Resultado da pesquisa (16)

Termo utilizado na pesquisa Rubiaceae

#1 - Electrocardiographic, echocardiographic and heart biomarker parameters in sheep experimentally poisoned by Palicourea marcgravii (Rubiaceae)

Abstract in English:

The present study aimed to identify and describe cardiac alterations in sheep experimentally poisoned with Palicourea marcgravii through analysis of serum cardiac biomarkers (serum troponin I and creatine kinase - CK-MB) and electro and echocardiographic assessments to contribute to a better understanding of the poisoning pathophysiology. P. marcgravii is the main plant within a group of 22 species that cause sudden death in Brazil; its toxic principle is sodium monofluoroacetate. Eight healthy crossbreed male sheep, aged between five and twelve months, weighing 14 to 27kg, were evaluated. The animals received 1g kg-1 of P. marcgravii plants orally. The sheep were evaluated before administering the plant (T0) through electro and echocardiography and blood collection to assess cardiac biomarkers (CK-MB and cTnI). Collections and analyses were repeated every four hours until the animal’s death. During the study, there was the presence of extravasation of serum troponin I carried out in a qualitative test, with positive values at time T4, and the serum CK-MB biomarker had a peak at T4 and slightly decreased at T8. The electro and echocardiographic examinations showed that the cause of death in these animals was due to acute heart failure characterized by arrhythmias, tachycardia/ventricular fibrillation, drop in cardiac output, left ventricular (LV) systolic dysfunction by the progressive decrease in the LV ejection fraction (EF), decrease in LV fractional shortening (FS), and decrease in aortic flow velocity and aortic flow gradient. This study seems to be the first to evaluate cardiac alterations in sheep poisoned by P. marcgravii through cardiac biomarkers and electro and echocardiographic exams.

Abstract in Portuguese:

O presente estudo objetivou identificar e descrever as alterações cardíacas de ovinos intoxicados experimentalmente por Palicourea marcgravii através das análises de biomarcadores cardíacos séricos (troponina I sérica e a creatinoquinase - MB) e das avaliações eletro e ecocardiográficas contribuindo para o melhor entendimento da fisiopatologia da intoxicação. Palicourea marcgravii é a principal planta dentro de um grupo de 22 espécies que causam “morte súbita” no Brasil e seu princípio tóxico é o monofluoracetato de sódio. Foram utilizados oito ovinos saudáveis machos, sem raça definida, com idades entre cinco e doze meses e peso de 14 a 27kg. Os animais receberam 1g/kg de Palicourea marcgravii por via oral. Os ovinos foram avaliados momentos antes da administração da planta (T0) através de eletro e ecocardiograma e coleta de sangue para avaliação dos biomarcadores cardíacos (CK-MB e cTnI). As análises e coletas foram repetidas a cada quatro horas até o óbito do animal. Durante o estudo observou-se extravasamento de troponina I sérica realizada em teste qualitativo, com valores positivos já em T4, assim como o biomarcador CK-MB sérico teve seu pico de aumento em T4 e em T8 houve uma leve redução. Aos exames eletro e ecocardiográfico foi possível determinar que a causa do óbito nestes animais ocorreu devido à insuficiência cardíaca aguda caracterizada por arritmias, taquicardia/fibrilação ventricular, queda no débito cardíaco, disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (VE) pela diminuição progressiva da fração de ejeção (EF) do VE, diminuição na fração de encurtamento (FS) do VE, diminuição da velocidade do fluxo aórtico e do gradiente do fluxo aórtico. Este é o primeiro estudo que avalia as alterações cardiológicas de ovinos intoxicados por P. marcgravii através de biomarcadores cardíacos e exames eletro e ecocardiográficos.


#2 - Clinical signs and pathology of chronic experimental poisoning by Palicourea marcgravii in goats, 35(3):209-215

Abstract in English:

ABSTRACT.- Barbosa E.F.G., Cardoso S.P., Cabral Filho S.L.S., Borges J.R.J., Lima E.M.M., Riet-Correa F. & Castro M.B. 2015. [Clinical signs and pathology of chronic experimental poisoning by Palicourea marcgravii in goats.] Sinais clínicos e patologia da intoxicação crônica experimental de caprinos por Palicourea marcgravii. Pesquisa Veterinária Brasileira 35(3):209-215. Laboratório de Patologia Veterinária, Hospital Veterinário, Universidade de Brasília, Via L4 Norte, Cx. Postal 4508, Brasília, DF 70910-970, Brazil. E-mail: mbcastro@unb.br Palicourea marcgravii is considered the main toxic plant for livestock in Brazil, however, only the acute intoxication has been reported. This study reports the clinical and pathological changes of 10 goats chronically intoxicated by P. marcgravii. The animals received, daily, 0.2g/kg body weight of the fresh plant during 6 to 38 days. The main clinical signs were anorexia, lethargy, tachycardia, arrhythmia, positive jugular venous pulse and recumbency. At necropsies, the lesions were pale kidneys and myocardium, serous atrophy of cardiac fat, evident hepatic lobular pattern and pulmonary edema. The main microscopic findings were swelling and vacuolization of cardiomyocytes, cardiac necrosis and inflammatory mononuclear infiltrate of the myocardium. The kidneys showed diffuse vacuolar hydropic degeneration of the epithelium. These findings demonstrated that goats chronically intoxicated by P. marcgravii show distinct clinicopathologic features than those observed in the acute form of the poisoning. It is suggested that goats may be spontaneously become intoxicated by the ingestion of small repeated doses of the plant and that the poisoning can be confused with other diseases.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Barbosa E.F.G., Cardoso S.P., Cabral Filho S.L.S., Borges J.R.J., Lima E.M.M., Riet-Correa F. & Castro M.B. 2015. [Clinical signs and pathology of chronic experimental poisoning by Palicourea marcgravii in goats.] Sinais clínicos e patologia da intoxicação crônica experimental de caprinos por Palicourea marcgravii. Pesquisa Veterinária Brasileira 35(3):209-215. Laboratório de Patologia Veterinária, Hospital Veterinário, Universidade de Brasília, Via L4 Norte, Cx. Postal 4508, Brasília, DF 70910-970, Brazil. E-mail: mbcastro@unb.br Palicourea marcgravii é considerada a principal planta tóxica de interesse pecuário no Brasil, porém, até o momento, é conhecido apenas o quadro agudo da intoxicação. Esse estudo avaliou as alterações clínico-patológicas de 10 caprinos cronicamente intoxicados por P. marcgravii. Os animais receberam, diariamente, 0,2g/kg de peso corporal da planta fresca por 6 a 38 dias. Os caprinos apresentaram como principais sinais clínicos anorexia, apatia, taquicardia, arritmia, pulso venoso jugular positivo e decúbito. Nas necropsias, os achados macroscópicos foram hidropericárdio, palidez dos rins e do miocárdio, atrofia gelatinosa da gordura cardíaca, evidenciação do padrão lobular hepático e edema pulmonar. Os principais achados microscópicos foram tumefação e vacuolização de cardiomiócitos, necrose de fibras cardíacas e infiltrado inflamatório mononuclear no miocárdio. Nos rins foi encontrada marcante degeneração hidrópico-vacuolar difusa. Os achados demonstraram nos caprinos cronicamente intoxicados, quadro clínico-patológico com características distintas do observado na forma aguda da intoxicação por P. marcgravii. Essas observações comprovam o risco para caprinos da ingestão da planta, mesmo que em pequenas doses, resultando no surgimento de quadro clínico e graves lesões ainda pouco conhecidas, e que poderiam ser confundidas com outras enfermidades.


#3 - Induction of resistance to Palicourea aeneofusca (Rubiaceae) poisoning by the continuous administration of non-toxic doses, 33(6):731-734

Abstract in English:

ABSTRACT.- Oliveira M.D., Riet-Correa F., Carvalho F.K.L., Silva G.B., Pereira W.S. & Medeiros R. M.T. 2013. [Induction of resistance to Palicourea aeneofusca (Rubiaceae) poisoning by the continuous administration of non-toxic doses.] Indução de resistência à intoxicação por Palicourea aeneofusca (Rubiaceae) mediante administração de doses sucessivas não tóxicas. Pesquisa Veterinária Brasileira 33(6):731-734. Hospital Veterinário, CSTR, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, PB 58700-000, Brazil. E-mail: rmtmed@uol.com.br Palicourea aeneofusca (Müll. Arg.) Standl. is a toxic plant which contains sodium monofluoroacetate (MFA). With the objective to investigate if repeated non-toxic doses of P. aeneofusca induce resistance to the intoxication by this plant, 12 goats were distributed in two similar groups. In Group 1, resistance was induced by the administration of the dry plant, during four alternate periods: 0.02g/kg during 5 days, 0.02g/kg during 5 days, 0.03g/kg during 5 days, and 0.03g/kg during 5 days. Between the first and second period of administration and between the second and the third period, the goats did not ingest P. aeneofusca for 10 days. Between the third and the fourth administration period the goats did not ingest the plant during 15 days. One goat died suddenly during the third administration period when was ingesting 0.03g/kg. The goats from Group 2 were not adapted to the consumption of P. aeneofusca. Fifteen days after the end of the adaptation period in Group 1, both groups ingested dry P. aeneofusca in the daily dose of 0.03g/kg during 19 days. From day 20 the daily dose was increased to 0.04g/kg, which was ingested for 12 days. The goats that showed clinical signs were removed from the experiment immediately after the observation of first signs. One goat from Group 2 showed clinical signs of poisoning and died on the 12th day of ingestion, and two showed clinical signs on day 24th; one recovered and the other died. At the end of the 31 days administration period, a new group (Group 3) with three goats was introduced in the experiment to investigate if the goats that did not become poisoned in Group 2 had acquired resistance. The three goats from Group 1, five goats from Group 1, and three from Group 2 started to ingest a daily dose of 0.06g/kg of dry P. aeneofusca. On the third day of ingestion the three goats from Group 3 showed clinical signs. Two died suddenly and another recovered 10 days after the end of ingestion. All goats of Groups 1 and 2 ingested 0.06g/kg/day during nine days without showing clinical signs. These results demonstrated that non-toxic repeated doses of P. aeneofusca increase significantly the resistance to the poisoning, and that this technique possibly could be used to control the poisoning by P. aeneofusca or other toxic Palicourea species. The results of previous research work suggest that resistance is due to the proliferation of MFA degrading bacteria in the rumen.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Oliveira M.D., Riet-Correa F., Carvalho F.K.L., Silva G.B., Pereira W.S. & Medeiros R. M.T. 2013. [Induction of resistance to Palicourea aeneofusca (Rubiaceae) poisoning by the continuous administration of non-toxic doses.] Indução de resistência à intoxicação por Palicourea aeneofusca (Rubiaceae) mediante administração de doses sucessivas não tóxicas. Pesquisa Veterinária Brasileira 33(6):731-734. Hospital Veterinário, CSTR, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, PB 58700-000, Brazil. E-mail: rmtmed@uol.com.br Com o objetivo de comprovar se doses não tóxicas repetidas de Palicourea aeneofusca (Müll. Arg.) Standl. criam resistência à intoxicação, 12 caprinos foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos experimentais de seis animais cada. No Grupo 1 foi induzida resistência mediante a administração, durante quatro períodos alternados, de 0,02g/kg das folhas dessecadas de P. aeneofusca durante 5 dias, 0,02g/kg durante 5 dias, 0,03g/kg durante 5 dias e 0,03g/kg por mais 5 dias. Entre o primeiro e o segundo período de administração e entre o segundo e o terceiro período os animais não receberam planta por 10 dias consecutivos e entre o terceiro e quarto período de administração os animais permaneceram 15 dias sem ingerir a planta. Um caprino morreu subitamente quando estava recebendo 0,03 g/kg da planta, no terceiro período de administração. O Grupo 2 não foi adaptado ao consumo de P. aeneofusca. Quinze dias após a adaptação ao consumo de P. aeneofusca do Grupo 1, os dois grupos receberam P. aeneofusca na dose diária de 0,03g/kg durante 19 dias. A partir do 20º dia de administração continuada a dose diária de P. aeneofusca foi aumentada para 0,04g/kg. Esta dose foi administrada por mais 12 dias. Os animais que mostraram sinais clínicos foram retirados do experimento imediatamente após a observação dos primeiros sinais. Um caprino do Grupo 2 apresentou sinais clínicos de intoxicação e morreu no 12º dia de administração e dois apresentaram sinais clínicos no 24º dia; um se recuperou e outro morreu. Após finalizada esta fase do experimento e para comprovar se os caprinos que não tinham adoecido no Grupo 2 tinham também adquirido resistência, foi introduzido outro grupo com três caprinos. Esses três caprinos (Grupo 3), os cinco caprinos do Grupo 1 e os três sobreviventes do Grupo 2, ingeriram uma dose diária de 0,06g/kg. Os três caprinos do Grupo 3 adoeceram no terceiro dia após o início da ingestão, dois morreram em forma hiperaguda e o outro recuperou-se após 10 dias. Todos os caprinos dos Grupos 1 e 2 ingeriram P. aeneofusca na dose de 0,06g/kg/dia durante nove dias sem apresentar nenhum sinal clínico. Os resultados deste trabalho demonstram que a administração de doses não tóxicas repetidas de P. aeneofusca aumentam significativamente á resistência à intoxicação e que esta técnica poderia ser utilizada para o controle da intoxicação por P. aeneofusca e outras espécies de Palicourea com similar toxicidade. Os resultados de pesquisas anteriormente realizados sugerem que a resistência à intoxicação por plantas que contêm MFA é devida a proliferação de bactérias que degradam MFA no rúmen.


#4 - Protective effect of acetamide in cattle indicates that monofluoroacetate is the toxic principle of Palicourea marcgravii (Rubiaceae), 32(4):219-328

Abstract in English:

ABSTRACT.- Peixoto T.C., Nogueira V.A., Caldas S.A., França T.N., Anjos B.L., Aragão A.P. & Peixoto P.V. 2012. [Protective effect of acetamide in cattle indicates that monofluoroacetate is the toxic principle of Palicourea marcgravii (Rubiaceae).] Efeito protetor da acetamida em bovinos indica monofluoroacetato como princípio tóxico de Palicourea marcgravii (Rubiaceae). Pesquisa Veterinária Brasileira 32(4):219-328. Projeto Sanidade Animal Embrapa/UFRRJ, Seropédica, RJ 23890-000, Brazil. E-mail: tiagocpeixoto@yahoo.com.br The aim of the study was to evaluate and compare the protective effect of acetamide in experimental poisoning by fresh leaves of Palicourea marcgravii and monofluoroacetate (MF) in catlle, in order to prove in a practical way that this compound is the toxic principle responsible for the clinical signs and death of animals that ingested the plant. MF was administered orally in single doses of 0.5mg/kg to three cows; a few minutes later, two of these cows received, orally, single doses of acetamide (0.38 or 2.0g/kg). Two other cows ingested 1.0g/kg of P. marcgravii, and one of these cows received some minutes later 1.0g/kg of acetamide. Adequate doses of acetamide, administered right after the poisoning by P. marcgravii or MF, were able to prevented the onset of clinical signs and avoid the death of all animals. One week later, the experiments were repeated, but without the antidote. All animals not treated with acetamide showed symptoms of poisoning and died suddenly. MF and P. marcgravii caused the same clinical and pathological picture of “sudden death” in cattle. Clinically, the cattle presented palpitation, abdominal breathing, muscle tremors, engorged jugular vein with positive pulse, pollakiuria, slight loss of balance with sometimes swaying gait, the animals laying down and with the head on their flank. In the “dramatic phase”, all the animals fell into lateral decubitus, stretched the limbs, made paddling movements, presented opistotonus, arrhythmia, nystagmus, and died. The “dramatic phase” lasted from 2 to 26 minutes. At postmortem examination, the heart auricles, jugulars and pulmonary veins were slightly to moderately ingurgitated; slight to marked edema of the subserosa was seen in fixation sites of gall bladder to the liver. In one cow, pulmonary edema was observed. Histopathology revealed in all cows slight to marked hydropic-vacuolar degeneration of the epithelial cells of the distal convoluted uriniferous tubules associated with nuclear pyknosis. Coagulation necrosis of individual or groups of hepatocytes and slight to moderate hepatic congestion with numerous shock corpuscles were also observed. The experimental results showed in practice that MF is the toxic principle responsible for the clinical-pathological picture and death of the cattle that ingested P. marcgravii, since acetamide acts as an efficient antidote (antagonistic effect), identical in both poisonings.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Peixoto T.C., Nogueira V.A., Caldas S.A., França T.N., Anjos B.L., Aragão A.P. & Peixoto P.V. 2012. [Protective effect of acetamide in cattle indicates that monofluoroacetate is the toxic principle of Palicourea marcgravii (Rubiaceae).] Efeito protetor da acetamida em bovinos indica monofluoroacetato como princípio tóxico de Palicourea marcgravii (Rubiaceae). Pesquisa Veterinária Brasileira 32(4):219-328. Projeto Sanidade Animal Embrapa/UFRRJ, Seropédica, RJ 23890-000, Brazil. E-mail: tiagocpeixoto@yahoo.com.br O presente trabalho teve como objetivo avaliar e comparar o efeito protetor da acetamida nas intoxicações experimentais por monofluoroacetato (MF) e por folhas frescas de Palicourea marcgravii em bovinos, no intuito de confirmar, de forma prática, que esse composto é o princípio tóxico responsável pelo quadro clínico-patológico e pela morte dos animais intoxicados por essa planta. Três bovinos receberam MF, por via oral, na dose de 0,5mg/kg e, em seguida, a dois desses animais administraram-se acetamida, por via oral, nas doses de 0,38 e 2,0g/kg. Outros dois bovinos receberam 1,0g/kg de P. marcgravii, em seguida, a um deles administrou-se 1,0 g/kg de acetamida. Acetamida, quando administrada em quantidades suficientes (maior dose), evitou o aparecimento dos sinais clínicos e a morte de todos os animais que receberam MF ou P. marcgravii. Tal efeito protetor foi, de fato, confirmado após uma semana, quando o mesmo protocolo experimental foi repetido, para cada bovino, porém sem a administração de acetamida. Todos os bovinos não tratados com acetamida manifestaram sinais clínicos e morreram subitamente. O quadro clínico-patológico manifestado pelos bovinos intoxicados por MF ou P. marcgravii foi semelhante e, caracterizou-se por “morte súbita”. Os animais em geral, apresentaram taquicardia, taquipnéia, tremores musculares, jugular repleta com pulso venoso positivo, polaquiúria, instabilidade, perda de equilíbrio, por vezes, cambaleavam e apoiavam a cabeça no flanco. Na fase final, todos os animais deitavam-se e levantavam-se com maior frequencia, deitavam ou caíam em decúbito lateral, esticavam os membros, faziam movimentos de pedalagem, apresentavam respiração ofegante, arritmia, opistótono, nistagmo, mugiam e morriam. A duração da “fase dramática” variou de 2 a 26min. À necropsia verificaram-se, em geral, aurículas, jugulares, ázigos e pulmonares leve a moderadamente ingurgitadas, leve a acentuado edema da subserosa da vesícula biliar, sobretudo, na sua inserção no fígado, bem como moderada quantidade de líquido espumoso róseo na traquéia e brônquios. O exame histopatológico revelou, no rim de todos os animais, leve até acentuada degeneração hidrópico-vacuolar das células epiteliais dos túbulos uriníferos contornados distais associada à picnose nuclear; no fígado, havia leve a moderada congestão, discreta a moderada tumefação e moderada vacuolização de hepatócitos, predominantemente, centrolobular, necrose de coagulação individual ou de grupos de hepatócitos e corpúsculos de choque. Os dados obtidos neste trabalho comprovam, de forma prática, que MF é o princípio tóxico de P. marcgravii responsável pelo quadro clínico-patológico e a morte dos animais que ingerem e se intoxicam naturalmente por essa planta, uma vez que a acetamida atua como antídoto eficaz (efeito antagônico) de forma idêntica em ambas as intoxicações.


#5 - Mortes súbitas em bovinos causadas por Palicourea aeneofusca (Rubiaceae) e Mascagnia rigida (Malpighiaceae) na Zona da Mata Paraibana, p.457-460

Abstract in English:

ABSTRACT.- Vasconcelos J.S., Riet-Correa F., Dantas A.F., Medeiros R.M.T. & Dantas A.J.A. 2008. [Sudden deaths caused by Palicourea aeneofusca (Rubiaceae) and Mascagnia rigida (Malpighiaceae) in cattle in the Zona da Mata of Paraíba.] Mortes súbitas em bovinos causadas por Palicourea aeneofusca (Rubiaceae) e Mascagnia rigida (Malpighiaceae) na Zona da Mata Paraibana. Pesquisa Veterinária Brasileira 28(10):457-460. Hospital Veterinário, CSTR, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, PB 58700-000, Brazil. E-mail: franklin.riet@pq.cnpq.br. This paper reports an outbreak of poisoning by Palicourea aeneofusca in cattle, in the municipality of Jacaraú, and another by Mascagnia rigida in the municipality of Sapé. Both outbreaks occurred in the Zona da Mata of Paraíba, where there are no previous reports of poisoning by toxic plants causing sudden death associated to exercise. The toxicity of both plants was tested in rabbits. The lethal dose was of 3g per kg body weight (g/kg) for fresh P. aeneofusca and 10g/kg for fresh Mascagnia rigida. On the farm where the poisoning by P. aeneofusca was observed, M. rigida also was found. The farmer reported that this plant also caused sudden death previously. M. rigida collected on that farm and given dried to rabbits caused death at the dose of 10gkg. The poisoning by P. aeneofusca in cattle had been previously reported in the Zona da Mata and Agreste of Pernambuco and east of Bahia. There are also numerous farmers’ reports about the occurrence of the poisoning in the Zona da Mata of Alagoas, suggesting that it occurs in the whole coastal region, from Bahia to Paraíba. M. rigida is the most important toxic plant for cattle in the Brazilian semiarid. The results of this paper demonstrate that this plant poisoning also occurs in the tropical wet climate of the Zona da Mata.

Abstract in Portuguese:

ABSTRACT.- Vasconcelos J.S., Riet-Correa F., Dantas A.F., Medeiros R.M.T. & Dantas A.J.A. 2008. [Sudden deaths caused by Palicourea aeneofusca (Rubiaceae) and Mascagnia rigida (Malpighiaceae) in cattle in the Zona da Mata of Paraíba.] Mortes súbitas em bovinos causadas por Palicourea aeneofusca (Rubiaceae) e Mascagnia rigida (Malpighiaceae) na Zona da Mata Paraibana. Pesquisa Veterinária Brasileira 28(10):457-460. Hospital Veterinário, CSTR, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, PB 58700-000, Brazil. E-mail: franklin.riet@pq.cnpq.br. This paper reports an outbreak of poisoning by Palicourea aeneofusca in cattle, in the municipality of Jacaraú, and another by Mascagnia rigida in the municipality of Sapé. Both outbreaks occurred in the Zona da Mata of Paraíba, where there are no previous reports of poisoning by toxic plants causing sudden death associated to exercise. The toxicity of both plants was tested in rabbits. The lethal dose was of 3g per kg body weight (g/kg) for fresh P. aeneofusca and 10g/kg for fresh Mascagnia rigida. On the farm where the poisoning by P. aeneofusca was observed, M. rigida also was found. The farmer reported that this plant also caused sudden death previously. M. rigida collected on that farm and given dried to rabbits caused death at the dose of 10gkg. The poisoning by P. aeneofusca in cattle had been previously reported in the Zona da Mata and Agreste of Pernambuco and east of Bahia. There are also numerous farmers’ reports about the occurrence of the poisoning in the Zona da Mata of Alagoas, suggesting that it occurs in the whole coastal region, from Bahia to Paraíba. M. rigida is the most important toxic plant for cattle in the Brazilian semiarid. The results of this paper demonstrate that this plant poisoning also occurs in the tropical wet climate of the Zona da Mata.


#6 - Estudo comparativo da toxidez de Palicourea juruana (Rubiaceae) para búfalos e bovinos

Abstract in English:

Oliveira C.M.C., Barbosa J.D., Macedo R.S.C., Brito M.F., Peixoto P.V. & Tokarnia C.H. 2004. [A comparative study of the toxicity of Palicourea juruana (Rubiaceae) to buffalo and cattle.] Estudo comparativo da toxidez de Palicourea juruana (Rubiaceae) para búfalos e bovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 24(1):27-30. Escola de Medicina Veterinária, Campus Castanhal, Universidade Federal do Pará, Rua Maximino Porpino 1000, Castanhal, PA 68743-080, Brazil. E-mail: tokarnia@ufrrj.br An experimental study was performed to establish the toxicity of Palicourea juruana for buffaloes and to add new data on the toxicity of this plant for cattle. The clinical and pathological pictures were similar, but a comparison of the lethal doses for buffaloes (1-2g/kg) and cattle (0.25g/kg) shows that the buffalo is at least 4 times more resistant. In experiments performed 10 years earlier with the fresh leaves - collected on the same farm in July, at the beginning of the dry season, only 2 months later than in this second experimental series - the lethal dose for cattle was 2 g/kg. No explanation was found for the extremely high toxicity of the plant observed in the present study.

Abstract in Portuguese:

Oliveira C.M.C., Barbosa J.D., Macedo R.S.C., Brito M.F., Peixoto P.V. & Tokarnia C.H. 2004. [A comparative study of the toxicity of Palicourea juruana (Rubiaceae) to buffalo and cattle.] Estudo comparativo da toxidez de Palicourea juruana (Rubiaceae) para búfalos e bovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira 24(1):27-30. Escola de Medicina Veterinária, Campus Castanhal, Universidade Federal do Pará, Rua Maximino Porpino 1000, Castanhal, PA 68743-080, Brazil. E-mail: tokarnia@ufrrj.br An experimental study was performed to establish the toxicity of Palicourea juruana for buffaloes and to add new data on the toxicity of this plant for cattle. The clinical and pathological pictures were similar, but a comparison of the lethal doses for buffaloes (1-2g/kg) and cattle (0.25g/kg) shows that the buffalo is at least 4 times more resistant. In experiments performed 10 years earlier with the fresh leaves - collected on the same farm in July, at the beginning of the dry season, only 2 months later than in this second experimental series - the lethal dose for cattle was 2 g/kg. No explanation was found for the extremely high toxicity of the plant observed in the present study.


#7 - Comparison of the sensibility of cattle and buffaloes to poisoning by Palicourea marcgravii (Rubiaceae), 23(4):167-172

Abstract in English:

ABSTRACT.- Barbosa]. D., Oliveira C. M. C., Tokarnia C. H. & Riet-Correa E 2003. [Comparison of the sensibility of cattle and buffaloes to poisoning by Palicourea marcgravii (Rubiaceae).] Comparação da sensibilidade de bovinos e búfalos à intoxicação por Palicourea marcgravii (Rubiaceae). Pesquisa Veterinária Brasileira 23(4): 167-172. Escola de Medicina Veterinária, Campus Castanhal, Universidade Federal do Pará, Rua Maximino Porpino 1000, Castanhal, PA 68743- 080, Brazil. E-mail: diomedes@ufpa.br In order to verify if buffaloes are more resistant than cattle to poisoning by Palicourea marcgravii, the plant was given per os simultaneously to buffaloes and cattle. Seven buffaloes and three head of cattle were used. Doses of 0.5, 1.0 and 2.0 g/kg did not cause signs of poisoning in buffaloes; but doses of 3.0, 4.0 and 6.0 g/kg caused death. In cattle 0.25 g/kg did not cause symptoms; but 0.5 and 2.0 g/kg were lethal. The influence of exercise on the onset of symptoms, the time which elapsed from the beginning of the administration of the plant to the appearance of symptoms, and the symptoms themselves, were similar in the two animal species. The clinical course was longer in buffaloes; whilst in cattle the period between the onset of severe symptoms and death lasted 9 to 17 minutes; in buffaloes it varied from 10 minutes to 1 hour 28 minutes. It can be concluded, that buffaloes are about six times more resistant than cattle to the toxic action of P. maracgravii. The lower incidence of deaths in buffaloes by poisonous plants in the Amazon region is, at least in part, due the lower sensibility of buffaloes to poisoning by this plant. Another factor responsible for the smaller number of buffaloes which die due to plant poisoning in the Amazon region, is possibly that buffaloes prefer the Jowlands, e.g. temporarily flooded areas, which are the habitat of Arrabidaea bilabiata, the second most important poisonous plant of the Amazon region. This plant is less poisonous than P. marcgravii, and its habitat are the higher not flooded areas. So it would be safer, in order to diminish losses, to breed buffaloes instead of cattle in areas where P. marcgravii occurs. The reason for the greater resistance of buffaloes should be further investigated as a possible prophylactic measure to avoid poisoning by P. marcgravii in cattle. On the other hand, Australian investigators modified genetically the ruminai bacteria Butyrivibrio fibrisolvens by introducing a gene, isolated from a Moraxella sp, which codifies a dehalogenase, capable of hydrolyzing fluoroacetate, the poisonous principle of P. marcgravii. Transferring the genetically modified B. fibrisolvens into the rumen of animal, which consume plants that contain fluoroacetate, would be a viable method to control that poisoning through a ruminal detoxifying process for the toxin. Through preliminary contacts, the director of the consorcium in Australia, responsible for the modification of the bacteria, declared that he is interested to sell the technology to our country, but it would be necessary to know if it is permitted to introduce into Brazil the genetically modified bacteria. If allowed, it would be necessary to perform investigations on the viability and the methodology for using this bacteria to control P. marcgravii poisoning in our country.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Barbosa]. D., Oliveira C. M. C., Tokarnia C. H. & Riet-Correa E 2003. [Comparison of the sensibility of cattle and buffaloes to poisoning by Palicourea marcgravii (Rubiaceae).] Comparação da sensibilidade de bovinos e búfalos à intoxicação por Palicourea marcgravii (Rubiaceae). Pesquisa Veterinária Brasileira 23(4): 167-172. Escola de Medicina Veterinária, Campus Castanhal, Universidade Federal do Pará, Rua Maximino Porpino 1000, Castanhal, PA 68743- 080, Brazil. E-mail: diomedes@ufpa.br O presente estudo foi realizado para verificar se búfalos são mais resistentes do que bovinos à ação tóxica de Palicourea marcgravii, mediante a administração da planta por via oral, simultaneamente, a bovinos e a búfalos. Foram usados sete búfalos e três bovinos. Verificou-se que em búfalos doses de 0,5 g/kg, 1,0 g/kg e 2,0 g/kg não causaram sintomas de intoxicação. As doses de 3,0 g/kg, 4,0 g/kg e 6,0 g/kg causaram a morte dos búfalos. Em bovinos, a dose de 0,25g/kg não causou sinais clínicos de intoxicação, enquanto que doses de 0,5 g/kg e 2,0 g/kg causaram a morte. A influência do exercício sobre o aparecimento dos sintomas, o prazo decorrido desde o começo da administração da planta até o início de sintomas, e os próprios sintomas, foram semelhantes nas duas espécies animais. O curso clínico foi mais longo nos búfalos. Enquanto nos bovinos o período entre o aparecimento dos sintomas graves e a morte foi de 9 a 17 minutos, nos búfalos variou de 10 minutos a 1 hora e 28 minutos. Pode se concluir que os bubalinos são aproximadamente seis vezes mais resistentes do que os bovinos à ação tóxica de P. marcgravii. O menor índice de mortes pela ação de plantas tóxicas na Amazônia em búfalos é, pelo menos em parte, devido à maior resistência do búfalo à intoxicação por essa planta. Outro fator responsável pelo menor número de mortes em búfalos pela intoxicação por plantas, na Amazônia, poderia ser que os búfalos preferem a várzea, que é o habitat de Arrabidaea bilabiata, a segunda planta tóxica mais importante da Amazônia, menos tóxica do que P. marcgravii, e com habitat na terra firme. Em áreas onde ocorre P. marcgravii seria mais prudente, para diminuir os prejuízos, criar búfalos em lugar de bovinos. A causa dessa maior resistência do búfalo merece ser investigada para a eventual elaboração de métodos profiláticos da intoxicação por P. marcgravii em bovinos. Por outro lado, pesquisadores australianos modificaram geneticamente a bactéria ruminal Butyrivibrio fibrisolvens, mediante a introdução de um gene, isolado de Moraxella sp, que codifica uma dehalogenase, capaz de hidro-lizar fluoroacetato. A transferência de B.fibrisolvens geneticamente modificado para o rúmen de animais ingerindo plantas que contêm fluoroacetato, como é o caso de P. marcgravii, seria um método viável para o controle da intoxicação mediante a detoxificação ruminal do princípio ativo. Em contatos preliminares o diretor responsável do consórcio na Austrália responsável pela modificação da bactéria, declarou o interesse em vender a tecnologia ao nosso país, porém seria necessário saber se é possível importar essa bactéria geneticamente modificada no Brasil. Caso positivo, seria indispensável realizar pesquisas sobre a viabilidade e a metodologia para o uso dessa bactéria em nosso meio.


#8 - Experimental poisoning of horses by Palicourea marcgravii (Rubiaceae)

Abstract in English:

Fresh leaves of Palicourea marcgravii St. Hil., the most important poisonous plant for cattle in Brazil, containing monofluoroacetic acid as its toxic principle, were given orally to 8 horses in doses ranging from 0.15 to 2 g/kg. The lethal dosis found was 0.6 to 1.0 g/kg. The symptoms of poisoning by P. marcgravii in the horse were characterized mainly by nervous manifestations as intense sweating, restlessness, tremors, abrupt involuntary movements of the head or the whole body, instability, incoordination and flacid lips; less evident were signs of cardiac insufficiency as positive venous pulse, congested conjuntiva and laborious respiration. The clinical course of the poisoning ranged from 10 to 43 hours, different as observed in cattle, in which poisoning by P. marcgravii is characterized by sudden death due to an acute cardiac insufficiency. Also contrary to what is seen in cattle, exercise in general had not much influence on the course of the poisoning in the horse. Post-mortem findings in the horse were, as in cattle, practically negative. The most important histological lesions were necrosis of the epithelial cells of the uriniferous tubules with. picnosis of the nucleus and vacuolization of the cytoplasm, frequently evolving to lysis; these lesions were more marked and extensive than those observed in cattle. There are no case histories of poisoning in horses by P. marcgravii under natural conditions.

Abstract in Portuguese:

As folhas frescas recém-colhidas de Palicourea marcgravii St. Hil., a planta tóxica de interesse pecuário mais importante para bovinos no Brasil, e cujo princípio tóxico é o ácido monofluoroacético, foram administradas, por via oral, a 8 eqüinos, em doses de 0,15 a 2 g/kg. A dose letal encontrada variou de 0,6 a 1 g/kg. O quadro clínico de intoxicação por P. marcgravii em eqüinos foi caracterizado por sintomatologia nervosa como sudorese intensa, inquietação, tremores, movimentos abruptos involuntários da cabeça ou afetando todo o corpo (tiques), instabilidade e incoordenação, lábio inferior flácido, e por sinais de insuficiência cardíaca, como pulso venoso positivo, conjuntivas congestas, respiração ofegante, com predominância da sintomatologia nervosa. A evolução foi de 10 a 43 horas, diferente do que é observado em bovinos, nos quais a intoxicação por essa planta é caracterizada por "morte súbita" devido a insuficiência cardíaca aguda. Ao contrário do que ocorre nos bovinos, em eqüinos, o exercício, em eral, não tinha muita influência sobre a evolução da intoxicação. Os achados de necropsia foram, como nos bovinos, praticamente negativos. As alterações histológicas mais importantes e constantes foram necrose das células epiteliais dos túbulos urinfferos, caracterizada por picnose nuclear e vacuolização citoplasmática com freqüente evolução para lise, lesão esta bem mais grave e extensa do que a dos bovinos. Não há relatos da intoxicação natural por p. marcgravii em eqüinos.


#9 - Experimental poisoning of goats by Palicourea marcgravii (Rubiaceae)

Abstract in English:

The leaves of the most important poisonous plant for cattle in Brazil, Palicourea marcgravii St. Hil., were found to be toxic also for goats. Doses of 0.6 to 1.0 g/kg of the fresh leaves, administered orally, caused death of 2/3 of the experimental goats. Symptoms of poisoning and death occurred in most goats when they were exercised. The course of the poisoning varied from 1 minute to as long as 2 days. In general, the course was longer than in bovines and ovines. The symptoms of poisoning by P. marcgravii in goats were reluctance to walk, walking with stiff legs, sternal decubitus, muscular tremors, falling over, laying on its side, and pronounced dyspnea. Exercise was found to always aggravate symptoms. The animals which had longer courses of poisoning, remained in a sternal position for most of the time, were listless and had anorexia. Post-mortem examinations revealed no important or constant lesions. Histopathological studies showed mainly regressive changes in heart, liver and kidney. Small foci of coagulative necrosis of heart fibers were seen in the myocardium of half of the cases and in one additional case greater areas of necrosis were observed; edema and vacuolization of haert fibers also occurred. Vacuolization and less commonly necrosis of liver cells was seen in most cases. Only one case of necrosis of the epithelial cells of the uriniferous tubules was seen in the kidney cortex.

Abstract in Portuguese:

Foi confirmada também para caprinos a toxidez das folhas de Palicourea marcgravii St. Hil., no Brasil, a planta tóxica de interesse pecuário mais importante para bovinos. Doses entre 0,6 e 1,0 gramas das folhas frescas, administradas por via oral, causaram a morte de mais de 2/3 dos caprinos. Os sintomas de intoxicação e a morte dos caprinos apareceram, na grande maioria dos casos, após exercício a que os animais experimentais eram submetidos, 2 vezes ao dia, a partir de aproximadamente 15 horas após a administração da planta. Além disto, o exercício, toda vez que era aplicado, também acentuava a sintomatologia, uma vez manifestada. A evolução clínica da intoxicação por P. marcgravii em caprinos variou de 1 minuto a 2 dias, portanto, de uma maneira geral, foi mais longa que a de bovinos e ovinos. Os sintomas observados foram relutância em andar, andar com membros rígidos, decúbito esterno-abdominal, tremores musculares, impossibilidade de ficar em pé, decúbito lateral, dispnéia acentuada e morte. Os animais que tiveram evolução mais longa, ficavam em decúbito esternal, apáticos, com anorexia. Não foram verificados achados de necropsia de relevância ou constantes. Os exames histopatológicos revelaram alterações no coração, fígado e rim, principalmente de natureza regressiva. No miocárdio observaram-se pequenos focos de necrose de coagulação de fibras cardíacas na metade dos casos; em um caso adicionalmente havia maiores áreas de necrose; com menor freqüência, ocorreu edema e vacuolização de fibras cardíacas. No fígado verificaram-se, na maioria dos casos, vacuolização e, menor escala, necrose de hepatócitos. No rim, em apenas um caso, havia necrose das células epiteliais dos túbulos uriníferos do córtex.


#10 - Experimental poisoning by Palicourea marcgravii (Rubiaceae) in rabbits

Abstract in English:

The leaves of Palicourea narcgravii St. Hil., a shrub of the Rubiaceae family, an important toxic plant for cattle in Brazil, were given by stomach tube (dried powdered plant) to 200 rabbits and fed as fresh plant to 3 others. In most of the experiments the dried powdered leaves kept in tightly closed glasses at room temperature were used; in these experiments 116 rabbits died. The smallest dose that killed all rabbits was 2 g/kg - with two exceptions in 34 administrations of 2 g/kg; doses under 0,125 g/kg did not cause the death of any rabbit. The plant kept this way maintained its toxicity inaltered for 4-5 years after it had been collected. Data are presented which suggest that the origin of the plant may be an important cause of the variation of its toxicity, which was verified during the experimentation. Through another series of experiments in rabbits it was shown that the way of keeping the plant samples is of decisive importance in the maintenance of the toxicity of P., narcgravii. When the plant was kept in cotton sacs for 4-5 years, it had lost all ora great part of its toxicity. In experiments in which 3 rabbits received the fresh plant, by mouth (at will), it was seen that P. marcgravii is palatable to rabbits. In the experiments with the dried leaves, symptoms were seen from 34 min. to 13 hours 01 min., in the majority between 1 and 7 hours after administration (ingestion) of the plant. The symptomatology seen in the experiments with the dried leaves of P. marcgravii was uniform and characteristic, with sudden appearance of the symptoms. The animals made uncontrolled, generally violent movements, followed by difficult and intermittent respiration, and died. The course of the poisoning, in the great majority of the animals, lasted from 1 to 5 minutes (in 81 of the 94 rabbits in which itwas possible to observe the symptoms); in the others it was at the most 3h 45min. At necropsy lesions were found mainly in the liver, but these were not typical and consisted in congestion and evident lobulation of the organ. Histopathological alterations, which affected mainly the liver, kidney and heart, were of a peculiar kind: in the liver there was necrosis, swelling and vacuolization of the hepatocytes, compressive atrophy and dissociation of the liver cords, microtrombus in the sinusoids and in the sublobular veins and edema of Disse's space; in the heart intracellular edema of the heart fibres, dissociation of them; increased eosinophilia with loss of striation of the fibres and rare lymphocytic infiltration; in the. kidney, swelling and hydropic-vacuolar degeneration of the epithelial cells of the convoluted distal tubules. The hepatic and cardiac alterations suggest strongly that the death of the animals is due to heart failure. It was concluded, due to the great sensibility of the rabbit to the toxic action of P. marcgravii and the peculiar aspects of the clinical and pathological picture it produces, that this animal species is useful in the continuation of studies on the toxicity of the plant, especially in the identification of its toxic principle(s). It was also concluded that the experimentation in rabbits can be used as a quite reliable auxiliary method in the recognition of P. marcgravii, especially to distinguish P. marcgravii from two other very similar but not toxic rubiaceae, and which are Palicourea crocea and Palicourea cujabensis. It is recommended that for this purpose a dose of 2 g/kg of the dried plant should be used and the animals during at least 7 hours be observed, so that the typical symptoms are seen.

Abstract in Portuguese:

As folhas de Palicourea marcgravii St. Hil., um subarbusto da fam. Rubiaceae e importante planta tóxica para bovinos no Brasil, foram administrados por via intragástrica (folhas dessecadas) a 200 coelhos e por via oral (planta fresca) a três outros. A maioria dos experimentos foi realizada com as folhas dessecadas pulverizadas e guardadas em vidros de tampa plástica, à temperatura ambiente; nesses experimentos morreram 116 coelhos. A menor dose que causou a morte de coelhos foi 0,125 g/kg; a menor dose que matou todos os coelhos a que foi administrada foi 2 g/kg - com duas excessões em 34 administrações de 2 g/kg; doses abaixo de 0,125 g/kg não causaram a morte de nenhum coelho. A planta guardada dessa maneira conservou sua toxidez inalterada até 4-5 anos após sua coleta. São apresentados dados que sugerem que a procedência da planta seja uma causa importante na variação de sua toxidez, verificada durante os experimentos. Através de outra série de experimentos em coelhos foi demonstrado que o modo de conservação das amostras tem importância decisiva na manutenção da toxidez de P. marcgravii. A planta guardada em sacos de pano durante 4-5 anos perdeu toda ou grande parte de sua toxidez. Nos três experimentos em que os coelhos receberam a planta fresca, por via oral e morreram, ficou evidenciada a boa palatabilidade de P. marcgravii para esta espécie animal. Nos experimentos com as folhas dessecadas, o prazo decorrido entre a administração e o início dos sintomas variou de 34 min. a 13h e 01min; na maior parte dos casos esse prazo ficou entre 1 e 7 horas. A sintomatologia nos experimentos realizados com as folhas de P. marcgravii foi uniforme e característica, com repentino aparecimento dos sintomas. Os animais faziam movimentos desordenados e geralmente violentos, seguidos de respiração ofegante e espaçada e morriam. A evolução foi superaguda; na grande maioria dos animais que receberam as folhas dessecadas, variou de 1 a 5 minutos (em 81 de 94 coelhos em que foi possível a observação dos sintomas); nos restantes foi de no máximo 3h 45min. Os achados de necropsia consistiram em alterações principalmente do fígado, sobretudo congestão e lobulação evidente, porém não muito típicas. As alterações histopatológicas, afetando principalmente o fígado, rim e coração, revelaram natureza peculiar: no fígado observou-se necrose, tumefação e vacuolização de hepatócitos, atrofia compressiva e dissociação dos cordões hepáticos, presença de microtrombos nos sinusóides e nas veias sublobulares e edema dos espaços de Disse; no coração, edema intracelular e afastameto entre as fibras, aumento da eosinofilia com perda de estriação das fibras e raros infiltrados inflamatórios linfocitários; no rim, tumefação e degeneração hidrópico-vacuolar das células epiteliais dos túbulos contornados distais. As alterações hepáticas e cardíacas sugerem fortemente que a morte dos animais esteja intimamente relacionada com falha cardíaca. Concluiu-se, devido à grande sensibilidade do coelho à toxidez de P. marcgravii e à peculiaridade do quadro clínico-patológico que ela provoca, que essa espécie animal serve para a continuação de estudos sobre a toxidez da planta, sobretudo no isolamente de seu(s) princípio(s) tóxico(s). Concluiu-se também que a experimentação em coelho pode ser usada como recurso auxiliar bastante seguro no reconhecimento de P. marcgravii, especialmente para distingui-la de duas outras rubiáceas, de aspecto semelhante, porém não tóxicas, que são Palicourea crocea e Palicourea cujabensis. Recomenda-se para esse trabalho de reconhecimento, o uso da dose de 2 g/kg da planta dessecada e que os animais sejam observados durante pelo menos 7 horas para que não se deixe de acompanhar a sintomatologia típica.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV