Resultado da pesquisa (401)

Termo utilizado na pesquisa intoxicação

#361 - Poisoning of cattle by Palicourea marcgravii (Rubiaceae) in Brazil

Abstract in English:

Clinical and pathological data are given on the experimental poisoning of cattle by Palicourea marcgravii St. Hil., a shrub of the Rubiaceae family, and the most important toxic plant for cattle in Brazil. Fresh leaves were administered orally in single doses to 30 animals 28 of which died; the dried leaves were given either as a single dose to 11 animals four of which died, or, to determine whether the plant has an accumulativt toxic effect, in repeated doses of fractions of the lethal dose to five animals three of which died. Also described are clinical and pathological data of cases diagnosed as natural poisoning of cattle by P marcgravii. These experimental and natural poisonings were studied in different geographical regions of Brazil, with the exception of the South, between 1957 and 1985. The experiments confirmed that P marcgraviiis highly toxic for cattle; doses from 0.6 g/kg of body weight on of the fresh leaves always caused death. The dried leaves were also toxic, but there was great variation in toxicity. In some experiments the dried leaves retained their toxicity, while in others it was greatly reduced. The cause of this variation was not established. It was shown that the plant has an accumulative toxic effect which was evident with daily quantities of 1/5 of the lethal dose, and still noticeable with daily doses of 1/10 of the lethal dose. These same doses given weekly, or the administration of smaller daily doses did not cause symptoms. Symptoms and death of the bovines could be caused or precipitated by exercise, but the majority of the animals in these experiments died without being exercised. Single doses of fresh or dried leaves of P. marcgravii caused the clinical picture of "sudden death", a poisoning of peracute course lasting generally from 1 to 10 minutes, up to a maximum of 85 minutes. Of the three animals that died after repeated administrations of the plant, one showed clear symptoms for only 1 minute, while the other two had symptoms which lasted for 12 and 55 hours. In all experiments symptoms were characterized mainly by: positive venous pulse, instability, muscular tremors, lying down or falling into a stemalabdominal or lateral position, tachypnea, peddling movements with the legs, opisthotonus, firm closing of the eyelids, bellowing and death. Post-mortem examination revealed no lesions in almost half of the animals, and only few and inconsistent lesions consisting mainly of hemorrhages in the epicardium and congestion of the lungs in the others. The few histopathological changes that were found were concentrated mainly in the heart, kidney and liver. The most characteristic lesion, a hydropic-vacuolar degeneration of the epithelial cells of the distal convoluted tubules in the kidney, was seen in 17 of the 28 bovines (60%) which died after eating the fresh leaves: in none of the four animals which died after ingesting a single dose of the dried leaves, and in two of the three which died after repeated doses of the dried leaves. It is stressed that the most important feature for the diagnosis of P marcgravii poisoning is the symptomatology of "sudden death", and, when present, the microscopic lesion in the kidney.

Abstract in Portuguese:

São fornecidos os dados clínico-patológicos a respeito da intoxicação experimental em bovinos por Palicourea marcgravii, arbusto da família Rubiaceae, a planta tóxica mais importante para bovinos no Brasil. Foram. realizados experimentos com administrações únicas das folhas frescas (em 30 bovinos, dos quais 28 morreram) e das folhas dessecadas (em 11 bovinos, dos quais 4 morreram) e com administrações repetidas de doses subletais das folhas dessecadas para verificar se a planta possui efeito acumulativo (em 5 bovinos, dos quais 3 morreram). São também apresentados os dados clínico-patológicos de casos diagnosticados de intoxicação espontânea em bovinos por P. marcgravii. Esses estudos, tanto da intoxicação experimental como da espontânea, foram realizados nas diversas regiões do Brasil, exceto a Sul, no período de 1957 a 1985, confirmando-se que P. marcgravii é altamente tóxica para bovinos. Doses a partir de 0,6 g/kg das folhas frescas causaram sempre a morte dos bovinos. Em relação às folhas dessecadas, houve grande variação quanto à toxidez, que tanto podia conservar-se integralmente como reduzir-se bastante, não se estabelecendo a causa dessa variação. A planta demonstrou possuir efeito acumulativo quando administrada diariamente; esse efeito era acentuado com doses de 1/5 da dose letal e se fez sentir ainda nas dosagens diárias de 1/10 da dose letal. As mesmas doses, dadas semanalmente, ou doses menores diárias, não causaram sintomas. Estes, e a morte dos bovinos, puderam ser provocados ou precipitados pelo exercício, porém a maioria dos bovinos morreu sem ter sido exercitada. A ingestão de P. marcgravii em dose única da planta fresca ou dessecada causou o quadro clínico de "morte súbita", isto é, intoxicação de evolução superaguda, geralmente de 1 a 10 minutos, no máximo até 85 minutos. Um dos 3 bovinos que morreram após administrações repetidas da planta mostrou sintomas nítidos durante somente 1 minuto, enquanto nos outros dois a evolução durou 12 e 55 horas. Os sintomas, em todos os experimentos, caracterizaram-se principalmente por pulso venoso positivo, instabilidade, tremores musculares, o animal deitava-se ou caía em decúbito esterno-abdominal e lateral, taquipnéia, movimentos de pedalagem, cabeça em opistótono, cerração das pálpebras, berros e morte. À necropsia, em todos os experimentos, chamou a atenção que em quase metade dos bovinos (17 /35) não foram encontradas alterações, e nos restantes as lesões foram poucas e inconsistentes, constando principalmente em hemorragias no epicárdio e congestão dos pulmões. Os achados histopatológicos foram escassos em todos os experimentos; foram encontradas alterações principalmente no coração, rim e fígado. As lesões que mais chamaram a atenção foram verificadas no rim, sob a forma de degeneração hidrópico-vacuolar dos túbulos contornados. distais, verificada em 17 dos 28 bovinos (60%) que morreram pela ingestão das folhas frescas, mas ausentes nos 4 bovinos que morreram pela ingestão de doses únicas das folhas dessecadas e em 2 dos 3 que morreram pela ingestão repetida das folhas dessecadas. Em relação ao diagnóstico da intoxicação espontânea por P. marcgravii, é salientado que se deve dar importância especial à sintomatologia, a "morte súbita"; a lesão histológica renal, quando presente, é de grande valor.


#362 - Intoxication by Cassia occidentalis (Leguminoseae) in swine

Abstract in English:

Two outbreaks of intoxication by Cassia occídentalis in pigs occurred on a farm located in the municipality of Águas de Chapecó, Santa Catarina, Brazil. The ingestion occurred after com mixed with C occidentalis seeds, hervested on a plantation with large amounts of the plant in the fruiting stage, was introduced into the diet. In July, 1983, from a total of 1200 pigs, 460 were affected and 420 died as a consequence of the disease. In June, 1984, of 800 animals, 40 were affected and 38 died. Clinical signs were characterized by anorexia, apathy, ataxia, diarrhea, vomiting, dyspnea, and lateral recumbency, with death occurring between eight and twelve days after ingestion was initiated. Postmortem examination of skeletal and cardiac muscles showed areas of paleness together with normal areas; the liver was pale and enlarged. Histological examination showed degeneration of skeletal and cardiac muscles and vacuolization of hepatocytes. The disease was experimentally reproduced in four swine, three ingesting seeds of C occidentalis comprising 20% of the ration, and one that ingested ration containing 10% seeds. The four animmals died seven to eight days after the start of the experiment. Clinical signs and pathological alterations were similar to those observed in field cases.

Abstract in Portuguese:

Descrevem-se 2 surtos de intoxicação por sementes de Cassia occidentalis em suínos, em uma granja localizada no município de Águas de Chapecó, Santa Catarina. A ingest:ro ocorrem após ser introduzido na alimentação das animais, milho misturado com sementes de C. occidentalis, colhido em uma lavoura com grandes quantidades da planta em estágio de frutificação. Em julho de 1983 adoeceram 460 suínos e morreram 420 de um total de 1200 e, em junho de 1984 adoeceram 40 e morreram 38 de um total de 800. Os sinais clínicos, observados 3 dias após o início da ingestão caracterizaram-se por anorexia, apatia, ataxia, diarréia, vômitos, urina amarelo escura, dispneia, decúbito lateral e morte 8 a 12 dias após o início da ingestão. As principais lesões macroscópicas caracterizaram-se por áreas de palidez intercaladas com áreas de coloração normal nos músculos esqueléticos e cardíaco, e fígado aumentado de tamanho e com coloração mais clara que a normal. Histologicamente observou-se degeneração dos músculos esqueléticos e cardíaco e vacuolização dos hepatócitos. A doença foi reproduzida experimentalmente em 4 suínos, 3 que ingeriram sementes de C. occídentalis misturadas a 20% com a ração e 1 que ingeriu as sementes a 10%. Os 4 animais morreram 7 a 8 dias após o início da administração. Os sinais clínicos e patologia observados foram similares à dos casos espontâneos.


#363 - Experimental poisoning by Mascagnia pubiflora (Malpighiaceae) in rabbits

Abstract in English:

The dried and powdered leaves or fruit of Mascagnia pubiflora Griseb., a plant toxic for cattle, were administered by stomach tube to 14 and 9 rabbits, respectively. The plant, stored in the shade at room temperature for two to nine months after collection in the State of Mato Grosso do Sul, was shown to be toxic for this species also. The fruit proved to be approximately six times more toxic than the leaves. Six grams of the dried leaves per kilogram of body weight killed four of five rabbits, 4 g/kg killed three of eight, while 2 g/kg did not kill the one rabbit receiving that dose. Regarding the fruit, doses of 1 g/kg or above killed the five rabbits in each group, but 0.5 g/kg did not kill the four rabbits of that group. The first symptoms of poisoning with leaves were noted between 6h 02min. and 45h 39min., and with fruit between 2h 18min. and 20 hours after administration. The course of the poisoning lasted two to three minutes in the case of the leaves, and one to two minutes in the case of the fruit. Toe main symptoms, identical for rabbits receiving leaves or fruit, were those of "sudden death": the rabbits made sudden violent, uncontrolled movements and fell on their side; respiration became difficult and the animals died. In both groups of rabbits post-mortem examination showed congestion of the liver, and secondly, congestion of the lungs, while histology revealed degenerative and vascular alterations in the liver, kidneys and heart. These experiments show that the rabbit can be used as a small experimental animal in the continuation of the studies on the toxic properties of M pubiflora, and in the identification work of the toxic principles. It is probable that the leaves and fruit contain the sarne toxic elements.

Abstract in Portuguese:

As folhas e os frutos dessecados de Mascagnia pubiflora (Juss.) Griseb., planta tóxica a bovinos, foram administrados por sonda gástrica a 14 e 9 coelhos, respectivamente. A planta,·colhida em setembro de 1984 no Estado de Mato Grosso do Sul e guardada na sombra à temperatura ambiente durante 2 a 9 meses, demonstrou possuir toxidez também para essa espécie animal. Em relação à dose letal das folhas, 6 g/kg mataram 4 de 5 coelhos, 4 g/kg mataram 3 de 8 coelhos, 2 g/kg não mataram o único coelho que recebeu a planta nessa dosagem; em relação aos frutos, doses a partir de 1 g/kg mataram todos os 5 coelhos, enquanto que 0,5 g/kg não matou nenhum dos 4 coelhos. Dessa maneira, os frutos foram cerca de 6 vezes mais tóxicos que as folhas. Os coelhos mostraram os primeiros sintomas de intoxicação, no caso das folhas, entre 6h 02min. e 45h 39min., e no caso dos frutos, entre 2h 18min. e 20 horas, após a sua administração. A evolução do quadro clínico, no caso das folhas, foi de 2 a 3 minutos, e no caso dos frutos, de 1 a 3 minutos. O quadro clínico foi o mesmo, tanto nos coelhos que receberam as folhas, como nos que receberam os frutos. Esse quadro foi o da "morte súbita", isto é, os coelhos, de repente faziam movimentos desordenados violentos, caíam de lado, tinham a respiração difícil e logo morriam. Também os achados de necropsia e as alterações histopatológicas eram os mesmos para os animais intoxicados pelas folhas e pelos frutos. O achado de necropsia mais comum foi congestão hepática, em segundo lugar foi congestão pulmonar. Nos exames histopatológicos os órgãos principalmente afetados foram fígado, rim e coração, sob forma de alterações degenerativas e vasculares. Esses experimentos mostram que o coelho pode ser usado como animal experimental de pequeno porte na continuação dos estudos sobre a ação tóxica da planta, bem como nos trabalhos de isolamento e identificação de seus princípios ativos. É provável que as folhas e os frutos encerrem os mesmos princípios tóxicos.


#364 - Experimental poisoning by Vernonia mollissima (Compositae) in rabbits

Abstract in English:

The dried and powdered sprouts of Vernonia mollissima Don (fam. Compositae), a plant toxic for cattle, sheep and goats, were administered by stomach tube to 24 rabbits nine to 15 months after collection. The plant was shown to be toxic for this species also, but with much variation in the lethal dose: six grams per kilogram of body weight caused the death of three out of four animals; 4 g/kg-two of four; 2 g/kg-three of four; 1 g/kg-one of four; 0.5 g/kg-one of four; whereas with 0.25 g/kg all four rabbits survived. In all cases first symptoms were noted between one and eight days after administration of the plant. The course of the poisoning lasted from two to seven days in the ten lethal cases and from eight to 14 days in the three rabbits that showed moderate to severe symptoms but went on to recover. The main symptoms were anorexia with fewer smaller dark feces. These animals also drank less and urinated less. The main post-mortem findings were seen in the liver, kidneys and digestive tract. The color of the liver was lighter than normal and its lobulation could be distinguished; the kidneys were much lighter in color both inside and out; and congestion and hemorrhages were seen in the digestive tract, mainly in the stomach mucosa. Microscopic examination revealed a severe toxic nephrosis as the principal lesion in all 10 rabbits that died: a majority of the epithelial cells of the uriniferous tubules in the cortex suffered coagulation necrosis, with distrophic calcification in five cases. Severe lesions were also observed in the livers of all 10 rabbits: severe steatosis associated with an albuminous-granular-vesicular degeneration of all or the greater part of the liver parenchyma; the steatosis affected most heavily the liver cells on the periphery of the lobule and diminishing in intensity towards the center of the lobule where albuminous-granularvesicular degeneration predominated. These experiments show that the rabbit can be used as a small experimental animal in the continuation of studies of V. mollissima in regard to toxic principais and effects, but the great individual variation in sensibility to the toxic action of the plant among rabbits must always be kept in mind.

Abstract in Portuguese:

A brotação dessecada e pulverizada de Vernonia mollissima Don, planta tóxica a bovinos, ovinos e caprinos, administrada a 24 coelhos por via intragástrica, entre 9 e 15 meses após sua colheita, demonstrou possuir toxidez também para essa espécie animal; porém a dose letal variou muito: 6 g/kg causaram a morte de três de quatro coelhos, 4 g/kg, de dois de quatro coelhos, 2 g/kg, de três de quatro coelhos, 1 g/kg, de um de quatro coelhos, 0,5 g/kg, também de um de quatro coelhos; com 0, 25 g/kg os quatro coelhos usados sobreviveram. Os primeiros sintomas apareceram entre 1 e 8 dias após a administração da planta (casos letais e não letais). A evolução da intoxicação, nos 10 casos letais, foi de 2 a 7 dias, e nos 3 coelhos que adoeceram mas se recuperaram, de 8 a 14 dias. Os sintomas foram principalmente anorexia e diminuição das fezes (acentuada), da sede e da urinação. Os achados de necropsia localizaram-se principalmente no fígado, nos rins e no aparelho digestivo. O fígado era mais claro e percebia-se sua lobulação; os rins eram bem mais claros, tanto na superfície como ao corte, e no aparelho digestivo se observaram, principalmente na mucosa do estômago, congestão e hemorragias. Os exames histopatológicos revelaram em todos 10 coelhos que morreram, como alteração mais importante, grave nefrose tóxica, sob forma de necrose por coagulação das células epiteliais da maior parte dos túbulos uriníferos da cortical, em 5 casos com calcificação distrófica; no fígado também foram constatadas alterações graves, em todos 10 coelhos, consistindo em acentuada esteatose associada a uma degeneração albuminosa granular vesicular afetando todo ou a maior parte do parênquima hepático; a esteatose afetava em grau acentuado as células hepáticas na periferia do lóbulo, diminuindo em intensidade em direção ao centro do lóbulo, onde predominava a degeneração albuminosa granular vesicular. Concluiu-se que o coelho pode ser usado como animal experimental de pequeno porte na continuação dos estudos sobre a ação tóxica de V. mollissima, bem como nos trabalhos de identificação de seus princípios ativos, mas é preciso sempre levar em consideração a grande variaçao na sensibilidade dos coelhos à ação tóxica da planta.


#365 - Dental lesions in cattle and sheep due to industrial pollution caused by coal combustion

Abstract in English:

Diverse dental lesions were verified on 11 farms located between 1.2 and 9.6 km from a coal-combustion thermoelectric plant in the municipality of Bagé, Rio Grande do Sul, Brazil. The incisor teeth of some animals appeared opaque with white spots, yellowishbrown discoloration and hypoplasia of the enamel. Gingival hyperplasia was also seen. These lesions were numerous on the farms close to the plant and less frequent on those more distant. The most important alteration was dental wear. Incisor teeth of cattle from farms near the plant were completely worn down by the time the animals were six to seven years of age; the degree of wear was related to the distance between the farms and the plant as a linear function [Y = 4.11 + (- 0.42x); r2 = 0.75 (P < O.OS)]. Histological lesions of permanent incisors were characterized by hyperplasia of the cernentum, proliferation of the dentin, and periodontal pocketing with alveolar bone resorption. Excessive and irregular wear was also observed in prernolar and molar teeth. Sheep presented lesions similar to those observed in cattle; ewes three to four years old showed completely worn down incisors. Fluoride levels in cattle on a farm located 2.45 km from the plant varied from 1091 to 5673 ppm (X̅ = 2539 ppm) in nine humerus bones and from 389 to 2931 ppm (X̅ = 1346 ppm) in 21 mandibles. These levels decreased as the distance from the plant increased; on a farm 7.5 km away, fluoride levels were 386 ppm in humerus bones and 265 ppm in mandibles. The results obtained confirm the diagnosis of fluoride poisoning, a condition that was previously described in the city of Rio Grande, Rio Grande do Sul, and attributed to pollution cause d by phosphate processing factories. In the Candiota region the enamel lesions were less pronounced and the fluoride levels lower than those observed in Rio Grande, however, the dental wear was much more accentuated in the animals from Candiota. Two factors might be responsible for this dental wear: the abrasive effect of particles eliminated into the air during coal combustion, the most important of which appears to be silica; and the decrease in the resistance of the enamel as a consequence of fluoride poisoning.

Abstract in Portuguese:

Diversas lesões dentárias foram constatadas em 11 propriedades localizadas entre 1,2 e 9,6 km de urna usina termoelétrica no município de Bagé, Rio Grande do Sul. Os dentes incisivos de alguns animais apresentavam-se opacos, com manchas brancas, pigmentação amarelo-marrom, hipoplasia do esmalte. Hiperplasia da gengiva também ·foi observada. Tais lesões eram consideráveis nos estabelecimentos mais próximos da usina e discretas nos demais. A alteração mais importante era o desgaste dentário. Os bovinos dos estabelecimentos mais próximos da usina apresentavam desgaste completo dos seus incisivos aos 6 ou 7 anos de idade; o grau de desgaste esteve relacionado à distância entre os estabelecimentos e a usina como uma função linear Y = 4,11 + (- 0,42. x); r2 = 0,75 (P < 0,05). As lesões histológicas dos incisivos permanentes foram caracterizadas por hiperplasia do cemento, proliferação de dentina reacional, e formação de bolsa peridentária com reabsorção do osso alveolar. Desgaste excessivo e irregular foi observado também em dentes premolares e molares. Os ovinos apresentaram lesões similares às dos bovinos; ovelhas de 3 à 4 anos de idade apresentavam desgaste total de seus incisivos. Os níveis de flúor em bovinos, em um estabelecimento situado a 2,45 km da usina variaram de 1091 a 5673 ppm (X̅ = 2539 ppm) em nove úmeros e de 389 a 2931 ppm (X̅= 1346 ppm) em 21 mandíbulas. Os níveis de flúor diminuíram a medida que aumentava a distância da usina; em um estabelecimento situado a 7 ,5 km os níveis foram de 386 ppm em úmero e 265 ppm em mandíbula. Os resultados obtidos confirmam o diagnóstico de intoxicação por flúor, doença que foi diagnosticada anteriormente no município de Rio Grande, RS, como conseqüência da poluição causada por fábricas de adubo. Na região de Candiota as lesões do esmalte são menos pronunciadas e os níveis de flúor mais baixos que os observados em Rio Grande; o desgaste dentário, no entanto, é muito mais acentuado nos animais de Candiota. Dois fatores seriam responsáveis pelo desgaste dentário: o efeito abrasivo dos particulados eliminados com o efluente da combustão de carvão, dos quais o mais importante pareceria ser o silício; a diminuição da resistência do esmalte como conseqüência da intoxicação por flúor.


#366 - Experimental poisoning of rabbits by Mascagnia aff. rigida (Malphighiaceae)

Abstract in English:

The dried and powdered leaves of Mascagniaaff. rigida (Juss.) Griseb., a plant toxic forcattle, were administered by stomach tube to 31 raobits, in doses which varied from 0.25 to 2.5 g/kg of body weight. Fourteen rabbits died. The lethal dose was quite constant; 2 g/kg killed all rabbits, 1 g/kg killed anywhere from none to all of the rabbits depending on when and where the plant was collected, 0.5 g/kg caused the death of only one rabbit. First symtoms were seen from 2h 45min. to 10h 30min. after ingestion of the plant. The course of the poisoning lasted from 1 to 4 minutes. The symptoms were those of "sudden death": the rabbit suddenly made violent uncontrolled movements, struggled or jumped, and then generally fell on its side. Respiration became difficult, intermittent and the animal died. From the beginning of symptoms until death half of the rabbits emitted screams. The post-mortem findings consisted only in slight lesions in the liver. Histopathological changes of degenerative-necrotic and vascular nature were found in the liver, as well as degenera tive lesions in the kidney and heart. In the liver there was necrosis, vacuolization and albuminous-granular degeneration, congestion, dissociation, and compressive atrophy of the liver cords, presence of eosinophilic sphaerules in the sinusoids and edema of Disse's space. The kidney showed hydropic-vacuolar degeneration of the epitelial cells of the distal convoluted tubules, swelling of the epithelial cells of the convoluted tu bules of the cortico-medular junction and fatty changes in various locations. Intracellular edema and dissociation of the muscle fibers, along with foci of increased eosinophilia were found in the heart.

Abstract in Portuguese:

As folhas dessecadas e pulverizadas de Mascagnia aff. rigida (Juss.) Griseb., planta tóxica para bovinos, foram administradas por via intragástrica a 31 coelhos, em quantidades que variaram de 0,25 a 2,5 g da planta por kg de peso vivo. Morreram 14 coelhos. A dose letal foi bastante constante; 2g/kg causaram a morte de todos os coelhos, enquanto que 1g/kg causou a morte de nenhum ou de todos os coelhos, dependendo da época da coleta e da procedência da planta; dos que receberam a dose de 0,5 g/kg apenas um coelho morreu. O início dos sintomas de intoxicação ocorreu de 2h 45min. a 10h 30min. após a administração da planta. A evolução da intoxicação durou de 1 a 4 minutos. Os sintomas de intoxicação foram os da síndrome de "morte súbita": o coelho fazia repentinamente movimentos desordenados violentos, debatia-se ou pulava, e em seguida geralmente caía de lado. A respiração tornava-se difícil, espaçada e o animal morria. Desde o início do aparecimento dos sintomas até à morte, cerca de metade dos coelhos emitiam gritos com maior ou menor freqüência. Os achados de necropsia se limitaram a leves alterações do fígado. Os exames histopatológicos revelaram alterações degenerativo-necróticas e vasculares no fígado, e degenerativas no rim e coração. No fígado foram observados necrose, vacuolização citoplasmática (em parte dos casos positivo para gordura) e degeneração albuminosa-granular dos hepatócitos, congestão, dissociação dos cordões hepáticos, atrofia compressiva desses, presença de esférulas eosinofílicas nos sinusóides e edema dos espaços de Disse; no rim, degeneração hidrópico-vacuolar das células epiteliais dos túbulos contornados distais, tumefação das células epiteliais dos túbulos contornados na junção córtico-medular e esteatose de variável localização; no coração, edema intracelular das fibras cardíacas, afastamento entre estas e presença de focos de eosinofilia aumentada no músculo cardíaco.


#367 - Intoxication by Solanum fastigiatum var. fastigiatum: evolution and reversibility of the lesions in cattle and susceptibility of sheep, rabbits, guinea pigs and rats

Abstract in English:

The evolution of lesions caused by Solanum fastigiatum var. fastigiatum in the central nervous system of cattle was studied experimentally in 7 calves. The doses used varied from 75 to 1,163 g/kg of body weight, administered in periods from 15 to 620 days. Initial alterations were characterized by vacuolation of Purkinje cells and the presence of axonal spheroids in the cerebellar granular layer. Later there was a loss of Purkinje cells which were replaced by astroglia. Axonal spheroids suffered wallerian degeneration and, as a consequence microcavitation and proliferation of astroglia were observed. Simultaneously with the degenerative process, perivascular cuffing, consisting mainly of macrophages, was observed. The reversibility of the lesions was studied in four calves, two of which received 440 g/kg of body weight while the other two received 350 g/kg. One of the animals which received 440 g/kg during 140 days and another which received 350 g/kg during 107 days were slaughtered at the end of plant administration. The remaining two animals were maintained without the plant for an additional 113 and 63 days, respectively, and then slaughtered. This study showed that lesions in the pericaryon and axons of Purkinje cells, are slowly reversible, and that some spheroids probably originating from the lost Purkinje cells, suffer wallerian degeneration. The lesions observed, as well as their evolution, are similar to those described in storage diseases. The fact that these alterations are slowly reversible points to the possibility thant the disease occurs as a consequence of an enzymatic inhibition or from the presence of a slowly hydrolyzed substance in the plant. In order to study the susceptibility to the intoxication by Solanum fastigiatum var. fastigiatum, three sheep were fed 430 g/kg of body weight in a period of 202 to 370 days, while six rabbits, six guinea pigs and eight rats received 10% of the plant in a commercial feed during 120 days. Of all species tested, only sheep were susceptible to the intoxication showing lesions similar to those observed in calves.

Abstract in Portuguese:

Foi estudada a evolução das lesões do sistema nervoso central causadas por Solanum fastigiatum var. fastigiatum em 7 bovinos. Utilizaram-se doses que variaram de 75 g/kg de peso a l.163 g/kg de peso administradas num período entre 15 e 620 dias. As alterações iniciais caracterizaram-se por vacuolização das células de Purkinje e presença de esferóides axonais localizados na substância branca cerebelar. Posteriormente, ocorreu o desaparecimento de células de Purkinje, sendo substituídas por astroglia. Os esferóides axonais sofreram degeneração walleriana, observando-se, em conseqüência, microcavitações e proliferação de astroglia. Simultaneamente ao processo degenerativo, observou-se acúmulo perivascular constituído principalmente por macrófagos. A reversibilidade das lesões foi estudada em 4 bovinos, dois dos quais receberam 440 g/kg de peso, os outros dois, 350 g/kg de peso. Um dos bovinos que receberam 440 g/kg de peso durante 140 dias e outro que recebeu 350 g/kg durante 107 dias, foram sacrificados após o final da administração da planta, e os outros dois animais foram mantidos sem a planta por 113 e 63 dias, respectivamente, e, posteriormente, sacrificados. Este estudo demonstrou que as lesões do pericário e axônios são lentamente reversíveis, e alguns esferóides, pertencentes provavelmente às células de Purkinje já desaparecidas, sofrem degeneração walleriana. As lesões observadas, bem como sua evolução são similares às descritas nas doenças do armazenamento; o fato de que essas alterações sejam lentamente reversíveis indica a possibilidade de que a enfermidade ocorra em conseqüência de uma inibição enzimática ou da presença de uma substância lentamente hidrolisável contida na planta. Para o estudo da suscetibilidade à intoxicação por Solanum fastigiatum var. fastigiatum, foram utilizados 3 ovinos que receberam 430 g/kg de peso, num período de 202 a 370 dias, e 6 coelhos, 6 cobaias e 8 ratos, que receberam planta a 10% misturada em ração comercial durante 120 dias. Das espécies utilizadas, somente os ovinos foram sensíveis à intoxicação por esta planta, mostrando lesões similares às observadas em bovinos.


#368 - Poisoning by Mascagnia aff. rigida (Malpighiaceae) in cattle in northern Espírito Santo, Brazil

Abstract in English:

Field observations and experiments with bovines contributed to the identification of Mascagnia aff. rigida (Juss.) Griseb. as another plant responsible for "sudden death" in cattle occurring in northern Espírito Santo. Comparing the data from experiments in which single doses of fresh and dried leaves collected from three different farms were given to ten and five animals, respectively, it was determined that the lethal dose of the plant from Linhares is 0.625 g/kg of body weight, from São Mateus/Faz. Escadinha, 1.25 g/kg, and from São Mateus/Faz. Laranjeiras, 2.5 g/kg. These doses correspond to quantities of fresh plant material. With the exception of the animal receiving the largest dose, 10 g/kg of the fresh plant, the other eight animals which died during these experiments showed symptoms only during or immediately after exercise, indicating that in these animals death was precipitated by exercise. The administration of daily doses of the plant to eight bovines, caused "sudden death" after exercise, of one of each of two animals which had received 1/5 or' 1/10 of the lethal dose for almost 30 days, thus demonstrating that the plant has a small cumulative effect. Additional higher doses eventually caused "sudden death", after exercise, in the two bovines which survived the 30 daily administrations of 1/5 or 1/10 of the lethal dose, suggesting that the plant did not induce tolerance or immunity. The symptoms of "sudden death" consisted in the following: The apparently healthy animals, when exercised, were suddenly unable to stay on their feet and fell to the ground. Uncontrolled movements of the head, muscular tremors, and positive venous pulse were noted. The animals made peddling movements with their legs, moaned, respiration became slow and difficult, and death ensued. The clinical signs lasted from one to 18 minutes. Frequently, in addition to these proper symptoms of "sudden death", other, less characteristic symptoms were observed, such as repeated urination and defecation, urinating in droplets, running slower than üsual or unwillingness to run, lying down, a salient jugular vein and dispnea. There were no consistent post-mortem findings in the animals which died due to the ingestion of a single dose of plant material, but in those which received repeated doses, all showed whitish-grey specks in the myocardium of the left ventricle. Histopathologic findings in the animals which died after a single dose were mainly degenerative lesions in the kidney and liver, whereas in those that received repeated doses the lesions were confined mainly to the heart and were degenetative, necrotic, proliferative and inflammatory in nature, varying in intensity from mild to severe.

Abstract in Portuguese:

Através, da experimentação em bovinos e de observações no campo, foi identificada como terceira planta que causa "mortes súbitas" em bovinos na parte setentrional do Estado do Espírito Santo Mascagnia aff. rigida·(Juss.) Griseb. Pela administração de doses únicas das folhas frescas a 10 bovinos e das folhas dessecadas a 5 bovinos, coletadas em 3 diferentes fazendas, e equiparando-se os dados obtidos, verificou-se que a dose letal para a planta procedente de Linhares foi de 0,625 g/kg, de São Mateus/Faz. Escadinha 1,25 g/kg e de São Mateus/Faz. Laranjeiras 2,5 g/kg, doses essas sempre correspondentes à planta fresca. Com exceção de um bovino que recebeu a maior dose, isto é, 10 g/kg da planta fresca, nos outros 8 animais que morreram nesses experimentos, os sintomas apareceram somente durante ou logo após os animais terem sido movimentados; dessa maneira, nesses animais, a morte foi provocada ou precipitada pelo exercício. A administração de doses repetidas a 8 bovinos causou "morte súbita", após exercício, de dois bovinos que receberam diariamente, durante quase 30 dias, 1/5 e 1/10 da dose letal, ficando demonstrado que a planta possui pequeno efeito acumulativo. Doses adicionais mais elevadas causaram finalmente "morte súbita", após exercício de outros dois bovinos que tinham recebido diariamente, durante 30 dias, doses idênticas, ficando demostrado que a planta não induz tolerância ou imunidade. Os sintomas da "morte súbita" consistiram em que os bovinos, aparentemente sadios, quando movimentados, de repente não mais conseguiam manter-se em pé e caíam, faziam movimentos desordenados com a cabeça, mostravam tremores musculares e pulso venoso positivo; finalmente faziam movimentos de pedalagem, mugiam, a respiração tornava-se espaçada ou forçada, e morriam. A evolução desses sintomas era de 1 à 18 minutos. Além desses sintomas próprios de "morte súbita", muitas vezes, quando os animais eram movimentados, foram observados sintomas menos característicos, como urinar. e defecar repetidamente, urinar em gotas, correr mais devagar ou não querer andar mais e deitar-se, veia jugular saliente e dispnéia, seguidos ou não de "morte subita''. Nos bovinos que morreram por doses únicas, não foram encontradas, à necropsia, alterações consistentes, porém em todos os casos de administrações repetidas foram verificadas lesões no miocárdio do ventrículos esquerdo, sob forma de áreas branco-acizentadas. As alterações histopatológicas nos animais que morreram por doses únicas da planta, consistiram principalmente em alterações degenerativas renais e hepáticas, enquanto nos que receberam doses repetidas da planta as alterações eram sobretudo cardíacas, sob forma de processos degenerativos, necróticos, proliferativos e inflamatórios, desde muito leves a acentuados.


#369 - Experimental poisoning by the pods and pericarp of Dimorphandra mollis (Leg. Caesalpinoideae) in rabbits

Abstract in English:

During 14 days, four young rabbits were fed exclusively with dried pods, and four others with dried pericarps of Dimorphandra mollis. Two additional rabbits were fed concentrated ration and served as controls. The only clinical observation was a progressive weight loss, probably due, in part, to the low food consumption. The two animals that ingested the largest quantities of dried pods (25.4g/kg/day) and pericarp (22.9g/kg/day) were sacrificed. Necropsy revealed pale kidneys, while in one, the centers of the liver lobules were darker. The most importante histological findings were seen in the kidneys, which demonstrated a severe hydropic vacuolar degeneration of the proximal convoluted tubules and mild congestion of the glomeruli. In the liver of the animal that showed macroscopic liver alterations, degenerative necrotic lesions were seen in the periportal hepatocytes. The animals that were not killed were given ration and recovered. The histological altefations confirm the nephrotoxic character of D. mollis as already described for cattle. However, rabbits were shown to be more resistant to the toxic action of the plant, as they did not die when given doses much larger than those needed to cause death in cattle.

Abstract in Portuguese:

Durante um período de 14 dias, 4 coelhos jovens foram alimentados exclusivamente com a fava integral moída de Dimorphandra mollis Benth. e 4 outros com o pericarpo moído da fava; outros 2 coelhos servindo como controles receberam ração concentrada para coelhos. A única manifestação clínica observada nos coelhos testes foi emagrecimento progressivo, que foi, provavelmente em parte, devido ao baixo consumo de alimento. O sacrifício de 2 destes animais (que ingeriram as maiores quantidades de fava integral ou de pericarpo, médias de 25,37 g/kg/dia e 22,93 g/kg/dia, respectivamente) revelou à necropsia rins de coloração mais pálida e, em um caso, fígado com centro dos lóbulos mais escuros. Os achados histopatológicos mais importantes foram vistos nos rins, sob forma de severa degeneração hidrópico-vacuolar dos túbulos uriníferos contornados proximais e leve congestão dos glomérulos. No fígado do animal que revelara alterações hepáticas à macroscopia, observou-se ainda lesões necrótico-degenerativas nos hepatócitos periportais. Os animais que não foram sacrificados passaram a ser alimentados com ração e recuperaram-se. As alterações histopatológicas evidenciaram mais uma vez o caráter nefrotóxico da fava de D. mollis, como já foi descrito no bovino. Porém os coelhos mostraram-se mais resistente à ação tóxica da planta, pois os mesmos não morreram com doses bem superiores às que causaram a morte em bovinos.


#370 - Experimental poisoning in cattle by the pods of Dimorphandra gardneriana (Leg. Caesalpinoideae)

Abstract in English:

The ripe pods of Dimorphandra gardneriana Tul., a well-known tree of the "chapada" regions of Piauí, Maranhão and northern Goias, Brazil, are believed to be nutritfve for cattle. But, as it has been shown that the pods of another species of that genus, Dimorphandra mollis, are toxic for cattle, an experimental study was performed with the pods of D. gardneriana. ln these experiments the pods of D. gardneriana were also shown to be toxic, causing the sarne or a very similar clinical-pathological picture as has been caused by D. mollis, a plant which is nephrotoxic. The pods caused the death of the two bovines, which received 30 grams per kilogram of bodyweight, whereas 20 g/kg caused only slight symptoms of poisoning. Amounts os 2, or slightly over 3 lethal doses, divided into 10 equal sub-doses and given every day, did not cause any symptoms of poisoning. The first symptoms were seen approximately 18 hours after the ingestion of the pods, and lasted about 8 days. The symptoms were: anorexia, diminished to paralysed rumen movements, dried or soft feces containing bloody mucus, severe anuria, muscular tremors, subcutaneous edemas seen principally in the region of the buttocks, scrotum, perineum and the abdominal wall, and ascitis. Albumin was found in the urine. Post-mortem findings were subcutaneous edemas, large amounts of fluid in the abdominal and thoraxic cavities, severe perirenal edema, and changes in the digestive tract, especially in the large bowel which showed a congested mucosa, fluid contents and the presence of clotted blood. The most important histopathological changes were in the kidneys, where severe toxic tubular nephrosis was seen. Attention is drawn to the fact, that so·far there are no case histories or observations of poisoning by D. gardneriana occurring under natural conditions.

Abstract in Portuguese:

As favas maduras de Dimorphandra gardneriana Tul., ("fava-d'anta"), árvore bem conhecida das chapadas do Piauí, Maranhão e norte de Goiás, são tidas pela população como alimentícias para o gado. Porém, em virtude de ter sido demonstrado possuírem toxidez para bovinos as favas de Dimorphandra mollis, a "faveira" das Regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, foi feita uma série de experimentos também com D. gardneriana em bovinos. Nesses experimentos as favas maduras de D. gardneriana também se revelaram tóxicas para bovinos, provocando um quadro clínico-patológico igual ou muito semelhante ao causado por D. mollis, isto é, um quadro dominado pela sua ação nefrotóxica. As suas favas causaram a morte dos 2 bovinos que a receberam na dose de 30 g/kg, enquanto que 20 g/kg causaram somente leves sintomas de intoxicação. Quantidades correspondentes a duas e pouco mais que três doses letais, divididas em 10 doses iguais, administradas em dias seguidos, não causaram o aparecimento de sintomas de intoxicação. Os primeiros sintomas nos 2 bovinos que morreram apareceram em aprox. 18 horas após a ingestão da fava, e a evolução foi ao redor de 8 dias. Os sintomas observados foram anorexia, diminuição dos movimentos do rúmen até sua paralisação, fezes de consistência alterada (ressequidas ou pastosas) e escassas, com presença de muco sanguinolento, anuria acentuada, tremores musculares, edemas subcutâneos, sobretudo na parte posterior da coxa, no escroto, no períneo e na parede abdominal, e ascite; presença de albumina na urina. Os achados de necropsia foram edemas subcutâneos, coleções de líquido nas cavidades abdominal e torácica, edema acentuado perirrenal e das pregas do coagulador, alterações no trato digestivo, sobretudo intestino grosso, sob forma de congestão da sua mucosa, liquefação de seu conteúdo e presença de coágulos sangüíneos na sua luz. As alterações histopatológicas mais importantes foram renais sob forma de nefrose tubular tóxica muito grave. É chamada a atenção para o fato de que por enquanto não há históricos nem observações sobre a ocorrência da intoxicação por D. gardneriana sob condições naturais.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV