.16%, respectively, and defects associated to environmental factors represented 16.66%. In cattle, of the 48 congenital defects observed 21 (43.75%) affected the skeletal system (chondrodysplasia, scoliosis, lateral deviation of the mandible, palatoschisis and unclassified defect), nine (18.75%) affected the central nervous system (hypoplasia of olfatory and frontal lobes, cerebellar cortical degeneration, spina bifida, congenital hypomielinogenesis, hereditary hypermetria, cerebellar hypoplasia, and pachygiria), nine (18.75%) the muscular system (arthrogryposis), three (6.25%) the cardiovascular system (patent ductus arteriosus and unclassified malformation), one (2.08%) the lymphatic system (hereditary lymphatic hypoplasia), one (2.08%) the alimentary system (atresia ani), and one (2.08%) the eye (congenital blindness). In five cases (10.41%) different systems were affected (diprosopus). Different hereditary diseases (hereditary hypermetry, arthrogryposis, and lymphatic hypoplasia) or diseases suspected of being hereditary (chondrodysplasia) were diagnosed in cattle. Also occurred, with less frequency, congenital defects associated with environmental factors (hypomyelinogenesis due to cooper deficiency) or probably environmental factors (cleft palate, cerebellar hypoplasia, and cerebellar cortical degeneration). In sheep all observed defects were sporadic and affected various systems (anomalous twins and aprosopia). In buffalo all congenital defects were hereditary (arthrogryposis, myotonia and mechano-bullous genodermatoses) or suspected of being hereditary (albinism, megaesophagus and hydranencephaly/cerebellar hypoplasia). It is concluded that sporadic congenital defects are not important in the three species studied. Despite the low frequency congenital defects associated with environmental factors could be important in some regions or farms. Hereditary or probably hereditary diseases are important, not only by the mortality rates, but also because the risk of dissemination of the genes in the different breeds. In water buffalo the high prevalence of hereditary diseases was a consequence of the high consanguinity of the Brazilian buffalo population. Control measures need to be taken to avoid the spread of recessive genes in cattle and buffalo.
Abstract in Portuguese:
ABSTRACT.- Marcolongo-Pereira C., Schild A.L., Soares M.P., Vargas Jr S.F. & Riet-Correa F. 2010. [Congenital defects in ruminants in southern Brazil.] Defeitos congênitos diagnosticados em ruminantes na Região Sul do Rio Grande do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(10):816-826. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br
Foi realizado um estudo dos defeitos congênitas diagnosticados em bovinos, ovinos e bubalinos mediante revisão dos protocolos de necropsia do Laboratório Regional de Diagnóstico da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas entre 1978 e 2009. A ocorrência de defeitos congênitos em bovinos, ovinos e bubalinos representou 0,88%, 0,36% e 7,54% respectivamente, de todos os materiais dessas espécies recebidos. Em bovinos os defeitos esporádicos representaram 45,83% dos diagnósticos, os hereditários 6,25%, os provavelmente hereditários 29,16% e os ambientais ou provavelmente ambientais 16,66%. Dos 48 casos de defeitos congênitos diagnosticados em bovinos 21 (43,75%) afetaram o sistema esquelético (condrodisplasia, escoliose, desvio lateral da mandíbula, fenda palatina e malformação não classificada), nove (18,75%) o sistema nervoso central (hipoplasia dos lobos frontais e olfatórios, degeneração cerebelar cortical, espinha bífida, hipomielinogênese congênita, hipermetria hereditária, hipoplasia cerebelar e paquigiria), nove (18,75%) o sistema muscular (artrogripose), três (6,25%) o sistema cardiovascular (persistência do ducto arterioso e malformação não classificada), um (2,08%) o sistema linfático (hipoplasia linfática), um (2,08%) o sistema gastrintestinal (atresia anal), e, um (2,08%) o olho (catarata congênita). Em cinco casos (10,41%) vários sistemas estavam afetados (diprosopo). Em bovinos foram diagnosticadas diversas doenças hereditárias (hipermetria hereditária, artrogripose, hipoplasia linfática) ou suspeitas de serem hereditárias (condrodisplasia). Ocorreram, também, com menor freqüência, defeitos congênitos de origem ambiental (hipomielinogenese, por carência de cobre) ou possivelmente ambiental (fenda palatina, hipoplasia cerebelar, degeneração cerebelar cortical). Todos os casos de defeitos congênitos observados em ovinos (gêmeos anômalos e aprosopia) afetaram vários sistemas e eram esporádicos. Em bubalinos todas as malformações diagnosticadas são hereditárias (artrogripose, miotonia e dermatose mecânico-bolhosa) ou suspeitas de serem hereditárias (albinismo, megaesôfago e hidranencefalia/hipoplasia cerebelar). Concluiu-se que os defeitos congênitos esporádicos têm pouca importância nas três espécies e que defeitos congênitos de causas ambientais, apesar de pouco freqüentes, podem trazer prejuízos econômicos importantes em determinadas regiões ou estabelecimentos. As doenças hereditárias são importantes não só pela mortalidade mas, também, pela possibilidade de disseminação de genes indesejáveis nas diferentes raças. Em bubalinos a alta frequência de doenças hereditárias na raça Murrah foi atribuída a alta consanguinidade do rebanho brasileiro. Medidas de controle devem ser tomadas para evitar-se a contínua disseminação, principalmente dos genes recessivos, em bubalinos e bovinos.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Xavier D.B., Rosa A.H., Sena H.S., Teixeira D.S., Tomaz C. & Titze-de-Almeida R. 2010. Absence of intestinal colonization by vancomycin-resistant enterococci in nonhuman primates. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(6):491-496. Microbiologia Molecular e Biotecnologia, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Cx. Postal 04508, Brasília, DF 70910-900, Brazil. E-mail: ricardo.titze@hotmail.com
The animal reservoirs of vancomycin-resistant enterococci (VRE) have important role in the epidemiology of the bacteria and resistant genes. The present work searched fecal samples taken off nonhuman primates for the presence of VRE. Resistance profiles, virulence traits, and genetic variability among enterococci isolates were also analyzed. The samples included Capuchin monkeys (Cebus apella, n=28) and Common marmoset (Callithrix penicillata, n=37) housed in the Primate Center of the University of Brasília, Brazil. Most individuals were captive monkeys from the Central-West and South-East regions of Brazil (n=48). We collected rectal swabs and carried out selective isolation followed by multiplex Polymerase Chain Reaction (PCR) to identify species and resistance genes. No vanA or vanB-containing enterococci were found. The carriage rates ranged from 1.5% for the VanC-type E. casseliflavus and E. gallinarum until 12.3% (n=8) for Enterococcus faecalis. All E. faecalis isolates showed susceptibility to vancomycin, teicoplanin, ampicillin, gentamicin, and streptomycin. The virulence genes ace and esp were prevalent (100.0%, 87.5%). Multilocus variable number of tandem repeats (MLVA) revealed diversity in the number of repeats among E. faecalis isolates and targets, which was higher for espC, efa5, and efa6. We identified six different MLVA genotypes that were divergent from those described in human beings. Also, they were clustered into two genogroups that showed host-specificity for the species Cebus apella or Callithrix penicillata. In conclusion, no vanA- or vanB-containing enterococci were found colonizing those primate individuals. This finding suggested that the primate individuals investigated in our study are not directly involved in the epidemiological chain of high-level vancomycin-resistant genes vanA or vanB in Brazil. Our study also showed that E. faecalis isolated from nonhuman primates carry virulence traits and have ability to spread their lineages among different individuals.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Xavier D.B., Rosa A.H., Sena H.S., Teixeira D.S., Tomaz C. & Titze-de-Almeida R. 2010. Absence of intestinal colonization by vancomycin-resistant enterococci in nonhuman primates. [Ausência de enterococos resistentes à vancomicina na microbiota intestinal de primatas não-humanos.] Pesquisa Veterinária Brasileira 30(6):491-496. Microbiologia Molecular e Biotecnologia, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Cx. Postal 04508, Brasília, DF 70910-900, Brazil. E-mail: ricardo.titze@hotmail.com
Os reservatórios animais de Enterococos Resistentes à Vancomicina (VRE) têm um importante papel na epidemiologia destas bactérias e dos respectivos genes de resistência. O presente estudo examinou a presença de VRE em amostras fecais obtidas de primatas não-humanos. Foram analisados os perfis de resistência, as características de virulência e a variabilidade genética dos isolados. A amostragem incluiu macacos Prego (Cebus apella, n=28) e Sagüis do cerrado (Callithrix penicillata, n=37) alojados no Centro de Primatologia da Universidade de Brasília, Brasil. A maioria dos indivíduos amostrados foram macacos apreendidos na região Centro-Oeste e Sudeste do Brasil (n=48). Assim, foram coletados swabs retais e realizado o isolamento seletivo, seguido da Reação de Polimerização em Cadeia (PCR) multiplex para identificar espécies e genes de resistência. Não foram isolados enterococos contendo os genes vanA ou vanB. A porcentagem de enterococos variou de 1,5% para E. casseliflavus e E. gallinarum VanC até 12,3% (n=8) para Enterococcus faecalis. A totalidade dos isolados da espécie E. faecalis demonstrou sensibilidade aos antimicrobianos vancomicina, teicoplanina, ampicilina, gentamicina e estreptomicina. Os genes de virulência ace e esp foram prevalentes (100%, 87.5%). A análise em multilocus de repetições em tandem de número variável (MLVA) revelou diversidade no número de repetições entre os isolados de E. faecalis, que foi mais alta para espC, efa5 e efa6. Foram identificados seis diferentes genotipos de MVLA, divergindo daqueles já descritos em humanos. Os genotipos foram ainda agrupados em dois genogrupos, demonstrando especificidade de hospedeiro para as espécies Cebus apella ou Callithrix penicillata. Concluindo, não foram isoladas linhagens de enterococos contendo os genes vanA ou vanB colonizando as espécies de primatas analisadas. O presente estudo demonstrou que os isolados de E. faecalis obtidos de primatas não-humanos apresentam determinantes de virulência e possuem a habilidade de disseminar linhagens entre diferentes indivíduos.
Abstract in English:
ABSTRACT.- Grecco F.B., Schild A.L., Soares M.P., Marcolongo-Pereira C., Estima-Silva P. & Sallis E.S.V. 2010. [Epidemiological aspects and hepatic lesions pattern in 35 outbreaks of Senecio spp. poisoning in cattle in southern Brazil.] Aspectos epidemiológicos e padrões de lesões hepáticas em 35 surtos de intoxicação por Senecio spp. em bovinos no sul do Rio Grande do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(5):389-397. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br
The study aimed to characterize morphological patterns of 59 liver samples of Senecio spp. poisoned cattle from 35 outbreaks, observed in southern Rio Grande do Sul, Brazil, from 2000 to 2009. The lesions were associated with epidemiological changes during these years. The climate changes concerning accumulated rain and mean temperature during the different seasons were analyzed. The macroscopic and histological lesions were classified into 6 different patterns. The macroscopic classification was made according to capsular pattern, hepatic cut surface discoloration, and the presence of nodules. The histological classification was based on the distribution of fibrosis, the amount of megalocytes in 10 high magnification fields, and on bile duct proliferation. Pattern 1 was characterized by a whitish liver, diffuse fibrosis, severe bile duct proliferation, and discrete megalocytosis; pattern 2 was characterized by nodules consisting of groups of hepatocytes surrounded by fibrosis, severe bile duct proliferation, and discrete to mild megalocytosis; pattern 3 was characterized by a macro-nodular aspect to the cut surface with hepatic lobules surrounded by a thin septa of fibrous tissue, severe bile duct proliferation, and mild megalocytosis; pattern 4 was characterized by a non-nodular surface with marble aspect, mild to severe bile duct proliferation, and megalocytosis; pattern 5 was characterized by a non-nodular surface and bridging or diffuse fibrosis, mild megalocytosis, and severe bile duct proliferation; and pattern 6 was characterized by a non-nodular surface, severe megalocytosis, discrete bile duct proliferation, and incipient fibrosis of the portal system, central vein or among hepatocyte cords. The results of macroscopic and histological liver analysis showed that patterns 1, 2 and 4 were the most frequently observed. The results of this study demonstrated that the macroscopic lesion observed in Senecio poisoned cattle is variable. Histologically this variation is related to the amount and distribution of fibrosis, megalocytosis and bile duct proliferation observed in each liver. Age of the cattle, evolution period of poisoning and clinical signs did not interfere on the pattern of lesions observed. On the other hand, climatic conditions probably had influence on increased disease prevalence due to major availability of Senecio spp. plants.
Abstract in Portuguese:
RESUMO.- Grecco F.B., Schild A.L., Soares M.P., Marcolongo-Pereira C., Estima-Silva P. & Sallis E.S.V. 2010. [Epidemiological aspects and hepatic lesions pattern in 35 outbreaks of Senecio spp. poisoning in cattle in southern Brazil.] Aspectos epidemiológicos e padrões de lesões hepáticas em 35 surtos de intoxicação por Senecio spp. em bovinos no sul do Rio Grande do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(5):389-397. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br
O presente estudo teve como objetivo caracterizar os diferentes padrões morfológicos hepáticos em 59 fígados de bovinos intoxicados por Senecio spp. provenientes de 35 surtos observados na área de influência do Laboratório Regional de Diagnóstico da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (LRD) de 2000-2009, dos quais havia registro fotográfico das lesões macroscópicas, fazendo uma relação com as variações epidemiológicas observadas no período. Foram analisadas as variações climáticas referentes à precipitação pluviométrica e temperatura média nas diferentes estações do ano ocorridas neste intervalo de tempo. As alterações hepáticas macro e microscópicas foram agrupadas em padrões morfológicos semelhantes. Foi considerada como critérios de classificação macroscópica a coloração das superfícies capsular e de corte e a presença ou não de nódulos; e como critérios para a classificação histológica a quantidade e distribuição da fibrose, o número de megalócitos por campo de maior aumento, o grau estimado de proliferação de ductos biliares e a presença de hepatócitos vacuolizados. O Padrão 1 caracterizou-se por fígado esbranquiçado, fibrose difusa, acentuada proliferação de células de ductos biliares e megalocitose discreta; o Padrão 2 por presença de nódulos correspondentes a grupos de hepatócitos ou lóbulos hepáticos circundados por tecido conjuntivo fibroso, acentuada proliferação de células de ductos biliares e megalocitose de discreta a moderada; o Padrão 3 por superfície de corte com aspecto macronodular correspondente a lóbulos hepáticos circundados por delgado cordão de tecido conjuntivo, acentuada proliferação de ductos biliares e megalocitose moderada; o Padrão 4 por superfície sem nodulações e com aspecto marmorizado e histologicamente por fibrose em ponte, megalocitose e proliferação de células de ductos de moderadas a acentuadas; o Padrão 5 por superfície sem nodulações e microscopicamente por fibrose em ponte a difusa, megalocitose moderada e acentuada proliferação de células de ductos; e, o Padrão 6 por superfície sem nodulações e microscopicamente por megalocitose acentuada, proliferação de ductos discreta e fibrose em estágio inicial localizada nos espaços porta e veia centrolobular ou como colágeno imaturo entre os cordões de hepatócitos. Os resultados da análise macroscópica e histológica dos fígados dos bovinos demonstraram que os Padrões 1, 2 e 4 foram os mais frequentemente encontrados. Os resultados deste trabalho demonstram que a lesão hepática macroscópica que ocorre em bovinos intoxicados por Senecio spp. é variável e que histologicamente esta variação está relacionada à distribuição e a quantidade da fibrose, à quantidade de megalócitos e à proliferação biliar observadas em cada fígado. A idade dos animais, o tempo de evolução da intoxicação e os sinais clínicos não interferem nos padrões de lesões hepáticas encontradas. Por outro lado, as condições climáticas provavelmente tiveram influência no aumento da freqüência da doença devido ao aumento da disponibilidade da planta.