Resultado da pesquisa (129)

Termo utilizado na pesquisa Intoxicação experimental

#101 - Experimental poisoning of sheep by Senecio brasiliensis (Compositae)

Abstract in English:

In experimental studies with Senecio brasiliensis (Spreng.) Lessing, 12 eighteen-months-old sheep were force-fed orally or by ruminal canula, the dried aerial parts of the plant collected during sprouting. Two sheep of the sarne age were used as controls. Plant related death occurred in 4 animals fed amounts of the plant corresponding to 15, 18 and 60 percent of their body weight. Another animal died of an unrelated disease. All animals remained in good condition throughout the experiment. Clinical signs, lasting from 1 to 5 days, and observed only in those animals that went on to die, were: depression, loss of appetite, loss of rumination, drooling of thick saliva, jaundice, and dark urine. The most important necropsy findings included jaundice, enlarged livers with accentuation of the lobular pattem, and darkened kidneys. Microscopically there was liver cell degeneration and necrosis associated with varying degrees of cholestasis, bile duct hyperplasia, hepatomegalocytosis and fibroplasia, although proliferative and megalocytic lesions were never very marked. The most prominent lesion in the kidneys were tubular nephrosis with the presence of bile pigment in the renal tubular epithelium and tubular lumina, and hyalin casts in the tubular lumina. Copper levels were high (800 and 950 ppm) in two of the dead animals and normal (349 and 159) in the other two. The clinical-pathological syndrome presented by the four animals which died suggests a form of chronic hepatogenous copper poisoning, secondary to pyrrolizidine alkaloidosis. The animals which did not die did not show clinical signs, and were sacrificed and necropsied at least 120 days after the last plant feeding. None of the sacrificed animals presented gross lesions, although some revealed milder microscopic liver changes similar to those above described. It was concluded that sheep are more resistant to the effects of Senecio brasiliensis than cattle. The results of theis study suggest that the use of sheep to control the plant, in order to preventt S. brasiliensis poisoning in cattle, would not be safe.

Abstract in Portuguese:

Num estudo experimental com Senecio brasiliensis (Spreng.) Lessing, 12 ovinos de 18 meses de idade receberam, por via oral ou por fistula ruminal, as partes aéreas dessecadas da. planta colhida durante a brotação. Dois animais da mesma idade foram usados como controle. A morte devido a planta ocorreu em 4 animais que receberam quantidades da planta correspondentes a 15, 18 e 60 por cento de seus pesos corporais. Um 5º animal morreu de doença intercorrente. Todos os animais permaneceram em bom estado de nutrição durante todo o experimento. Sinais clínicos, que foram observados apenas nos animais que morreram, tiveram uma evolução de 1 a 5 dias e incluíam apatia, anorexia, parada da ruminação, salivação abundante e viscosa e icterícia. Os achados de necropsia mais importantes encontrados nesses animais foram de icterícia, fígado aumentado e com acentuação do padrão lobular e rins de coloração escura. Microscopicamente, havia degeneração e necrose hepatocelulares associadas a vários graus de bilestase, hiperplasia de duetos biliares, hepatomegalocitose e fibroplasia, embora as lesões proliferativas e de megalocitose nunca fossem muito marcantes. Nos rins, as lesões microscópicas mais proeminentes eram de nefrose tubular com presença de pigmento biliar no citoplasma das células epiteliais e na luz dos túbulos e de cilindros hialianos na luz dos túbulos. Dentre os animais que morreram os níveis de cobre estavam elevados (800 e 950 ppm) no fígado de dois animais e não elevados (349 e 159 ppm) em dois outros. A síndrome clínico patológica apresentada por quatro animais que morreram sugere uma forma de intoxicação hepatógena crônica por cobre, secundária à intoxicação por alcalóides pirrolizidínicos encontrados na planta. Os animais que não morreram espontaneamente também não apresentaram sinais clínicos e foram sacrificados e necropsiados, no mínimo, 120 dias após a última administração da planta. Nenhum desses animais sacrificados mostrou lesões macroscópicas, embora alguns mostrassem alterações hepáticas histológicas menos acentuadas, mas semelhantes as acima descritas. Conclui-se que os ovinos são mais resistentes a ação do S. brasiliensis do que os bovinos. No entanto, os resultados desse experimento sugerem que não é seguro o uso de ovinos para o controle da planta, a fim de prevenir a intoxicação por S. brasiliensis em bovinos.


#102 - Experimental poisoning of rabbits by the leaves and extracts of Thiloa glaucocarpa (Combretaceae)

Abstract in English:

The dried leaves and extracts (tannins) of Thiloa glaucocarpa were given by stomach tube to 28 and 12 rabbits, respectively. In these experiments it was determined that the rabbit is susceptible to poisoning by the leaves of T. glaucocarpa. With a single administration 9 of 22 rabbits died; one rabbit was sacrificed at the end of the experiment. In experiments with repeated administrations, four of six rabbits died, two others being sacrified at the end of the experiment. In all experiments in which the rabbits died, the course of the poisoning was acute (maximum 33 hrs). The clinical-pathological picture of experiments with single or repeated administrations, showed changes predominantly in the gastrointestinal tract and the liver. Mild lesions were also seen in the kidney. It waalso verified that the rabbit is susceptible to poisoning by the extracts (tannins) obtained from the leaves of T. glaucocarpa. With a single administration three of five rabbits died, and with repeated administrations, four of seven rabbits died; three rabbits were sacrificed when the experiment was terminated. In all experiments with a single administration, ending with the death of the animals, the course of the poisoning was acute (maximum 24 hrs). In experiments with repeated administrations, ending with the death of the animals, the course was acute (12h) in one experiment, and longer (3 and a half to 6 days) in three others. In these experiments with single or repeated administrations, liver lesions predominated, with very slight renal lesions: repeated administrations also produced lesions of the digestive tract. It is concluded from these experiments, that tannins have a noxious action similar to that of the leaves when given to rabbits, and that tannins constitute the toxic principie of T. glaucocarpa, in regard to the rabbit. It is also concluded, that it can not be confirmed that these tannins are responsible for the clinical-pathological picture of poisoning by T. glaucocarpa in bovines, where lesions of the kidneys and the digestive tract predominate, with some hepatic lesions also being found. Experiments with other plants suggest that this hypothesis is correct, for instance, in the poisoning by Vernonia nwllissima, depeding on the animal species, the course of the poisoning and the dose given influence whether tiver or renal lesions predominate.

Abstract in Portuguese:

As folhas dessecadas e extratos (taninos) de Thiloa glaucocarpa Eichl. foram administrados por sonda gástrica a 28 e 12 coelhos, respectivamente. Nesses experin1entos foi verificado que o coelho é sensível à intoxicação pelas folhas de T. glaucocarpa. Com administrações únicas morreram 9 dos 22 coelhos; adicionalmente, um coelho foi sacrificado após o experimento; com administrações repetidas morreram 4 dos 6 coelhos; 2 outros foram sacrificados. Em todos os experimentos que terminaram com êxito letal, a evolução da intoxicação foi aguda (no máximo 33 horas). Tanto com as administrações únicas como as repetidas, predominavam, no quadro clínico-patológico, alterações relativas ao tubo digestivo e ao fígado e havia, em grau leve, lesões renais. Foi verificado que o coelho é também sensível à intoxicação pelos extratos (taninos) obtidos das folhas de T. glaucocarpa. Com administrações únicas morreram 3 dos 5, e com administrações repetidas, 4 dos 7 coelhos; 3 outros foram sacrificados após o experimento. Em todos os experimentos com administrações únicas e êxito letal, a evolução da intoxicação foi aguda (no máximo 24 h); nos de administrações repetidas com êxito letal, em um caso foi aguda (de 12 h) e nos outros 3 casos variou de 3 e meio a 6 dias. Tanto nas administrações únicas como nas repetidas, predominavam alterações hepáticas e havia, em grau muito leve, lesões renais; com administrações repetidas havia, ainda, alterações do tubo digestivo. Concluiu-se, por esses experimentos, que os taninos possuem ação nociva semelhante à das folhas quando administrados a coelhos, e que, portanto, taninos constituem o princípio tóxico de T. glaucocarpa em relação ao coelho. Concluiu-se, também, que não se pode afirmar que esses taninos sejam responsáveis pelo quadro clínico-patológico da intoxicação por Thiloa glaucocarpa nos bovinos, em que predominam alterações renais e do tubo digestivo, mas em que há também lesões hepáticas. No entanto, experimentos com outras plantas sugerem que essa hipótese seja verdadeira, visto que, na intoxicação por Vernonia molíssima Don, por exemplo dependendo da espécie animal, da evolução da intoxicação e da dose empregada, podem-se obter quadros predominantemente hepatotóxicos ou predominante nefrotóxicos.


#103 - Experimental poisoning by Palicourea marcgravii (Rubiaceae) in rabbits

Abstract in English:

The leaves of Palicourea narcgravii St. Hil., a shrub of the Rubiaceae family, an important toxic plant for cattle in Brazil, were given by stomach tube (dried powdered plant) to 200 rabbits and fed as fresh plant to 3 others. In most of the experiments the dried powdered leaves kept in tightly closed glasses at room temperature were used; in these experiments 116 rabbits died. The smallest dose that killed all rabbits was 2 g/kg - with two exceptions in 34 administrations of 2 g/kg; doses under 0,125 g/kg did not cause the death of any rabbit. The plant kept this way maintained its toxicity inaltered for 4-5 years after it had been collected. Data are presented which suggest that the origin of the plant may be an important cause of the variation of its toxicity, which was verified during the experimentation. Through another series of experiments in rabbits it was shown that the way of keeping the plant samples is of decisive importance in the maintenance of the toxicity of P., narcgravii. When the plant was kept in cotton sacs for 4-5 years, it had lost all ora great part of its toxicity. In experiments in which 3 rabbits received the fresh plant, by mouth (at will), it was seen that P. marcgravii is palatable to rabbits. In the experiments with the dried leaves, symptoms were seen from 34 min. to 13 hours 01 min., in the majority between 1 and 7 hours after administration (ingestion) of the plant. The symptomatology seen in the experiments with the dried leaves of P. marcgravii was uniform and characteristic, with sudden appearance of the symptoms. The animals made uncontrolled, generally violent movements, followed by difficult and intermittent respiration, and died. The course of the poisoning, in the great majority of the animals, lasted from 1 to 5 minutes (in 81 of the 94 rabbits in which itwas possible to observe the symptoms); in the others it was at the most 3h 45min. At necropsy lesions were found mainly in the liver, but these were not typical and consisted in congestion and evident lobulation of the organ. Histopathological alterations, which affected mainly the liver, kidney and heart, were of a peculiar kind: in the liver there was necrosis, swelling and vacuolization of the hepatocytes, compressive atrophy and dissociation of the liver cords, microtrombus in the sinusoids and in the sublobular veins and edema of Disse's space; in the heart intracellular edema of the heart fibres, dissociation of them; increased eosinophilia with loss of striation of the fibres and rare lymphocytic infiltration; in the. kidney, swelling and hydropic-vacuolar degeneration of the epithelial cells of the convoluted distal tubules. The hepatic and cardiac alterations suggest strongly that the death of the animals is due to heart failure. It was concluded, due to the great sensibility of the rabbit to the toxic action of P. marcgravii and the peculiar aspects of the clinical and pathological picture it produces, that this animal species is useful in the continuation of studies on the toxicity of the plant, especially in the identification of its toxic principle(s). It was also concluded that the experimentation in rabbits can be used as a quite reliable auxiliary method in the recognition of P. marcgravii, especially to distinguish P. marcgravii from two other very similar but not toxic rubiaceae, and which are Palicourea crocea and Palicourea cujabensis. It is recommended that for this purpose a dose of 2 g/kg of the dried plant should be used and the animals during at least 7 hours be observed, so that the typical symptoms are seen.

Abstract in Portuguese:

As folhas de Palicourea marcgravii St. Hil., um subarbusto da fam. Rubiaceae e importante planta tóxica para bovinos no Brasil, foram administrados por via intragástrica (folhas dessecadas) a 200 coelhos e por via oral (planta fresca) a três outros. A maioria dos experimentos foi realizada com as folhas dessecadas pulverizadas e guardadas em vidros de tampa plástica, à temperatura ambiente; nesses experimentos morreram 116 coelhos. A menor dose que causou a morte de coelhos foi 0,125 g/kg; a menor dose que matou todos os coelhos a que foi administrada foi 2 g/kg - com duas excessões em 34 administrações de 2 g/kg; doses abaixo de 0,125 g/kg não causaram a morte de nenhum coelho. A planta guardada dessa maneira conservou sua toxidez inalterada até 4-5 anos após sua coleta. São apresentados dados que sugerem que a procedência da planta seja uma causa importante na variação de sua toxidez, verificada durante os experimentos. Através de outra série de experimentos em coelhos foi demonstrado que o modo de conservação das amostras tem importância decisiva na manutenção da toxidez de P. marcgravii. A planta guardada em sacos de pano durante 4-5 anos perdeu toda ou grande parte de sua toxidez. Nos três experimentos em que os coelhos receberam a planta fresca, por via oral e morreram, ficou evidenciada a boa palatabilidade de P. marcgravii para esta espécie animal. Nos experimentos com as folhas dessecadas, o prazo decorrido entre a administração e o início dos sintomas variou de 34 min. a 13h e 01min; na maior parte dos casos esse prazo ficou entre 1 e 7 horas. A sintomatologia nos experimentos realizados com as folhas de P. marcgravii foi uniforme e característica, com repentino aparecimento dos sintomas. Os animais faziam movimentos desordenados e geralmente violentos, seguidos de respiração ofegante e espaçada e morriam. A evolução foi superaguda; na grande maioria dos animais que receberam as folhas dessecadas, variou de 1 a 5 minutos (em 81 de 94 coelhos em que foi possível a observação dos sintomas); nos restantes foi de no máximo 3h 45min. Os achados de necropsia consistiram em alterações principalmente do fígado, sobretudo congestão e lobulação evidente, porém não muito típicas. As alterações histopatológicas, afetando principalmente o fígado, rim e coração, revelaram natureza peculiar: no fígado observou-se necrose, tumefação e vacuolização de hepatócitos, atrofia compressiva e dissociação dos cordões hepáticos, presença de microtrombos nos sinusóides e nas veias sublobulares e edema dos espaços de Disse; no coração, edema intracelular e afastameto entre as fibras, aumento da eosinofilia com perda de estriação das fibras e raros infiltrados inflamatórios linfocitários; no rim, tumefação e degeneração hidrópico-vacuolar das células epiteliais dos túbulos contornados distais. As alterações hepáticas e cardíacas sugerem fortemente que a morte dos animais esteja intimamente relacionada com falha cardíaca. Concluiu-se, devido à grande sensibilidade do coelho à toxidez de P. marcgravii e à peculiaridade do quadro clínico-patológico que ela provoca, que essa espécie animal serve para a continuação de estudos sobre a toxidez da planta, sobretudo no isolamente de seu(s) princípio(s) tóxico(s). Concluiu-se também que a experimentação em coelho pode ser usada como recurso auxiliar bastante seguro no reconhecimento de P. marcgravii, especialmente para distingui-la de duas outras rubiáceas, de aspecto semelhante, porém não tóxicas, que são Palicourea crocea e Palicourea cujabensis. Recomenda-se para esse trabalho de reconhecimento, o uso da dose de 2 g/kg da planta dessecada e que os animais sejam observados durante pelo menos 7 horas para que não se deixe de acompanhar a sintomatologia típica.


#104 - Experimental poisoning of goats by Vernonia mollissima (Compositae)

Abstract in English:

The aerial parts of Vernonia mollissima, a plant of the family Compositae, were given orally to 17 goats. An acute lethal poisoning was reproduced by the administration of single doses from 2.5 to 10 g of the plant material per kg body weight. The clinical manifestations of the poisoning were: anorexia, apathy, rumen atony, staggering gait, sternal-abdominal decubitus, hepatic sensibility, sometimes violent muscular contractions, hypothermia and death. The main post-mortem findings were observed in the liver, characterized by severe hepatic distrophy. Histological examinations revealed massive necrosis of the liver parenchyma in the animals with a clinical course of less than 24 hours. In the animals with a longer course (about 48 hours), disappearance of the hepatic cells and congestion in the center of the lobule were observed; the midlobular and peripheral parenchymal cells were swollen and vacuolized. Additionally, there were lesions in the kidneys, which consisted of regressive changes of the epithelial cells of the uriniferous tubules; they were slight in the animals with a clinical course of less than 24 hours, pronounced in the animals with a longer course. In the present investigation also data were obtained concerning the elevation of serie activity of alanine amino transferase (ALT), as parta te amino transferase (AST), lactic dehydrogenase (LDH), gamma-glutamyl transferase (GGT) and alkaline phosphatase (SAP), as well as those regarding the bilirubin and protein levels.

Abstract in Portuguese:

Descreve-se em caprinos um quadro clínico-patológico de evolução aguda, letal, pela administração de Vernonia mollissima Don, planta pertencente à família das compostas. Esta planta mostrou-se letal para 100% dos animais que receberam 10 g/kg e para 50% dos que receberam 5 e 2,5 g/kg. A dose de 1,25 g/kg não se mostrou tóxica para a espécie caprina. As doses únicas de 5 e 10 g/kg produziram intoxicação com evolução clínica inferior a 24 horas, enquanto com 2,5 g/kg a evolução foi superior a este período (de aprox. 48 horas). O quadro clínico caracterizou-se por anorexia, prostração, sensibilidade hepática, atonia de rúmen, emissão constante de berros e gemidos, decúbito esterno-abdominal e lateral, movimentos de pedalagem, às vezes contrações musculares violentas, hipotermia, estado de coma e morte. As principais lesões macroscópicas foram observadas a nível hepático, caracterizando uma grave distrofia hepática. Microscopicamente observou-se difusa necrose de coagulação no parênquima hepático, nos animais em que a evolução foi inferior a 24 horas, e desaparecimento das células centrolobulares e congestão centrolobular, além de tumefação e vacuolização dos hepatócitos nas zonas intermediária e periférica, nos casos de evolução mais prolongada. A nível renal observaram-se, na maioria dos animais, processos regressivos nas células epiteliais dos túbulos uriníferos, leves nos casos com evolução inferior a 24 horas e acentuados nos casos com evolução mais longa. O comportamento sérico das enzimas aspartato amino transferase (AST), alanina amino transferase (ALT), lactato desidrogenase (LDH), gama glutamil transferase (GGT) e fosfatase alcalina (SAP) foi de aumento progressivo e constante até o óbito. As bilirrubinas apresentaram níveis séricos variáveis individualmente e com o tempo de evolução clínica. O quociente GGT/AST foi inversamente proporcional ao grau de necrose hepática; o quociente AST/ALT foi diretamente proporcional ao grau de necrose hepática, atingindo índices elevados.


#105 - Experimental poisoning by Vernonia mollissima (Compositae) in sheep and cattle

Abstract in English:

The aereal parts of Vernonia mollissima Don, in its sprouting stage, were given experimentally to sheep and cattle. In both animal species an acute lethal poisoning was reproduced by the administration of single doses of the plant material. In cattle, additionally a subacute lethal poisoning was caused by the administration of repeated daily doses. It was not possible to induce a chronic poisoning with liver cirrhosis. In sheep, the clinical manifestations in the acute poisoning were: anorexia, rumen atony, apathy, somnolence, a staggering gait; the animals remained for long periods in sternal-abdominal decubitus, and finally fell on their side, had tachypnea and died. Post-mortem exarninations revealed in the liver areas with nutmeg appearance and others of yellowish colour, in the endocardium hemorrhages, and in the omasum, colon and rectum dried contents. Histological exarninations revealed massive necrosis of the liver parenchyma. In cattle, the clinical-pathological manifestations were also those of liver distrophy, similar to those observed in the sheep. The clinical manifestations of the subacute poisoning in cattle were characterized by anorexia, apathy, rough hair coat, dry muzzle, constipation, frequente sternal-abdominaldecubitus, absence of urination during the last days, and death. Post-mortem findings were an orange discoloration of the liver and marked perirenal oedema. Histological exarninations revealed severe necrosis of the kidney tubuli and moderate necrosis of the liver parenchyma. In those calves in which chronic poisoning was tempted, and which afterwards were euthanasied, only slight microscopic alterations were observed in kidney and liver. The data obtained in the experiments indicate that mortalities in sheep, which occur in southern Mato Grosso do Sul and in which symptoms and lesions analogous to those obtained experimentally are observed, may be caused by the ingestion of V. mollissima. On the other hand, the results of the experiments do not allow to relate in this region, possible cases of hepatic cirrhosis, to the ingestion of this plant species; but clinical cases of subacute course, with manifestations of renal disfunction, may be attributed to poisoning by V. mollissima.

Abstract in Portuguese:

Descreve-se em ovinos e bovinos um quadro clínico-patológico de evolução aguda, letal, e em bovinos, ainda um quadro de evolução subaguda, letal, pela administração experimental das partes aéreas, em fase de brotação, do subarbusto Vernonia mollissima Don, planta pertencente à família das Compostas. Não se conseguiu produzir em bovinos um quadro de intoxicação crônica com cirrose hepática. Nos ovinos, o quadro clínico agudo foi caracterizado por anorexia, atonia do rúmen, apatia, sonolência, andar cambaleante, longa permanência em decúbito esterno-abdominal, caindo finalmente em decúbito lateral, taquipnéia e morte. A necropsia revelou áreas com aspecto de noz-moscada no fígado, intercaladas por áreas de coloração amarelada, além de hemorragias no endocárdio e ressecamento do conteúdo do folhoso, colon e reto. Os exames histopatológicos revelaram necrose maciça do parênquima hepático. Na intoxicação aguda em bovinos, foi obtido um quadro clínico-patológico de "hepatite tóxica", semelhante ao observado nos ovinos. O quadro de intoxicação de evolução subaguda nos bovinos caracterizou-se clinicamente por anorexia, apatia, pelos arrepiados, focinho seco, constipação, decúbito esterno-abdominal freqüente, ausência de micção nos últimos dias e morte. À necropsia, o fígado tinha colotação alaranjada, e os rins, acentuado edema perirrenal. Ao exame histológico revelou-se necrose acentuada do túbulos uriníferos e necrose moderada no fígado. Nos bezerros submetidos à tentativa de produzir intoxicação crônica e sacrificados no decorrer do experimento, foram observadas apenas alterações a nível microscópico, de intensidade discreta a leve, nos rins e fígado. O conjunto desses resultados permite concluir que, casos de mortes em ovinos na região sul do Mato Grosso do Sul, com sintomas e lesões semelhantes aos obtidos experimentalmente na mesma espécie animal, podem ser atribuídos à intoxicação por V. mollissima. No tocante a bovinos, esses resultados não permitem relacionar casos de cirrose hepática, que venham a ser observados naquela região, à intoxicação por V. mollissima; no entanto, casos de evolução subaguda, com manifestações clínicas devidas a alterações renais, podem ser atribuídos a essa causa.


#106 - Experimental poisoning by Mascagnia rigida (Malpighiaceae) in rabbits

Abstract in English:

Dried and powdered leaves or fruit of Mascagnia rigida (fam. Malpighiaceae), a plant toxic for cattle and goats, were administered by stomach tube to 14 and 10 rabbits, respectively. The plant collected in June, 1984, in the county of Colatina, valley of the Rio Doce, State of Espirito Santo, kept in the shade at room temperature, and administered approximately 3 to 12 months later, was toxic for rabbits. Regarding the lethal dose of the leaves, 4 grams per kilogram of body weight caused the death of all seven rabbits in that group, while 2 g/kg killed none of other seven rabbits. Regarding the fruit, doses of 0.5 g/kg and above caused death of all three rabbits, 0.25 g/kg killed three of four, and 0.125 g/kg one of two rabbits. Thus, the fruit was approximately 20 times as·toxic as the leaves. The first symptoms were noted with leaves from 5h 47min to 11h 35min, and with fruit from 1h 15min to 28h 13min after ingestion. The course of the poisoning in the case of the leaves lasted from 1 to 2 minutes, in the case of the fruit form 1 to 4 minutes. The symptoms were the sarne in rabbits receiving leaves or fruit, those of "sudden death": the rabbits made sudden uncontrolled movements after which they fell on their side; some animals just fell onto their side; some screamed; respiration became difficult and intermittent and the animals died. The main post-mortem findings were in the liver and lungs. Congestion was noted in both the lungs and liver, and liver lobulation could also be observed. Microscopic lesions were present in tiver, kidney and heart, and were essentially degenerative and vascular in nature. These experiments show that the rabbit can be used as small laboratory animal in the continuation of the studies on the toxicity of the plant and in the identification of its toxic principies. Leaves and fruit probably contain the sarne toxic elements.

Abstract in Portuguese:

As folhas e os frutos dessecados de Mascagnia rígida Griseb., da família Malpighiaceae, planta tóxica para bovinos e caprinos, foram administrados a 14 e 10 coelhos, respectivamente. A planta, colhida em junho de 1984, nó município de Colatina, no vale do Rio Doce, no Estado do Espírito Santo, dessecada e guardada na sombra à temperatura ambiente, e administrada aproximadamente 3. a 12 meses após, demonstrou possuir toxidez para coelhos. Em relação à dose letal das folhas, 4 g/kg causaram a morte de todos os 7 coelhos e 2 g/kg não causaram a de nenhum dos 7 coelhos; em relação aos frutos, dose de 0,5 g/kg ou maiores causaram a morte de todos os 3 coelhos, 0,25 g/kg, de 3 dos 4, e 0,125, de 1 dos 2 coelhos que os receberam nessas doses. Desta maneira, os frutos foram aproximadamente 20 vezes mais tóxicos que as folhas. Os coelhos mostraram os primeiros sintomas de intoxicação, no caso das folhas, entre 5h 47min e 11h 35min, e no caso dos frutos, entre 1h 15min e 28h 13min, após a sua administração. A evolução do quadro clínico, no caso das folhas, foi de 1 a 2, e no caso dos frutos, de 1 a 4 minutos. O quadro clínico foi o mesmo, tanto nos coelhos que receberam as folhas como nos que receberam os frutos. Esse quadro foi o da síndrome da "morte súbita", isto é, os coelhos, de repente, fizeram movimentos desordenados e logo em seguida caíam em decúbito lateral; outros simplesmente caíram em decúbito lateral; alguns dos coelhos emitiram gritos; a respiração tornava-se difícil, espaçada e o animal morria. Os achados de necropsia principais eram do fígado e pulmão; o primeiro tinha a lobulação perceptível e congestão, o segundo tinha congestão. Os exames histopatológicos revelaram alterações no fígado, rim e coração, consistindo principalmente em alterações degenerativas e vasculares. Esses experimentos mostram que o coelho pode ser usado como animal experimental de pequeno porte na continuação dos estudos da toxidez da planta e na identificação de seus princípios ativos. É provável que as folhas e os frutos encerrem os mesmos princípios toxicos.


#107 - Experimental poisoning by Palicourea marcgravii (Rubiaceae) in sheep

Abstract in English:

The fresh leaves of Palicourea marcgravii St.Hil., a shrub poisonous to cattle when administered orally. were also toxic for sheep. The lethal dose varied from 0.5 to 1.0 g/kg of body weight. The plant did not loose its toxicity through drying. ln experiments where sheep were given repeated daily doses of 1 /2.5, 1 /5, 1 /10 or 1 /20 of the lethal dose of dried leaves, na accumulative toxic effect was noted. ln one series of experiments this effect was prominent with daily quantities of up to 1/10 of the lethal dose and less evident in daily quantities of 1/20 of the lethal dose. However, in other experiments only slight effects were seen with daily quantities of up to 1/5 of the lethal dose. The subsequent single administration of the lethal dose to surviving sheep of these experiments showed that the plant did not induce tolerance of immunity, and that the animals did not become more sensitive to the toxic properties of the plant. Symptoms and death of the sheep were caused or precipitated by exercise. P. marcgravii caused the clinical and pathological picture of "sudden death". that is, a poisoning of peracute course. In the experiments consisting of repeated administration of fractions of the lethal dose, sheep frequently exhibited short lasting symptoms of poisoning a few days prior to death, generally when exercised. The symptoms of poisoning by P. marcgravii in sheep were, in order of appearance: tachypnea; tachycardia; reluctance to walk; periods of prostration; walking with small steps and stiff legs; generalized muscular tremors; weakness of the legs which became generalized, making it impossible to remain standing, whereupon the animal lay down on its side; difficult and intermittent respiration; peddling movements with the legs; opisthotonus; and death. Post-mortem examination revealed pulmonary edema which was seen in 8 of the 11 sheep which received the plant repeatedly, but in none of the six which received only one administration. No other lesions were seen consistently. Histopathology revealed regressive and circulatory changes in the liver and kidney, and regressive, inflammatory and proliferative alterations in the heart. As regards kidney and liver changes, there was no difference in nature or incidence between sheep receiving the plant once or repeatedly, but heart lesions, mainly those of a proliferative nature, were seen principally in the sheep from experiments with repeated administrations of the plant.

Abstract in Portuguese:

As folhas de Palicourea marcgravii St. Hil., tóxicas para bovinos, administradas experimentalmente, em estado fresco, por via oral a ovinos, se revelaram tóxicas também para essa espécie de ruminantes. A dose letal variou de 0,5 a 1 g/kg. Dessecada, a planta não perdeu sua toxidez. Administrações diárias de 1/2,5, 1/5, 1/10 e 1/20 da dose letal das folhas dessecadas de P. marcgravii a ovinos demonstraram que a planta tem efeito acumulativo acentuado até a dose diária de 1/10 da dose letal e leve na dose diária de 1 /20 em uma série de experimentos, porém leve até as doses 1/5 da dose letal em outra série. A administração adicional de l dose letal, de uma só vez, aos sobreviventes desses experimentos, evidenciou que a planta não induz tolerância ou imunidade nem aumento da sensibilidade desses animais à ação tóxica da planta. A planta provocou nos ovinos o quadro clínico-patológico da "morte súbita", isto é, uma intoxicação de evolução superaguda, podendo os sintomas e a morte dos animais ser precipitados pelo exercício. Nos experimentos de administrações repetidas de frações da dose letal, os ovinos freqüentemente mostraram sintomas passageiros de intoxicação em dias anteriores ao da morte, geralmente quando movimentados. Os sintomas observados foram, na seqüência em que apareceram, taquipnéia, taquicardia, relutância em andar, eventual assunção de decúbito esterno abdominal, andar com passos curtos e membros rígidos, tremores musculares generalizados, fraqueza nos membros, depois em todo o corpo, impossibilidade de ficar em pé, assunção de decúbito lateral com respiração ofegante e espaçada, movimentos de pedalagem intermitentes, opistótono, morte. Entre os achados de necropsia destacou-se a presença de edema pulmonar, observado em 8 dos 11 ovinos que receberam a planta repetidamente e em nenhum dos 6 ovinos dos experimentos de administrações de doses únicas. Não foram constatadas outras alterações dignas de nota. Os exames histopatológicos revelaram alterações principalmente no fígado, rim e coração; no fígado e rim eram de natureza regressiva e circulatória, e no miocárdio, de natureza regressiva, inflamatória e proliferativa. As alterações renais e hepáticas mantiveram uniformidade em natureza e incidência, porém as alterações cardíacas, sobretudo as de natureza proliferativa, foram encontradas principalmente nos ovinos que receberam doses repetidas.


#108 - Experimental poisoning by Mascagnia pubiflora (Malpighiaceae) in rabbits

Abstract in English:

The dried and powdered leaves or fruit of Mascagnia pubiflora Griseb., a plant toxic for cattle, were administered by stomach tube to 14 and 9 rabbits, respectively. The plant, stored in the shade at room temperature for two to nine months after collection in the State of Mato Grosso do Sul, was shown to be toxic for this species also. The fruit proved to be approximately six times more toxic than the leaves. Six grams of the dried leaves per kilogram of body weight killed four of five rabbits, 4 g/kg killed three of eight, while 2 g/kg did not kill the one rabbit receiving that dose. Regarding the fruit, doses of 1 g/kg or above killed the five rabbits in each group, but 0.5 g/kg did not kill the four rabbits of that group. The first symptoms of poisoning with leaves were noted between 6h 02min. and 45h 39min., and with fruit between 2h 18min. and 20 hours after administration. The course of the poisoning lasted two to three minutes in the case of the leaves, and one to two minutes in the case of the fruit. Toe main symptoms, identical for rabbits receiving leaves or fruit, were those of "sudden death": the rabbits made sudden violent, uncontrolled movements and fell on their side; respiration became difficult and the animals died. In both groups of rabbits post-mortem examination showed congestion of the liver, and secondly, congestion of the lungs, while histology revealed degenerative and vascular alterations in the liver, kidneys and heart. These experiments show that the rabbit can be used as a small experimental animal in the continuation of the studies on the toxic properties of M pubiflora, and in the identification work of the toxic principles. It is probable that the leaves and fruit contain the sarne toxic elements.

Abstract in Portuguese:

As folhas e os frutos dessecados de Mascagnia pubiflora (Juss.) Griseb., planta tóxica a bovinos, foram administrados por sonda gástrica a 14 e 9 coelhos, respectivamente. A planta,·colhida em setembro de 1984 no Estado de Mato Grosso do Sul e guardada na sombra à temperatura ambiente durante 2 a 9 meses, demonstrou possuir toxidez também para essa espécie animal. Em relação à dose letal das folhas, 6 g/kg mataram 4 de 5 coelhos, 4 g/kg mataram 3 de 8 coelhos, 2 g/kg não mataram o único coelho que recebeu a planta nessa dosagem; em relação aos frutos, doses a partir de 1 g/kg mataram todos os 5 coelhos, enquanto que 0,5 g/kg não matou nenhum dos 4 coelhos. Dessa maneira, os frutos foram cerca de 6 vezes mais tóxicos que as folhas. Os coelhos mostraram os primeiros sintomas de intoxicação, no caso das folhas, entre 6h 02min. e 45h 39min., e no caso dos frutos, entre 2h 18min. e 20 horas, após a sua administração. A evolução do quadro clínico, no caso das folhas, foi de 2 a 3 minutos, e no caso dos frutos, de 1 a 3 minutos. O quadro clínico foi o mesmo, tanto nos coelhos que receberam as folhas, como nos que receberam os frutos. Esse quadro foi o da "morte súbita", isto é, os coelhos, de repente faziam movimentos desordenados violentos, caíam de lado, tinham a respiração difícil e logo morriam. Também os achados de necropsia e as alterações histopatológicas eram os mesmos para os animais intoxicados pelas folhas e pelos frutos. O achado de necropsia mais comum foi congestão hepática, em segundo lugar foi congestão pulmonar. Nos exames histopatológicos os órgãos principalmente afetados foram fígado, rim e coração, sob forma de alterações degenerativas e vasculares. Esses experimentos mostram que o coelho pode ser usado como animal experimental de pequeno porte na continuação dos estudos sobre a ação tóxica da planta, bem como nos trabalhos de isolamento e identificação de seus princípios ativos. É provável que as folhas e os frutos encerrem os mesmos princípios tóxicos.


#109 - Experimental poisoning by Vernonia mollissima (Compositae) in rabbits

Abstract in English:

The dried and powdered sprouts of Vernonia mollissima Don (fam. Compositae), a plant toxic for cattle, sheep and goats, were administered by stomach tube to 24 rabbits nine to 15 months after collection. The plant was shown to be toxic for this species also, but with much variation in the lethal dose: six grams per kilogram of body weight caused the death of three out of four animals; 4 g/kg-two of four; 2 g/kg-three of four; 1 g/kg-one of four; 0.5 g/kg-one of four; whereas with 0.25 g/kg all four rabbits survived. In all cases first symptoms were noted between one and eight days after administration of the plant. The course of the poisoning lasted from two to seven days in the ten lethal cases and from eight to 14 days in the three rabbits that showed moderate to severe symptoms but went on to recover. The main symptoms were anorexia with fewer smaller dark feces. These animals also drank less and urinated less. The main post-mortem findings were seen in the liver, kidneys and digestive tract. The color of the liver was lighter than normal and its lobulation could be distinguished; the kidneys were much lighter in color both inside and out; and congestion and hemorrhages were seen in the digestive tract, mainly in the stomach mucosa. Microscopic examination revealed a severe toxic nephrosis as the principal lesion in all 10 rabbits that died: a majority of the epithelial cells of the uriniferous tubules in the cortex suffered coagulation necrosis, with distrophic calcification in five cases. Severe lesions were also observed in the livers of all 10 rabbits: severe steatosis associated with an albuminous-granular-vesicular degeneration of all or the greater part of the liver parenchyma; the steatosis affected most heavily the liver cells on the periphery of the lobule and diminishing in intensity towards the center of the lobule where albuminous-granularvesicular degeneration predominated. These experiments show that the rabbit can be used as a small experimental animal in the continuation of studies of V. mollissima in regard to toxic principais and effects, but the great individual variation in sensibility to the toxic action of the plant among rabbits must always be kept in mind.

Abstract in Portuguese:

A brotação dessecada e pulverizada de Vernonia mollissima Don, planta tóxica a bovinos, ovinos e caprinos, administrada a 24 coelhos por via intragástrica, entre 9 e 15 meses após sua colheita, demonstrou possuir toxidez também para essa espécie animal; porém a dose letal variou muito: 6 g/kg causaram a morte de três de quatro coelhos, 4 g/kg, de dois de quatro coelhos, 2 g/kg, de três de quatro coelhos, 1 g/kg, de um de quatro coelhos, 0,5 g/kg, também de um de quatro coelhos; com 0, 25 g/kg os quatro coelhos usados sobreviveram. Os primeiros sintomas apareceram entre 1 e 8 dias após a administração da planta (casos letais e não letais). A evolução da intoxicação, nos 10 casos letais, foi de 2 a 7 dias, e nos 3 coelhos que adoeceram mas se recuperaram, de 8 a 14 dias. Os sintomas foram principalmente anorexia e diminuição das fezes (acentuada), da sede e da urinação. Os achados de necropsia localizaram-se principalmente no fígado, nos rins e no aparelho digestivo. O fígado era mais claro e percebia-se sua lobulação; os rins eram bem mais claros, tanto na superfície como ao corte, e no aparelho digestivo se observaram, principalmente na mucosa do estômago, congestão e hemorragias. Os exames histopatológicos revelaram em todos 10 coelhos que morreram, como alteração mais importante, grave nefrose tóxica, sob forma de necrose por coagulação das células epiteliais da maior parte dos túbulos uriníferos da cortical, em 5 casos com calcificação distrófica; no fígado também foram constatadas alterações graves, em todos 10 coelhos, consistindo em acentuada esteatose associada a uma degeneração albuminosa granular vesicular afetando todo ou a maior parte do parênquima hepático; a esteatose afetava em grau acentuado as células hepáticas na periferia do lóbulo, diminuindo em intensidade em direção ao centro do lóbulo, onde predominava a degeneração albuminosa granular vesicular. Concluiu-se que o coelho pode ser usado como animal experimental de pequeno porte na continuação dos estudos sobre a ação tóxica de V. mollissima, bem como nos trabalhos de identificação de seus princípios ativos, mas é preciso sempre levar em consideração a grande variaçao na sensibilidade dos coelhos à ação tóxica da planta.


#110 - Experimental poisoning of rabbits by Mascagnia aff. rigida (Malphighiaceae)

Abstract in English:

The dried and powdered leaves of Mascagniaaff. rigida (Juss.) Griseb., a plant toxic forcattle, were administered by stomach tube to 31 raobits, in doses which varied from 0.25 to 2.5 g/kg of body weight. Fourteen rabbits died. The lethal dose was quite constant; 2 g/kg killed all rabbits, 1 g/kg killed anywhere from none to all of the rabbits depending on when and where the plant was collected, 0.5 g/kg caused the death of only one rabbit. First symtoms were seen from 2h 45min. to 10h 30min. after ingestion of the plant. The course of the poisoning lasted from 1 to 4 minutes. The symptoms were those of "sudden death": the rabbit suddenly made violent uncontrolled movements, struggled or jumped, and then generally fell on its side. Respiration became difficult, intermittent and the animal died. From the beginning of symptoms until death half of the rabbits emitted screams. The post-mortem findings consisted only in slight lesions in the liver. Histopathological changes of degenerative-necrotic and vascular nature were found in the liver, as well as degenera tive lesions in the kidney and heart. In the liver there was necrosis, vacuolization and albuminous-granular degeneration, congestion, dissociation, and compressive atrophy of the liver cords, presence of eosinophilic sphaerules in the sinusoids and edema of Disse's space. The kidney showed hydropic-vacuolar degeneration of the epitelial cells of the distal convoluted tubules, swelling of the epithelial cells of the convoluted tu bules of the cortico-medular junction and fatty changes in various locations. Intracellular edema and dissociation of the muscle fibers, along with foci of increased eosinophilia were found in the heart.

Abstract in Portuguese:

As folhas dessecadas e pulverizadas de Mascagnia aff. rigida (Juss.) Griseb., planta tóxica para bovinos, foram administradas por via intragástrica a 31 coelhos, em quantidades que variaram de 0,25 a 2,5 g da planta por kg de peso vivo. Morreram 14 coelhos. A dose letal foi bastante constante; 2g/kg causaram a morte de todos os coelhos, enquanto que 1g/kg causou a morte de nenhum ou de todos os coelhos, dependendo da época da coleta e da procedência da planta; dos que receberam a dose de 0,5 g/kg apenas um coelho morreu. O início dos sintomas de intoxicação ocorreu de 2h 45min. a 10h 30min. após a administração da planta. A evolução da intoxicação durou de 1 a 4 minutos. Os sintomas de intoxicação foram os da síndrome de "morte súbita": o coelho fazia repentinamente movimentos desordenados violentos, debatia-se ou pulava, e em seguida geralmente caía de lado. A respiração tornava-se difícil, espaçada e o animal morria. Desde o início do aparecimento dos sintomas até à morte, cerca de metade dos coelhos emitiam gritos com maior ou menor freqüência. Os achados de necropsia se limitaram a leves alterações do fígado. Os exames histopatológicos revelaram alterações degenerativo-necróticas e vasculares no fígado, e degenerativas no rim e coração. No fígado foram observados necrose, vacuolização citoplasmática (em parte dos casos positivo para gordura) e degeneração albuminosa-granular dos hepatócitos, congestão, dissociação dos cordões hepáticos, atrofia compressiva desses, presença de esférulas eosinofílicas nos sinusóides e edema dos espaços de Disse; no rim, degeneração hidrópico-vacuolar das células epiteliais dos túbulos contornados distais, tumefação das células epiteliais dos túbulos contornados na junção córtico-medular e esteatose de variável localização; no coração, edema intracelular das fibras cardíacas, afastamento entre estas e presença de focos de eosinofilia aumentada no músculo cardíaco.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV