Abstract in English:
The following results reflect the lamb mortality rates of two neighbouring flocks of sheep in the district of Uruguaiana, Rio Grande do Sul. Post mortem examination was performed on 200 lambs, in order to establish the causa mortis and its relationship to sex, weight and climatic conditions. Perinatal mortality is a complex problem that does not have one specifc cause, but is the result of a variety of interrelating factors which are believed to differ from flock to flock. In this study, the non-infectious causes were found to be more important than the infectious ones. Based on the criteria used, the mortality was olassified as follows: complex of starvation/exposure to climatic conditions 157 (78.5%); dystocia, 21 (10.5%); predators, 9 (4.5%); stillbirth, 5 (2.5%); traumatism, 5 (2.5%); congenital defects, 1 (0.5%); neonatal infections, 1 (0.5%); without diagnosis, 1 (0.5%). There were a total of 119 males and 81 females. The mean weight of all lambs subrnitted to necropsy was 3,127 g, ranging from 1,400 to 5,100 g. The highest rate of mortality in relation tó weight was recorded in the group weighing between 3,000 and 3,500 g, 31 % of the total number of animals examined.
Abstract in Portuguese:
Estes resultados refletem a situação da mortalidade perinatal que ocorreu em dois rebanhos de propriedades vizinhas no município de Uruguaiana, Rio Grande do Sul, onde foram necropsiados 200 cordeiros no sentido de se tentar estabelecer o diagnóstico da causa mortis e, quando possível, correlacioná-la com o sexo, peso e as condições climáticas. A mortalidade perinatal de cordeiros é um problema complexo que não tem apenas uma causa específica, sendo, pois, o resultado do envolvimento de muitos fatores, os quais, acredita-se, se podem diversificar de rebanho para rebanho. Durante este estudo, as causas não infecciosas foram mais importantes que as infecciosas. Conforme os critérios adotados, a mortalidade ficou distribuída nos seguintes grupos: complexo da inanição/exposição às condições climáticas 157 (78,5%); distocia, 21 (10,5%); predadores, 9 (4,5%); natimortos, 5 (2,5%); traumatismo, 5 (2,5%); sem diagnóstico, 1 (0,5%). No total, foram 119 machos e 81 fêmeas. A média dos pesos de todos os cordeiros necropsiados foi de 3 .127 g, variando de 1.400 a 5.100 g. A maior freqüência de mortalidade em relação ao peso foi entre 3 .000 a 3.500 g, perfazendo 31 % dos animais examinados.
Abstract in English:
Whole blood, plasma and peripheral blood leukocytes from an adult cow with antibody to gp55 of bovine leukosis vírus (BL V), whose cultured leukocytes produced numerous type-C viral particles, and pools of milk from BLV-free and BLV-infected cows were assayed for infectivity in experimental transmission studies utilizing a calf bioassay. During an observation period of 6 months, the development of antibody to gp55 in the inoculated calves was considered as evidence of acquired infection with BLV. Whole blood inoculated subcutaneously in quantities that varied from 0.5ml to 8.0ml transmitted BLV to almost 50% of the calves. Peripheral blood leukocytes inoculated in quantities of 103, 104 and 105 per calf did not transmit BLV. However, 1 of every 2 calves inoculated with 106 and 107 leukocytes acquired the infection. Calves inoculated with plasma as well as uninoculated control calves did not become infecte d. Calves bom to BL V-free dams remained serologically negative after being inoculated intra-abdominally with a pool of milk from BLV-free cows and type-C viral particles were not observed in cultures of their leukocytes. Similar calves inoculated with a pool of milk from BLV-infected cows were all infected 3 months later and their cultured leukocytes contained small numbers of type-C viral particles. Four of 5 calves bom to BLV-infected dams remained serologically negative after the inoculation of a pool of milk from BLV-free cows. Conversely, 5 of 7 calves also bom to BLV-infected dams developed antibody to gp55 after being inoculated with a pool of milk from BLV-infected cows. It is concluded that BLV can be transmitted iatrogenically through the inoculation of fresh blood, that lymphocytes from infected animals produce type-C viral particles and are probably the cells responsible for infectivity, that there is no true viremia as shown by the lack of infectivity of plasma and that the milk from infected cows contains infectious BLV.
Abstract in Portuguese:
Foi testada a infectividade de sangue total, plasma e leucócitos periféricos de uma vaca adulta com anticorpos para gp55 do vírus da leucose bovina (VLB), cujos leucócitos em cultura produziram numerosas partículas virais de tipo-C, e de misturas de leite de vacas livres e infectadas com o VLB, utilizando-se um bioensaio em bezerros. Durante um período de observação de 6 meses, o desenvolvimento de anticorpos para gp55 nos bezerros inoculados foi considerado como evidência de infecção adquirida com o VLB. Sangue total inoculado subcutaneamente, em quantidades variando entre 0,5ml e 8,0ml, transmitiu o VLB a quase 50% dos bezerros. Leucócitos do sangue periférico inoculados em quantidades de 103, 104 e 105 por bezerro não transmitiram o VLB, porém, 1 de cada 2 bezerros inoculados com 106 e 107 leucócitos adquiriram a infecção. Os bezerros inoculados com plasma assim como os bezerros testemunhas não inoculados não adquiriram a infecção. Bezerros nascidos de vacas livres do VLB permaneceram sorologicamente negativos após a inoculação intra-abdominal de mistura de leite de vacas isentas do VLB e não foram observadas partículas virais de tipo-C em culturas dos seus leucócitos. Bezerros similares inoculados com uma mistura de leite de vacas infectadas com o VLB estavam todos infectados 3 meses mais tarde e seus leucócitos em cultura continham um pequeno número de partículas virais de tipo-C. Quatro de 5 bezerros nascidos de vacas infectadas com o VLB permaneceram sorologicamente negativos após a inoculação de mistura· de leite de vacas livres do VLB. Por outro lado, 5 de 7 bezerros também nascidos de vacas infectadas com o VLB desenvolveram anticorpos para gp55 após a inoculação de mistura de leite de vacas infectadas com o VLB. Conclue-se que o VLB pode ser transmitido iatrogenicamente através da inoculação de sangue fresco, que os linfócitos de animais infectados produzem partículas virais de tipo-C e são provavelmente as células responsáveis pela infectividade, que não existe uma viremia verdadeira como foi determinado pela falta de infectividade do plasma e que o leite de vacas infectadas contém o VLB em estado infeccioso.
Abstract in English:
Experiments in cattle and r_abbits demonstrated the toxicity of Palicourea juruana Krause, of the family Rubiaceae, a shrub of the Amazon region said to cause "sudden death" in cattle. The dried leaves were given orally to six young bovines in single doses which varied from 0.25 to 2.0 grams of the dried plant per kilogram of body-weight. The amount of the plant necessary to cause death was 2.0 g/kg of the dried leaves. The first symptoms of poisoning were observed approximately 12 hours after the ingestion of the plant. The clinical signs lasted few minutes and were characteristic of "sudden death": the animal suddenly fell to the ground, lay on its side, moàned a few times and died. Before these symptoms appeared, other less noticeable signs were seen: slight instability, reluctance to walk when driven, and positive venous pulse. Postmortem findings were practically negative. Histopathological findings were negative with exception of slight degenerative processes in the liver. To determine whether the plant has cumulative properties or could cause chronic poisoning, dried leaves were given to two other bovines, at weekly intervals, in amounts corresponding to one fifth and one tenth of the lethal dose. The results were negative. Dried powdered leaves, collected in three different areas of the Amazon region, were given by stomach tube in a single dose to 22 rabbits, in amounts that varied from 0.25 to 4.0 g/kg. Seventeen of these rabbits received the leaves from Paragominas, Pará: The rabbit receiving 4.0 g/kg died; in the group receiving 2.0 g/kg, four of five animals died; death occurred in more than half ( 4/7) of those animals given 1.0 g/kg; one of the three rabbits at the 0.5 g/kg level died, while the one that received 0.25 g/kg survived. In these experiments the first symptoms were seen, with doses from 1.0 to 4.0 g/kg, from 2h15 min. to 6h30 min. after ingestion of the plant; the ·course of the poisoning lasted from 1 to 9 minutes. The main symptoms in rabbits were also those of "sudden death". As a role, the rabbit suddenly made violent uncontrolled movements, and in a very short time fell on its side, respiration became difficult and in termitten t, and the animal died; from the start of the appearance of symptoms until death the rabbits emitted· screams. Post-mortem findings in these experiments were essentially negative. Histopathologiêal findings were similar to those in bovines. Four rabbits were given the dried powdered fruits of the p1ant; the smallest dose that killed them was 0.0625 g/kg, indicating that the fruit of P. juruana is at least 10 times more toxic then the leaves. Attention is drawn to the different common names used for Palicourea juruana, "roxa", "roxinha", and "roxona", which are also used for the toxic P. marcgravii and some other, non·-toxic Rubiaceae.
Abstract in Portuguese:
Através da experimentação em bovinos e coelhos foi demonstrada a toxidez de Palicourea juruana Krause, da família Rubiaceae, um arbusto da Região Amazônica acusado de causar "morte súbita" em bovinos. As folhas dessecadas foram administradas por via oral em doses únicas a seis bovinos jovens desmamados em quantidades que variaram de 0,25 a 2 gramas da planta dessecada, procedente de Paragominas, Pará, por quilograma de peso dos animais. A dose letal foi de 2 g/kg das folhas dessecadas. Os primeiros sintomas de intoxicação foram observados aproximadamente 12 horas após a ingestão da planta. Os sintomas duraram poucos minutos e foram os da síndrome de "morte súbita": os animais de repente caíram em decúbito lateral, deram alguns berros e morreram. Antes destes sintomas foram observadas manifestações menos evidentes, como leve desequilíbrio, relutância em andar quando tocados e pulso venoso positivo. Os achados de necropsia foram praticamente negativos. Os exames histopatológicos revelaram ausência de alterações com exceção de leves processos degenerativos no, fígado. Os experimentos com as folhas dessecadas administradas a dois outros bovinos jovens desmamados em doses semanais de 1/5 e 1/10 da dose letal, durante 7 e 18 semanas respectivamente, mostraram que, em tais condições, a planta não tem efeito acumulativo nem causa intoxicação crônica. As folhas dessecadas de P. jurnana foram administradas através de sonda gástrica, ·em doses únicas a 22 coelhos; em quantidades que variaram de 0,25 a 4 g/kg. Dos 17 coelhos aos quais foram administradas as folhas procedentes de Paragominas, um coelho que recebeu4 g/kg, morreu; dos cinco coelhos que receberam 2 g/kg, quatro morreram; dos sete que receberam 1 g/kg, quatro morreram; dos três que receberam 0,5 g/kg, um morreu, e um que recebeu 0,25 g/kg, não morreu. O início dos sintomas, nas doses de 1 a 4 g/kg, variou de 2h15 min. a 6h30 min. após a ingestão da planta e a evolução do quadro da intoxicação, de 1 a 9 minutos. Os sintomas principais na intoxicação nos coelhos pelas folhas dessecadas sempre foram de "morte súbita": o coelho, de repente, fazia movimentos desordenados violentos, debatia-se, pulava e logo em seguida caía, em geral em decúbito lateral; a respiração ficava então difícil, espaçada e o animal morria; desde o início do aparecimento dos sintomas até a morte, os coelhos davam gritos com maior ou menor freqüência. Os achados de necropsia nesses experimentos foram praticamente negativos. Os exames histopatológicos revelaram alterações semelhantes às encontradas nos bovinos. A quatro coelhos ainda foram administrados os frutos dessecados pulverizados de P. jurnana. A dose menor que matou o coelho foi a de 0,0625 g/kg; desta maneira, o fruto é, pelo menos, 10 vezes mais tóxico que a folha. É recomendado cuidado com os nomes populares usados para P. jurnana, "roxa" e "roxinha", pois eles, assim como o termo ''roxona", são usados para a também tóxica P. marcgravii, e ainda para outras rubiáceas não tóxicas.
Abstract in English:
Three outbreaks of equine leukoencephalomalacia in three counties in Rio Grande do Sul are described. All cases occurred during the wiriter and were associated with the consumption of moldy corn. Fusarium monüiforme was isolated from corn collected during one of the outbreaks. Gross pathological examination showed liquefactive necrosis of the white matter of the cerebral hemispheres. Histopathological changes in the entral nervous system were characterized by myelin and vascular degeneration, hemorraghes, edema, and perivascular cuffing with neutrophils, plasma cells, lymphocytes, macrophages and eosinophilis. The most severe alterations were localized in the white matter of the cer.ebral hemispheres. The vascular lesions and demyelinization found in the grey rnatter of the cerebral cortex, thalamus; colliculi and internal capsule were less severe. Lesions in the cerebellum, pons and medulla were discrete. The meninges were edematous, hemorraghic and infiltrated with inflamrnatory cells.
Abstract in Portuguese:
Descrevem-se três surtos de leucoencefalomalácia em eqüinos no Rio Grande do Sul. Todos os surtos ocorreram durante o inverno e foram associados à ingestão de milho mofado. Em um deles foi realizado o isolamento de Fusarium moniliforme do milho que estava sendo ingerido pelos animais. As lesões macroscópicas estiveram caracterizadas por necrose coliquativa da substância branca dos hemisférios cerebrais. As lesões histológicas do sistema nervoso central caracterizam-se por: desmielinização, edema, hemorragias, degeneração hialina das paredes vasculares e infiltração perivascular por neutrófilos, plasmócitos, linfócitos, macrófagos e eosinófilos. As lesões mais severas estavam localizadas na substância branca dos hemisférios cerebrais. Na substância cinzenta da córtex cerebral, tálamo, tubérculos quadrigêmeos e cápsula interna observaram-se lesões vasculares e desmielinização mais discretas que as da substância branca dos hemisférios cerebrais. No cerebelo, ponte e medula as lesões vasculares eram discretas não se observando lesões de desmielinização. As meninges apresentaram lesões vasculares severas, infiltração por celulas inflamatórias, edemas e hemorragias.
Abstract in English:
During studies carried out to determine the etiology of "popa inchada" (swollen buttocks) or "mal da·rama" (shrub disease) of cattle in northeastem Brazil, the toxicity of several plants was experimentally teste d in bovines. lt was shown that Thiloa glaucocarpa Eichl. ("sipaúba"), fam. Combretaceae, is toxic for cattle, causing the clinical-pathological manifestations seen in "popa inchada". The toxicity of two additional plants, Manihot sp. ("maniçoba"), fam. Euphorbiaceae, andAspidosperma pyricollum Mull.Arg. ("piquiá-branco"), fam. Apocmaceae, was also demonstrated, but the symptoms differed from those observed in "popa inchada" Aspidosperma pyricollum experimentally caused a poisoning with neuromuscular symptons. The minimum dose of fresh, recently collected leaves necessary to cause death was 5 grams per kilogram of body weight, the dried plant being only half as toxic, 9 to l0months after collection. The first symptoms in the three animals which died after ingesting the fresh leaves were between 8h and 16h 20 min. after the feeding had begun, and the course of the poisoning in these experiments was from 19h40 min. to 39h20 min. The symptoms were the sarne wether the animals had been fed fresh or dried leaves: muscular tremors, instability and excitability. Post-mortem findings in these experiments were negative, while histopathological examinations revealed a severe diffuse esteatosis in the liver, along with congestion and small perivascular hemorrhages in the brain. No case histories have been obtained of cattle poisoned under natural conditions, exibiting symptoms as seen in the experimental poisoning by A. pyricollum; but the possibility of the occurrence of poisoning by the shrub cannot be ruled out, as in the regions where A. pyricollum grows cattle are raised under extensive management practices and thus under little observation. Dried leaves of Aspidosperma refractum Mart. ("piquiá-preto"), collected at the sarne time, did not cause any symptoms of poisoning in experimental cattle.
Abstract in Portuguese:
Durante os estudos para o esclarecimento da etiologia da "popa-inchada" ou "mal-da-rama" em bovinos no Nordeste do Brasil, foram testadas diversas plantas em relação a sua toxicidade para bovinos. Além de ficar demonstrada a toxidez de Thiloa glaucocarpa Eichl. ("sipaúba"), fam. Combretaceae, cuja ingestão provocou o quadro clínico-patológico observado na "popa-inchada", foi evidenciada a toxidez de Manihot sp. ("maniçoba"), fam. Euphorbiaceae, e de Aspidosperma pyricollum Mull.Arg. ("piquiá-branco"), arbusto da família Apocinaceae; estas duas últimas plantas, porém, provocaram quadros diferentes do observado na "popa-inchada". Aspidosperma pyricollum provocou experimentalmente uma intoxicação com sintomatologia neuromuscular. A dose necessária para causar a morte dos bovinos foi a partir de 5 gramas das folhas verdes frescas recém-coletadas por quilograma de peso "do animal. A planta dessecada tinha perdido aproximadamente metade de sua toxicidade, 9 a 10 meses após a coleta. Os primeiros sintomas, nos experimentos com a planta fresca recém-coletada, foram observados, nos três bovinos que morreram, entre 8h e 16h20 min. após o início da administração da planta, e a evolução do quadro da intoxicação nesses experimentos foi de 19h40 min. e 39h20 min. Os sintomas observados foram iguais nos casos de intoxicação pelas folhas frescas recém-coletadas e pelas folhas dessecadas. Consistiram principalmente em tremores musculares, instabilidade e excitabilidade. Os achados de necropsia nesses experimentos foram praticamente negativos, e os exames histopatológicos revelaram esteatose hepática difusa acentuada, e congestão e pequenas hemorragias perivasculares no cérebro. A intoxicação por A. pyricollum em bovinos sob condições naturais, embora não haja históricos que a confirmam, não pode ser ainda excluída, em virtude de ser extensivo o sistema de criação nas regiões de- sua ocorrência, com os animais sob pouca observação. Experimentos em bovinos com as folhas dessecadas de Aspidosperma refractum Mart. ("piquiá-preto"), coletadas na mesma época, resultaram negativos.