Resultado da pesquisa (15)

Termo utilizado na pesquisa Leg. Papilionoideae

#11 - Experimental poisoning by the seeds of Abrus precatorius (Leg. Papilionoideae) in sheep

Abstract in English:

The oral administration of the whole or finely ground seeds of Abrus precatorius (Leg. Papilionoideae), caused severe gastroenteritis in sheep. The lethal dose was 7.5 and 1.25 g/kg of respectively the whole and finely ground seeds. In the experiments with the whole seeds and lethal outcome, first symptoms were observed between 15 and 30 hours after administration, and the course of the poisoning varied from 35 to 41 hours; the period between administration of the seeds and death varied from 51 to 71 hours. The dose of 5 g/kg caused only slight poisoning and the animals were recovered between 6 and 8 hours after administration of the seeds. In the experiments with the finely ground seeds and lethal outcome first symptoms were observed between 6 and 21 hours after administration, the course of poisoning was from 13 to 14 bours and the period between administration and death varied from 21 to 33 hours. The doses of 0.937, 0.625 and 0.3125 g/kg caused respectively severe, moderate and slight poisoning with recovery respectively in 7, 4, and 3 days after administration of the seeds. The clinical-pathological picture was the sarne wether the animals received the whole or finely ground seeds. The main symptoms were colic and foetid diarrhea, with mucus and fibrine (pseudomembranes). Those animals which had received the larger doses, defecated frequently, in form of a jet of liquid feces. The main post-mortem findings were observed in the digestive tract, from abomasum to rectum; its wall had congestion, hemorrhages and oedema; fibrine covered the mucosa or was present in the intestinal contents, which were liquid in the small intestine and mucous in the large intestine. The mesenteric lymphnodes were swollen. The main histopathological findings concerned the digestive tract, especially the abomasum, but also from duodenum to the rectum, and were necrosis/hemorraghes of the mucosa, congestion and oedema of the submucosa and serosa.

Abstract in Portuguese:

A administração por via oral das sementes de Abrus precatorius, cipó da família Leguminosae Papilionoideae, com os nomes populares de "tento", "olho-de-cabra", "olho-de-pombo" e "jiquiriti", inteiras ou moídas, causou quadro de intoxicação caracterizado por grave gastrenterite em ovinos. Para as sementes inteiras a dose letal foi 7,5 g/kg, para as sementes moídas 1,25 g/kg. Nos experimentos de êxito letal com as sementes inteiras os primeiros sintomas foram observados entre 15 e 30 horas após a administração, e a evolução da intoxicação foi de 35 a 41 horas, sando o período que passou desde a administração das sementes até a morte dos ovinos 51 a 71 horas. A dose de 5g/kg só causou leve intoxicação e os animais estavam recuperados 6 a 8 dias após a administração das sementes. Nos experimentos com êxito letal com as sementes moídas, os primeiros sintomas foram observados entre 6 e 21 horas após a administração; a evolução foi de 13 a 14 horas, sando o período que passou desde a administração das sementes até a morte dos ovinos 21 a 33 horas. Doses de 0,937, 0,625 e 0,3125 g/kg causaram respectivamente grave, moderada e leve intoxicação com recuperação respectivamente 7, 4 e 3 dias após a administração das sementes. O quadro clínico-patológico foi o mesmo nos ovinos que receberam as sementes inteiras ou moídas. Os principais sintomas foram cólica e diarréia fétida, com muco e fibrina (pseudomembranas). Nos animais que receberam as maiores doses, as defecações eram profusas e frequentes, às vezes sob a forma de jatos. Os achados de necropsia mais importantes foram observados no trato digestivo, desde o abomaso até o cólon, sob forma de congestão, hemorragias e edema da parede. Fibrina recobria a mucosa ou estava presente sob a forma de flocos, filamentos ou pseudomembranas no conteúdo gastrintestinal, que era líquido no intestino delgado e mucoso no intestino grosso. Os linfonodos mesentéricos eram tumefeitos. As mais importantes alterações histológicas foram encontradas no tubo digestivo, desde o abomaso até o reto, mas especialmente no abomaso, sob forma de necrose e congestão/hemorragias da mucosa, congestão e edema da submucosa e congestão da serosa.


#12 - Abortion in bovine caused by ingestion of Ateleia glazioviana (Leg. Papilionoideae)

Abstract in English:

Abortion in cows is very common in western Santa Catarina, Brazil, specially in the counties at the borders of the Uruguai river. According to case histories abortion occurs during any time of gestation; cows at the end of gestation deliver weak calves, which have some difficulties to stand and die some days later. Most of the farmers inform that the problem occurs only in pastores infested by a plant with the common names of "maria-preta", "cinamono-bravo" or "timbó". Experiments with fresh and dried leaves of Ateleia glazioviana Baill were made with 8 cows in different stages of gestation. Three cows which received the plant in single or subdivided doses of 35 g/kg aborted from 5 to 16 days after administration. With doses between 22 and 30 g/kg weak calves were delivered. Besides abortion the cows showed apathy, recumbency, vulvar edema, retention of the placenta and endometritis. Through these results it can be concluded that A. glazioviana eaten by cows in doses larger than 22 g/kg can cause abortion and delivery of weak calves without minimal conditions for survival. This suggests that most abortions in cows, kept in fields with A. glazioviana, occur due to the toxicity of this plant species.

Abstract in Portuguese:

Aborto em vacas é freqüente na região Oeste do Estado de Santa Catarina, principalmente nos municípios limítrofes ao Rio Uruguai. Históricos obtidos nesta região, informam que o aborto ocorre em qualquer período gestacional, sendo que nas vacas, em final de gestação, há nascimento de bezerros fracos, com dificuldade de permanecer em pé e óbito alguns dias após. A maioria dos criadores informa que este problema só existe em campos onde há uma planta conhecida popularmente como "maria-preta", "cinamono-bravo" ou "timbó". Experimentos com folhas verdes e secas de Ateleia glazioviana Baill foram realizados com 8 vacas em diferentes fases de gestação. Três vacas que receberam a planta em doses únicas ou fracionadas de 35 g/kg, abortaram entre 5 e 16 dias após a administração. Com doses entre 22 e 30 g/kg, houve o nascimento de terneiros fracos e com pouco apetite. Além do aborto, as vacas manifestaram apatia, andar cambaleante, decúbito esternal freqüente, tumefação vulvar, retenção de placenta e endometrite. A partir dos resultados obtidos através da·experimentação é possível afirmar que A. glazioviana, quando ingerida por vacas prenhes em doses iguais ou superiores a 22 g/kg, produz aborto ou nascimento de terneiros fracos, sem condições mínimas de sobrevivência. Desta forma, foi possível confirmar que a maioria dos abortos ocorridos em vacas mantidas em campos infestados por A. glazioviana, se eleve à ação tóxica desta planta.


#13 - Abortion caused by Ateleia glazioviana (Leg. Papilionoideae) in rats

Abstract in English:

Ateleia glazioviana Baillon (Leg. Papilionoideae), populary known as "timbó de Palmeira", is a tree found throughout Rio Grande do Sul, Brazil. It is reputed to induce abortion in cattle, to be toxic to fish and repellent to houshold insects. Evaluation of the effects of the hydroethanolic leaf extracts administered to pregnant female rats showed that the dichloromethane and amino acids extracts in doses of 100 mg.kg-1 caused a significant decrease in the number of progeny and a reduction in weight gains of pregnant females when compared with undosed controls. It is concluded that the dichloromethane extract, which contains apoiar substances (e.g. rutin and afrormosin) and the amino acids extract (proteinogenic and non proteinogenic amino acids) are responsible for the abortions or reabsorptions of foetusses in female rats.

Abstract in Portuguese:

Ateleia glazioviana Baillon, árvore pertencente à família Leguminosae Papilionoideae de ocorrência no Estado do Rio Grande do Sul, é conhecida popularmente como timbó de Palmeira, sendo considerada abortiva e tóxica para o gado, ictiotóxica e repelente de insetos. Neste estudo foram constituídos grupos experimentais com ratas grávidas que receberam diariamente, via intraperitonial, frações do extrato hidroetanólico de folhas de A. glazioviana na dose de 100 mg.kg-1. Foi observada redução significativa no número de filhotes nos grupos que receberam as frações diclorometano e aminoácidos. Redução significativa do ganho de peso das fêmeas gestantes foi verificada para os grupos tratados com as frações diclorometano, acetato de etila, n-butanol e aminoácidos. Conclui-se que as frações diclorometano, que contêm substâncias menos polares, tais como rotina e afrormosina, e aminoacidos, que contêm aminoácidos protéicos e não protéicos, são capazes de produzir abortos ou reabsorções e reduzir o desenvolvimento ponderal de ratas gestantes.


#14 - Experimental poisoning of cattle by Crotalaria anagyroides (Leg. Papilionoideae)

Abstract in English:

Symptoms of toxicity were observed in calves fed fresh aerial parts of the plant Crotalaria anagyroides collected in the State of Rio de Janeiro. Plant material was given during periods ranging from 1 to 12 days, the amount consumed by each animal varying from day to day. The plant was not well eaten and the original plan of giving it as the only food could not be adhered to. ln most experiments plant material was mixed with small amounts of chopped giass, concentrate ration and molasses; at times it was necessary to place the plant in the mouth of the animals. The amounts eaten varied from 6700 g (55.8 g/kg) eaten by one animal on one day, to 55400 g (294.8 g/kg) eaten by another animal over 12 days. Two animals received only the leaves and thin stems, two others only the flowers and green and ripe pods, and the last two, all aerial parts (leaves, thin stems, flowers and green and ripe pods). All calves suffered the toxic effects of the plant. Five of the six calves had clinical symptoms of poisoning, while the sixth showed only histopathologic lesions. Symptoms of poisoning were first seen between 38 days and 9 months and 8 days after the first day of ingestion of the plant, until which time the animals were apparently healthy and in good nutritional state. Symptoms consisted mainly of a lack of appetite and weight loss, over weaks or months (3/5) and/or nervous symptoms as excitation (2/5) or depression (1/5) which lasted for days. Two animals also had abdominal contractions of short duration. Two animals died, 11 days and 35 days after the onset of symptoms, one was euthanazied in extremis, after 9 days of disease, and another was euthanazied in bad nutritional state, after 4 months of disease. Only one animal recovered clinically, having shown symptoms for six months and then regaining weight. It was euthanazied together with the sixth bovine which had never shown symptoms of poisoning. The most important post-mortem finding was cirrhosis: the liver was hard, pale and had a lobular, granular or nodular aspect. The most important histopathological changes were the presence of collagen, proliferation of fibroblasts and of the epithelial cells of the bile ducts, megalocytosis and the presence of nodules of regeneration in the liver; in two animals spongy degeneration in the central nervous system. Attention is drawn to the fact that no case histories have been obtained or observations made that incriminate Crotalaria anagyroides as the cause of spontaneous disease in cattle, and it is believed that this would hardly happen because of the bad palatability of the plant.

Abstract in Portuguese:

Em experimentos em que as partes aéreas de Crotalaria anagyroides frescas, recém-colhidas na área do Km 47, Seropédica, município de Itaguaí, Estado do Rio de Janeiro, foram administradas por via oral a seis bovinos jovens desmamados, a planta demonstrou ser tóxica para essa espécie animal. As folhas e talos finos, as inflorescências e vagens ou todas as partes juntas foram dadas aos animais em quantidades que variaram de 6700 g (55,8 g/kg) em um dia até 55400 g (294,8 g/kg) em 12 dias. Todas as partes da planta se revelaram tóxicas. Cinco dos seis bezerros mostraram sintomas de intoxicação; o sexto mostrou a ação tóxica da planta somente através de lesões histopatológicas. Os sintomas apareceram de 38 dias a 9 meses e 8 dias após a ingestão da planta, mantendo-se os animais até então aparentemente sadios e em bom estado de nutrição; consistiram principalmente em anorexia e emagrecimento durante semanas a meses (3/5) e/ou sintomas nervosos sob forma de excitação (2/5) ou depressão (1/5) durante período mais curto (dias). Dois animais tiveram também contrações abdominais. Dois animais morreram após 11 e 35 dias de doentes, um foi sacrificado in extremis após 9 dias doente, e outro foi sacrificado em estado de nutrição precário após 4 meses doente. Só um animal se recuperou clinicamente e engordou, após 6 meses de sintomatologia; esse bovino foi sacrificado junto com o que nunca tinha mostrado sintomas de intoxicação. O achado de necropsia mais importante foi cirrose hepática: o fígado era mais duro, tinha coloração alaranjada clara e aspecto lobular, granular ou até nodular. Os achados histopatológicos mais importantes foram presença de tecido colágeno, proliferação de fibroblastos e das células epiteliais das vias biliares, megalocitose e a presença de nódulos de regeneração no fígado; em dois animais foi constatada degeneração esponjosa no sistema nervoso central. Uma vez que não foram obtidos históricos nem feitas observações que Crotalaria anagyroides tenha sido a causa de doença espontânea em bovinos, é externada a opinião que em virtude da má palatabilidade, que durante os experimentos a planta demonstrou possuir, isto dificilmente poderá acontecer.


#15 - Experimental poisoning of cattle by Crotalaria mucronata (Leg. Papilionoideae)

Abstract in English:

The aerial parts of Crotalaria mucronata Desv. (syn. Crotalaria striata DC.), one the three most common species of Crotalaria in Brazil, were orally administered to 21 young bovines. The fresh, recently collected leaves caused an acute poisoning and death when given in single doses of 60 or 80 g/kg of bodyweight, although one animal died after receiving only 25 g/kg. The administration of 20 g/kg of fresh recently collected leaves as a single dose did not cause any symptoms in two of three animals. In six other bovines which ingested the plant in doses from 25 to 40 g/kg, brief, slight to moderate symptoms were observed. Small amounts, 2.5, 5 and 10 g/kg, of the fresh recently collected leaves, given daily for 120, 60 and 30 days, respectively, and amounting to 300 g/kg, did not cause any symptoms of poisoning. Similarly, no clinical signs were observed when the fresh flowers and green· fruits of C. mucronata were given in single doses of 60 g/kg. The leaves lost most of their toxicity when dried. The first symptoms of poisoning, in the animals that died, were observed between approximately 13 and 24 hours, and in the animals that survived, between approximately 6 and 24 hours, after the beginning of the administration of the plant. In the animals which died, symptoms lasted from 4 to 44 hours, with death occurring between 16 and 68 hours after feeding had begun. Surviving animals showed symptoms for 23 to 72 hours, recovering between 29 and 94 hours after feeding had begun. In the animals which died, muscular tremors were the most conspicuous symptom. In the animals which survived, anorexia, dry muzzle and abnormal feces were observed. At necropsy a characteristic odor of the macerated plant was noticed·in the two calves that ingested 60 or 80 g/kg, however no gross lesions were observed. Severe hidrothorax and pulmonary edema were found in the calf that ingested 25 g/kg of the plant. Histopathological examination did not reveal consistent changes. Since Crotalaria mucronata has a low grade toxicity, and there is no field information that indicates the occurrence of natural poisoning in clatte, the plant is not likely to be the cause of poisoning in the field.

Abstract in Portuguese:

As partes aéreas de Crotalaria mucronata Desv. (syn. Crotalaria striata DC.), com nomes populares de ''chique- chique" ou "guizo de cascavel", uma das três espécies de Crotalaria mais comuns no Brasil, foram administradas por via oral a 21 bovinos. As folhas frescas recém-colhidas causaram um quadro agudo de intoxicação e morte quando administradas em doses únicas de 60 ou 80 g da planta por kg de peso corporal; excepcionalmente tiveram efeito letal na dose de 25 g/kg em um bovino. Dose única de 20 g/kg das folhas frescas recém-colhidas não causou sintomas de intoxicação em 2 de 3 animais. Em 6 outros bovinos, que as ingeriram em doses únicas de 25 a 40 g/kg, sintomas leves a moderados, passageiros, foram observados. Quando administradas repetidamente em quantidades pequenas (doses diárias de 2,5, 5 ou 10 g/kg durante 120, 60 e 30 dias, sempre até completar 300 g/kg), as folhas frescas recém-colhidas não causaram sintomas de intoxicação. Também as inflorescências e as vagens verdes recém-colhidas, administradas de uma única vez na dose de 60 g/kg, não provocaram sintomas de intoxicação. Pela dessecagem, as folhas perderam a maior parte de sua toxicidade. Os primeiros sintomas de intoxicação foram observados, nos animais que morreram, após aproximadamente 13 a 24 horas, e nos que sobreviveram, após aproximadamente 6 a 24 horas contadas do início da administração da planta. A evolução da intoxicação nos casos fatais foi de 4 a 44 horas, a morte sobrevindo entre 16 e 68 horas após o início da administração da planta. Nos bovinos que sobreviveram, a evolução da intoxicação foi de aproximadamente 23 a 72 horas, estando recuperados entre 29 e 94 horas após o início da administração da planta. Os sintomas mais evidentes nos animais que morreram, foram tremores musculares; nos que sobreviveram foram observados anorexia, focinho seco, e fezes levemente alteradas. Os achados de necropsia nos dois bovinos que ingeriram 60 e 80 g/kg, foram negativos, salvo o cheiro forte da planta macerada que o cadáver exalava, e no que ingeriu 25 g/kg, hidrotórax e edema pulmonar acentuados. Os exames histopatológicos não revelaram alterações consistentes. Concluiu-se ser pouco provável ocorrerem casos de intoxicação natural por Crotalaria mucronata em bovinos no Brasil devido a ser relativamente baixa sua toxicidade, a não se ter verificado a ingestão espontânea da planta por bovinos e a não se ter obtido dados que permitissem suspeitar desta planta como causa de intoxicação.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV