Resultado da pesquisa (3)

Termo utilizado na pesquisa tricotecenos

#1 - Experimental poisoning by Baccharis megapotamica var. weirii in buffalo, 32(5):383-390

Abstract in English:

ABSTRACT.- Oliveira-Filho J.C., Carmo P.M.S., Iversen A., Nielsen K.F. & Barros C.S.L. 2012. Experimental poisoning by Baccharis megapotamica var. weirii in buffalo. Pesquisa Veterinária Brasileira 32(5):383-390. Departamento de Patologia, Universidade Federal de Santa Maria, Camobi, Santa Maria, RS 97105-900, Brazil. E-mail: claudioslbarros@uol.com.br Five male 6-8 month-old Murrah buffalo calves were orally dosed with the fresh aerial parts of Baccharis megapotamica var. weirii at doses of 1, 3, 4, 5 and 10g/kg body weight (bw) (~1-10mg macrocyclic trichothecenes/kg/bw). The B. megapotamica used for the experiment was harvested on a farm where a recent spontaneous outbreak of poisoning caused by such plant had occurred. Clinical signs appeared 4-20 hours and 4 buffaloes died 18-49 hours after the ingestion of the plant. Clinical signs were apathy, anorexia, and watery diarrhea, fever, colic, drooling, muscle tremors, restlessness, laborious breathing and ruminal atony, and dehydration. The most consistent gross findings were restricted to the gastrointestinal (GI) tract consisted of varying degrees of edema and reddening of the mucosa of the forestomach. Histopathological findings consisted of varying degrees of necrosis of the epithelial lining of the forestomach and of lymphocytes within lymphoid organs and aggregates. Fibrin thrombi were consistently found in sub-mucosal vessels of the forestomach and in the lumen of hepatic sinusoids. It is suggested that dehydration, septicemia and disseminated intravascular coagulation participate in the pathogenesis of the intoxication and play a role as a cause of death. A subsample of B. megapotamica var. weirii was frozen-dried and ground and analyzed using UHPLC (Ultra High Performance Liquid Chromatography) with high resolution Time of Flight mass spectrometry and tandem mass spectrometry, it was shown that the plant material contained at least 51 different macrocyclic trichothecenes at a total level of 1.1-1.2mg/g. About 15-20% of the total trichothecenes contents was found to be monosaccharide conjugates, with two thirds of these being glucose conjugates and one third constituted by six aldopentose conjugates (probably xylose), which has never been reported in the literature.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Oliveira-Filho J.C., Carmo P.M.S., Iversen A., Nielsen K.F. & Barros C.S.L. 2012. Experimental poisoning by Baccharis megapotamica var. weirii in buffalo. [Intoxicação experimental por Baccharis megapotamica var. weirii em búfalos.] Pesquisa Veterinária Brasileira 32(5):383-390. Departamento de Patologia, Universidade Federal de Santa Maria, Camobi, Santa Maria, RS 97105-900, Brazil. E-mail: claudioslbarros@uol.com.br As partes aéreas ver- des de Baccharis megapotamica var. weirii foram administradas oralmente a cinco búfalos da raça Murrah de 6-8 meses de idade nas doses de 1, 3, 4, 5 e 10g/kg de peso corporal (pc) (~1-10mg de tricotecenos macrocíclicos/kg/pc). A planta usada no experimento foi colhida numa fazenda onde um surto recente de intoxicação espontânea por essa planta havia ocorrido. Nos búfalos deste experimento, os sinais clínicos apareceram 4-20 horas e 4 búfalos morreram 18-49 horas após a ingestão da planta. Os sinais clínicos consistiram de apatia, anorexia, diarreia aquosa, febre, cólica, salivação, tremores musculares, inquietação, respiração laboriosa, atonia ruminal e desidratação. Os achados macroscópicos mais consistentes estavam restritos ao trato gastrointestinal (GI) e consistiram de graus variados de edema e avermelhamento da mucosa dos pré-estômagos. Os achados histopatológicos consistiam de vários graus de necrose do epitélio de revestimento dos pré-estômagos e de linfócitos em agregados e órgãos linfoides. Trombos de fibrina foram consistentemente encontrados nos vasos da submucosa dos pré-estômagos e na luz dos sinusoides hepáticos. É sugerido que desidratação, septicemia e coagulação intravascular disseminada participem da patogênese da intoxicação e sejam fatores responsáveis pela morte dos animais afetados pela intoxicação. Uma subamostra de B. megapotamica var. weirii foi congelada a seco, moída e analisada usando UHPLC (Cromatografia Líquida de Ultra Alta Performance) com espectrometria de tempo-de-vôo de alta resolução e espectrometria de massa em tandem. Foi demonstrado que o material de planta analisado continha pelo menos 51 tricotecenos macrocíclicos diferentes num nível total de 1,1-1,2mg/g. Cerca de 15-20% do conteúdo total de tricotecenos eram conjugados de monossacarídeos, sendo dois terços desses, conjugados de glicose e um terço constituídos por seis conjugados de aldopentose (provavelmente xilose), o que nunca tinha sido antes relatado na literatura.


#2 - Factors which influence the toxicity of Baccharis coridifolia (Compositae): an experimental study in rabbits

Abstract in English:

Experimental studies were performed on Baccharis coridifolia D.C. (Compositae), a small shrub with the popular name "mio-mio", one of the more important poisonous plants of southern Brazil, Uruguay, Argentina and Paraguay, in arder to find out possible variations in toxicity due to its origin, sex, plant parts and annual variability. Doses which varied from 0.085 to 5.44 g/kg of the dried powdered aerial parts of B. coridifolia were administered in aqueous suspension by stomach tube to 49 adult rabbits. The plant material was collected in five different localities, from four sites in Brazil and one in Uruguay, in the flowering/seeding stage and separated by sex; in some regions collections were made in two successive years. From three of the sites additionally only the leaves of female plants were used for the experiments. Sixteen animals died and one that showed severe symptoms was euthanized together with the contral animal. Nineteen animals that showed slight to severe symptoms, recovered. First symptoms after the administration of the plant were seen, in the fatal cases from 6h32min to 1 day 6h15min, and in the non-fatal cases from 4h03min to 24h00min, after ingestion. The clinical course, in the fatal cases, varied from approximately 6h00min to 4 days 20h23min and, in the non-fatal cases, from 9h25min to 11 days 3h45min. The length of time from first administration of the plant till death varied from 14h20min to 5 clays 2h55min. The lethal dose varied from 0.17 to 5.44 g/kg. The main symptoms were anorexia, modifications in the form, size and consistency of the faeces and hair loss. The main post-mortem alterations were found in the stomach, caecum and liver. There was red colouration of the stomach mucosa. ln the caecum the surface of the mucosa was rough and red and the wall was oedematous. The liver was clearer than normal with perceptible lobulation. Histopathologically these lesions correspond to 1) coagulative necrosis associated with haemorrhages and oedema of the stomach mucosa, 2) haemorrhagic necrosis of the mucosa and oedema and/or haemorrhages of the submucosa of the caecum and 3) cloudy swelling and/or vacuolization of the liver. Greater toxicity of B. coridifolia was associated with more southerly sites of collection in Brazil. The female plant was up to 32 times more poisonous than the male plant; the whole aerial pa1ts of the plant were up to 16 times more poisonous when compared with only the leaves. There was up to a fourfold variation in toxicity from year to year. These differences can be explained by variations in the type and the amount of macrocyclic trichothecenes accumulated in the different parts of the plant, which are believed to be absorbed from the soil fungus Myrothecium verrucaria which produces them. B. coridifolia was compared with B. megapotamica var. weirii, which does not show these variations.

Abstract in Portuguese:

Foram realizados estudos experimentais com Baccharis coridifolia D.C. (Compositae), subarbusto, vulgarmente conhecido como "mio-mio", uma das plantas tóxicas mais importantes no sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, com a finalidade de verificar possíveis variações na sua toxidez de acordo com sua procedência, sexo, as diversas partes da planta e de um ano para outro. Foram administradas, a 49 coelhos adultos, em suspensão aquosa, via intragástrica, doses variando de 0,085 a 5,44 g/kg, das partes aéreas dessecadas e pulverizadas de B. coridifolia coletada em quatro procedências do sul do Brasil e uma do Uruguai, em floração/frutificação, separada por sexo e, de parte das regiões, em dois anos consecutivos; com a planta do sexo feminino de três destas procedências, realizaram-se, ainda, experimentos em que se administraram somente as folhas. Dezesseis animais morreram, um adoeceu acentuadamente sendo sacrificado junto com o controle e 19 adoeceram discreta a acentuadamente, recuperando-se. O prazo entre a administração da planta e o início dos sintomas, nos casos fatais, variou de 6h32min a 1 dia 6h15min e para os animais que sobreviveram, de 4h03min a 24h00min. A evolução clínica, nos casos fatais, variou de aproximadamente 6h00min. A 4 dias 20h23min e a recuperação, dos que sobreviveram, de 9h25min a 11 dias 3h45min. O prazo entre a administração da planta e a morte dos animais variou de aproximadamente 14h20min a 5 dias 2h55min. A dose letal variou de 0,17 a 5,44 g/kg. Os principais sintomas consistiram em anorexia, alteração na forma, tamanho e consistência das fezes e perda de pêlos. Os principais achados de necropsia ocorreram no estômago, ceco e fígado, consistindo em avermelhamento da mucosa estomacal, mucosa com superfície rugosa e de cor vermelha e edema da parede do ceco e fígado mais claro e com lobulação perceptível. Estas lesões corresponderam histopatologicamente à necrose de coagulação associada a hemorragias e edema da mucosa estomacal, à necrose hemorrágica da mucosa e edema e/ou hemorragia da submucosa do ceco e à tumefação e/ou vacuolização hepáticas. B. coridifolia mostrou-se mais tóxica quanto mais para o sul do Brasil; a planta feminina foi até 32 vezes mais tóxica do que a masculina; as partes aéreas da planta, folhas, flores e caule finos juntos, foram até 16 vezes mais tóxicas, quando comparadas com somente as folhas; mostrou-se com maior ou menor toxidez de um ano para outro, com diferença na dose letal de até quatro vezes. Tais variações podem ser explicadas por diferenças no tipo e quantidade de tricotecenos macrocíclicos acumulados nas suas diversas partes, que parecem ser absorvidos do fungo do solo Myrothecium verrucaria, que os produz. B. coridifolia foi comparada com B. megapotamica var. weirii, que não apresenta tais variações.


#3 - Experimental poisoning of sheep by Baccharis megapotamica var. megapotamica e var. weirii (Compositae)

Abstract in English:

The shoots of Baccharis megapotamica var. megapotamica, collected in Santa Maria, Rio Grande do Sul, and the mature flowerless plant of the variety weirii, collected in Lages, Santa Catarina, were shown to be poisonous to sheép. Var. megapotamica was given orally in single doses to 12 sheep, and similarly, var. weirii to 8 sheep. The lethal dosis was between 10 and 15 g/kg for var. megapotamica and 2 to 3 g/kg for var. weirii. Thus var. weirii was approximately 5 times as toxic as var. megapotamica. First symptoms were observed from 4h15min to 9h20min after administration of var. megapotamica and from 4h10min to 9h after var. weirii was given. The total period from ingestion of the plant to the animal's death was 23h55min to 71h10min with var. megapotamica and 36h25min to 105h55min with var. weirii. The clinical-pathological manifestations of poisoning were similar for both varieties, affected the digestive tract and were of acute progression. The main symptoms were anorexia, ruminal atonia, tachycardia and tachypnoea. Restlessness, depression, muscular tremors, volumous abdomen, dehydration, sialorrhoea and modification of faeces consistency were observed, as well as hypothennia in the terminal phase. Post-mortem findings were oedema in the wall of the rumen and reticulum (mainly in poisoning by var. weirii) and congestion of the mucosa of the rumen, reticulum, abomasum and parts of the small and large intestine. These effects were more severe in poisoning by var. weirii than by var. megapotamica. Histological observations were severe necrosis of the epithelium of the rumen and reticulum, slight to severe necrosis of the abomasal epithelium (only in the poisoning by var. weirii) and necrosis of the lymphocytic elements 'in the lymphoid tissue of the spleen, mesenteric lympho nodes and Peyer's patches (mainly in poisóning by the var. megapotamica). To date, occurrence of natural poisoning of sheep by this plant has been registered only once, that by var. weirii in Santa Catarina. Some data on poisonous plants to sheep in Latin America through a literature review are presented. Aspects of the poisonous action of trichothecenes and B. megapotamica var. megapotamica and var. weini are discussed.

Abstract in Portuguese:

Em experimentos realizados com as partes aéreas frescas de Baccharis megapotamica var. megapotamica, quando em brotação, colhida em Santa Maria, RS, e da var. weirii, quando adulta sem inflorescência, colhida em Lages, SC, foi demonstrado que os ovinos são sensíveis à intoxicação pelas duas variedades. Realizaram-se administrações únicas, por via oral, com a var. megapotamica em 12 ovinos e com a var. weirii em 8 ovinos. A dose letal oscilou entre 10 e 15 g/kg para a var. megapotamica e entre 2 e 3 g/kg para a var. weirii. Portanto, a var. weirü foi aproximadamente 5 vezes mais tóxica que a var. megapotamica. Os primeiros sintomas foram observados, nos animais que morreram, de 4h15min a 9h20min após a administração da planta na intoxicação pela var. megapotamica e de 4h10min a 9h00min na intoxicação pela var. weirii. O prazo total entre a administração da planta e a morte dos animais sobreveio num período de 23h55min a 71hl0min na intoxicação pela var. megapotamica e de 36h25min a 105h55min na intoxicação pela var. weirii. O quadro clínico-patológico foi semelhante na intoxicação pelas duas variedades, caracterizando-se por perturbações do trato digestivo e evolução aguda. Os principais sintomas foram anorexia, atonia ruminal, taquicardia e taquipnéia; também houve inquietação, de pressão, tremores musculares, abdômen volumoso, desidratação, sialorréia, modificações na consistência das fezes e hipotermia na fase terminal. Os achados de necropsia consistiram em edema da parede do rúmem e retículo (principalmente na intoxicação pela var. weirii) e congestão da mucosa do rúmen, retículo, abomaso e segmentos dos intestinos delgado e grosso. Na intoxicação pela var. weirii os achados de necropsia foram levemente mais acentuados do que na intoxicação pela var. megapotamica. Histologicamente observou-se no rúmen e retículo, acentuada necrose do epitélio, no abomaso, leve até acentuada necrose do epitélio (somente na intoxicação pela var. weiriz) e no tecido linfóide (baço, linfonodos mesentéricos e placas de Peyer), necrose dos elementos linfocitários (principalmente na intoxicação pela var. megapotamica). Até o momento só existem históricos e o estudo da ocorrência de um caso de intoxicação natural, em ovinos, pela var. weirii, no Estado de Santa Catarina. São apresentados dados obtidos através de revisão de literatura sobre as plantas tóxicas da América Latina que afetam ovinos. São discutidos alguns aspectos sobre a ação tóxica dos tricotecenos e B. megapotamica var. megapotamica e var. weirii.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV